Créditos

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Créditos são uma forma de agradecimento a quem participou de alguma maneira para que um filme (ou qualquer outro material audiovisual) fosse completado com sucesso.

Para quem esteve mais próximo, sabe que esse foi o pior ano de toda a minha vida, sem precedentes (e isso definitivamente não é mais um dos eufemismos desta blogueira). Eu não via a hora de ele acabar, e finalmente está acabando. Este foi o ano mais libriano de toda a minha vida: um ano feito de extremos, em que coisas terríveis aconteceram, mas em contra partida, coisas extremamente boas também apareceram para, de certa forma, me dar um pouco de ânimo para continuar levando. (A vida é engraçada, né?)

Por isso, esse último post do ano vai servir como os "créditos" desse 2009 interminável.

Esse foi um ano de muito crescimento pessoal para mim. Cheguei à compreensão de várias coisas com toda a turbulência por que passei. Por isso, apesar do mau tempo, preciso, do fundo do coração, agradecer ao Glaucon, por duas coisas: priemiro, pela oportunidade de assistir, pela primeira vez (de muitas, espero), a um show internacional, da inglesa Oasis, que apesar da chuva, foi muito bom. A segunda coisa: por ter despertado em mim a maior (e melhor) revolução que eu fiz em mim mesma. Como eu disse antes, foi um ano de muito crescimento, amadurecimento e compreensões das coisas.

Agora meu maior agradecimento vai para algumas pessoas que foram realmente essenciais - para não dizer vitais. Quando a gente cai num poço, precisamos encostar os pés lá no fundo para podermos ter noção de onde estamos. Mas quando chegamos lá, às vezes precisamos de mãos para nos ajudar a voltar para a superfície. Nessas horas, dificilmente vemos essas mãos, e só quem realmente se importa faria isso pela gente. E agradeço, sinceramente, às mãos da Monique, do Felipe, da Gláucia, do Luizinho, da Amanda, da Thuany e do Diego, por estarem lá quando eu mais precisava delas. (Achou bastante gente? Eu não sou magrinha, precisa de bastante gente para me aguentar...rs) Sem elas eu não teria nunca conseguido passar pelo momento mais difícil de toda a minha vida!

Um agradecimento especial ao Diógenes, por ter reavivado em mim a alegria de postar, e me reanimado a cuidar com carinho desse blog. Escrever ainda é a minha vida.

E um último agradecimento, mais do que especial, para o Jefferson, por me mostrar que recomeços podem ser muito bons.

Feliz Ano Novo para todos e que venha 2010, que já vai começar com tudo para dar certo! :D


By the way, não sei se escolhi a melhor música para ilustrar esse post, mas no momento não pensei em nada que coubesse melhor.


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Milagres de Natal

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Há quem diga que o espírito de Natal faz coisas inimagináveis acontecerem. Bom, que coisas estranhas acontecem e ninguém sabe explicar o porquê é fato. Em 23 anos de vida eu nunca tive um momento do tipo "atividades entre pais e filhos" com o meu pai - ambos de temperamentos muito parecidos, fortes e não se suportam. Triste, né? Mas hoje ele veio todo empolgado me ajudar a montar minha estante de livros. Foi uma meia horinha interessante, que eu já nem pensava mais que poderia ter algum dia. É, coisas estranhas acontecem... Deve ser o tal do espírito natalino mesmo...

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Para... sempre (?)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

De uns tempos para cá descobri que adoro algumas bandas de que ninguém nunca ouviu falar. Por exemplo, a californiana Hoobastank. Ah, essa eu tenho certeza que você já ouviu falar pelo menos um pouquinho, vai? Ela ficou famosa aqui no Brasil com a música "The Reason", em 2004 (segundo a Wikipedia, essa música fez parte do último episódio de Friends, mas como não sou exatamente uma fã do seriado, não posso confirmar a informação).



O que eu mais gosto das músicas da Hoobastank é a maturidade do eu-lírico. Elas até podem ser consideradas românticas, mas não são aquele romantismo exagerado de The Calling, mas também não são frias e calculistas. É um meio termo ideal, um romantismo que não enjoa e emociona mesmo assim (a palavra é forte, mas é a melhor para a definição).

Cinco anos depois, no começo deste ano, eles lançaram seu quarto álbum, For(N)ever. A primeira coisa que me chamou a atenção, logo de cara, foi o título (nada de estranho para uma (futura) linguista, não acha?). For ever (para sempre) é uma expressão frequentemente usada especialmente para relacionamentos (o tal do "happily ever after" (felizes para sempre) dos contos de fadas). Aí você pensa: o que esse "n" está fazendo aí no meio? Bom, aí temos outra formação for never (para nunca). Triste, se pararmos para pensar, não? Mas, quando você ouve as músicas do álbum, entende melhor a brincadeira que eles fizeram com as palavras. As canções vão desde da temática "te amo, e estou com saudades, você bem que poderia estar aqui agora" até "esquece, não gosto mais de você e já estou em outra". Literalmente, do 8 ao 80.

Para "visualizar" (sinestesia é tudo!) bem essas músicas paradoxais, deixo aqui duas sugestões pessoais das melhores músicas do álbum (todas as músicas do álbum estão disponíveis no site para ouvir):

You're The One (a "eu te amo")
I Don't Think I Love You (a "eu não estou mais a fim")

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Ainda dá tempo!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Planeta Voluntários apóia Papai Noel dos Correios 2009


Todos os anos os Correios realizam a camanha Papai Noel dos Correios. Um monte de crianças no Brasil inteiro mandam cartas para os Correios destinadas ao Papai Noel. Muitas delas pedem coisas simples, do tipo uma garrafa de refrigerante para a ceia de natal, uma boneca, uma bola, e por aí vai.

Ainda dá tempo! Quem quiser participar, é só passar em uma agência dos Correios e perguntar sobre a campanha, que eles repassam para você uma cartinha. Para maiores informações, é só clicar no banner ali em cima, no início do post.

Quem não puder contribuir com resposta às cartas pode ajudar divulgando essa idéia.

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Nostalgia e medos

domingo, 29 de novembro de 2009

Remexer coisas do passado às vezes é bom. Hoje, por exemplo, sem querer, mexi num dos e-mails mais antigos que eu tenho no eu Gmail. Uma grande amiga minha - com a qual eu nem tenho tanta afinidade/intimidade assim, mas gosto de chamá-la dessa forma, pela grande importância que teve em um momento extremamente difícil de minha vida - certa vez me mandou o poema que se segue, da Clarice Lispector:


A gente se acostuma

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos
e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista,
logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora,
logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas,
logo se acostuma a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma,
esquece o sol,
esquece o ar,
esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado
porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:
"Hoje não posso ir".
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo,
o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro,
para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber,
vai afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali,
uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada,
a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio,
a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro,
a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer,
a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito,
porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas,
sangramentos,
para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta,
e que se gasta de tanto se acostumar,
e se perde de si mesma...


Eu quero fazer aqui uma ponte com a letra da música Little by Little, da banda britânica Oasis. O refrão dela diz o seguinte:

Cos little by little
We gave everything
You ever dreamed of
Little by little
The wheels of your life
Have slowly fallen off
Little by little
You have to give it all in all your life
And all the time I just ask myself why
You're really here

(Tradução:
Pouco a pouco
Nós desistimos de tudo
O que sempre sonhamos
Pouco a pouco
As rodas da sua vida
Vão caindo
Pouco a pouco
Você tem que desistir de tudo em toda a sua vida
E o tempo todo eu me pergunto porquê
Você realmente está aqui)


Chamem-me de melodramática ou que quer que seja, mas a perspectiva proposta por essas duas produções me parece extremamente triste. Quando crianças, somos bombardeados por contos de fadas e historinhas bonitinhas que nos insistem para não desistirmos dos nossos sonhos. Quando crescemos, recebemos um choque de realidade que nos diz para esquecer toda essa "bobagem". Em meio a tanta filosofia contraditória, em qual acreditar? Ser libriana num mundo tão cheio de opções não é nada fácil - mas duvido que essa crise existencial seja um problema unicamente dos naturalmente indecisos librianos. É difícil mesmo saber o que fazer.

Continuo achando triste e terrível parar de correr atrás de coisas que eu quero e em que acredito só porque parecem difíceis de alcançar. Por outro lado, analisando a vida, isso acaba me parecendo uma daquelas verdades incotestáveis que, por mais que tentamos evitar, elas vêm à tona para nos afrontar, para atestar a nossa incapacidade. A expectativa de vida hoje de um ser humano (no caso, brasileiro) gira em torno dos 80 anos. Até os 30 você está se matando de estudar e trabalhar para se firmar. Sobrariam em média 50 anos para aproveitar, mas depois disso, começam a aparecer as doenças. Se você vive em um grande centro urbano, ainda corre um alto risco de sofrer um acidente fatal ou ser assassinado e ter o fim da brincadeira antecipado. Nos desenhos animados sempre aparece algum personagem preocupado com o sentido da vida, e só agora eu (acho!) consigo entender o sentido desse questionamento - porque quando eu era criança, sinceramente, não fazia o menor sentido mesmo. Com uma existência tão frágil, realmente, o que dá pra gente fazer em tão pouco tempo?

Pensando num exemplo prático: por volta dos 11 ou 12 anos eu descobri o handebol. Até então eu jogava futebol com um monte de moleques do meu bairro (eu sempre fui uma menina-moleca). Não me lembro de ter conhecido algo tão bom em toda a minha vida. Eu amo jogar handebol. Tudo para mim era handebol: entrei em times das escolas por onde passei, fiz de tudo para manter os times vivos, fui atrás de nos metermos em campeonatos, batalhei camisetas para meu time, procurava jogar sempre. Até menti para professores que nos treinavam, escondendo péssimas notas na escola, tudo para não deixar de jogar. Desde que saí do Cotuca (Colégio Técnico de Campinas, onde fiz meu Ensino médio), em 2005, nunca mais joguei handebol. Por muito tempo tentei reunir algumas pessoas para jogar, mas estou cada dia mais próximo de desistir definitivamente. É bem possível que eu nunca mais jogue handebol na minha vida - e isso é extremamente cruel para mim. É como se eu tivesse uma parte de mim necrosada, pronta para a amputação. Deve ser assim que o João do Pulo se sentiu quando perdeu as pernas.

Quando se pergunta "Do quê você mais tem medo?", normalmente se ouve a resposta "morte". A maioria das pessoas têm medo de morrer. Eu acho que eu não tenho medo de morrer - não do fato em si, pelo menos. Acho que do que eu tenho mais medo mesmo é de morrer sem ter feito tudo o que eu quero fazer, tudo de que eu gosto, tudo o que eu tenho sonhado e planejado para mim. Eu não gosto da idéia de me acostumar com o que está ruim e me adaptar a isso; acredito que o certo (se é que essa seria uma palavra adequada) é arrumar o que está errado, ou pelo menos tentar. Tanto faz - eu sempre fui a "do contra" mesmo. E apesar de eu não ser muito fã da Clarice Lispector, concordo com ela: "Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia".

E eu choro pelo leite derramado, sim - afinal de contas, no mínimo, foi um desperdício.

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Johnny Depp, o homem mais sexy do mundo

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


(Estreiando nova tag com estilo!)

Pelo segunda vez Johnny Depp foi eleito o homem mais sexy do mundo pela revista People. Agora a pergunta: e onde está a novidade? Simpático, carismático e de personalidade forte - e única -, não era de se esperar que o prêmio ficasse com ele. Afinal, vamos combinar, vai? Dos quarentões do cinema, ele é de longe o mais interessante, não acha?

Pesquisas desse tipo, que aparentemente são apenas um bom meio de promoção do(s) vencedore(s), têm uma outra coisa de bom: nos deixar a par das novidades sobre o ídolo da vez. No caso do Johnny Depp, por exemplo, fiquei sabendo que devemos aguardar um novo episódio da saga Piratas do Caribe - ainda sem data oficial para o lançamento.

Piratas (um tema que muito me interessa) e Johnny Depp (um homem que muito me interessa)... Só pode dar boa coisa!

(Eu tento fazer desse blog o mais impessoal possível, mas tem hora que realmente não dá...rs)

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Altos e baixos

terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Coisas que o dinheiro não compra" são uma constante na minha vida. Por exemplo, existe algo mais impagável do que, quando você está adiantada (concordância de gênero para o que vem pela frente, mas acredito que a situação sirva para ambos os sexos) para um compromisso, sua sandália arrebentar? Claro que essas coisas só acontecem porque Murphy - ai, amorzinho! - está sempre lá, com uma mão fofa em seu ombro, lembrando-nos de sua eterna companhia. Mas como meu benzinho pensa em tudo. Não bastava arrebentar minha sandália na porta do endereço onde eu tinha que ir: tinha que ter uma loja de sapatos logo ao lado. Prático, não? Adoro praticidade!

A pressa faz a gente fazer coisas estúpidas às vezes. Por exemplo, fazer compras às cegas. Como estivesse com pressa, peguei a primeira sapatilha que serviu (porque eu tenho outra dificuldade com os calçados: o pé de gente grande em uma tampinha - "desproporção" é meu apelido de infância). Na hora de pagar, a vendedora, muito simpática, fez o seguinte comentário:

"Nossa, que sorte: esse sapato está em promoção hoje; sai pela metade do preço!"

Sorte? Sorte nada! Compensações. Uma coisa boa compensa uma ruim. Mas pelas contas já foram duas coisas boas para apenas uma ruim; não está faltando alguma coisa? Sim, está! Falta uma ruim. Aí vem:

Mulherada do meu Brasil, me corrijam se eu estiver errada, mas alguma de vocês já teve a sorte de usar um sapato pela primeira vez sem nenhuma agressão aos seus queridos pés? Sapato feminino é uma desgraça! Aperta, machuca e faz bolha! E não foi exceção para a minha nova aquisição. Para quebrar um galho deu, mas meus pézinhos (eufemismo de carinho)... Por isso que eu gosto de tênis! É que nem a história da cerveja: eu nunca passei mal bebendo caipirinha!

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Privacidade vs Curiosidade

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A matéria de capa da Galileu do mês de junho deste ano diz o seguinte:

"Você tem medo do Google? Se não tem, deveria pensar no assunto"

Subtítulo:

"Afinal, ele sabe onde você mora, com quem anda, o que compra, estuda, lê, escuta e até come".


Vi a matéria sem querer na fila do caixa rápido de um supermercado e, na ocasião estava acompanhada de um amigo, com o qual eu comentei: "Pô, eu tenho uma vizinha que também sabe tudo isso!". Brincadeiras à parte, se você parar para pensar, essa bisbilhotagem do Google até que é verdade. Falta de privacidade é uma coisa muito complicada mas, pior do que isso é o lado do "agressor": invasão de privacidade está entre as piores coisas do mundo. Que me perdoem meus amigos jornalistas e repórteres (e não discutam comigo com relação a esse plural, porque a Linguista aqui sou eu! Humpf!), mas quer falta de respeito maior do que a daqueles que, no momento de dor profunda de alguém que acaba de perder um ente querido, assedia-o com a maior voracidade do mundo, como um animal faminto atrás da presa, enchendo-lhe de perguntas estúpidas (do tipo "Como é que você está se sentindo?")? Se fosse eu, ainda responderia: "Ah, tô feliz! Morrendo de alegria porque meu amigo morreu nesse acidente, seu idiota!".

Podem dizer o que quiserem dos franceses, mas uma coisa eles têm de muito bom: discrição. No caso do acidente do AirFrance veio à tona esse costume deles: o gorverno só permite a liberação da lista dos presentes no vôo (ou no acidente em questão; essa lei é geral) aos parentes das vítimas. Tá mais do que certo! Mas claro que isso não funcionaria no Brasil: paisinho de fuçadores de vida alhei dos cambau, viu? (Não confundam as coisas: eu sou, sim, patriota até o último fio do cabelo e, tanto por isso, reconheço os defeitos que o povo do meu país tem, tanto quanto suas qualidades. Isso se chama opinião crítica, que é muito diferente - e melhor - do que fanatismo).


(Post trazido da "antiga morada" desta blogueira - adaptado)

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Nostalgia

sábado, 7 de novembro de 2009


Procurando coisas à toa na internet hoje, me deparei com um blog um tanto quanto peculiar: o "Viver Para Recordar - Qual é sua história?" é um blog que tem como objetivo relembrar. Os autores do blog (Flavio, Rafael, Luis e Higa) se propões a remexer o baú e tirar lá do fundo aquelas coisas antigas das nossas infâncias, como o seriado Mundo da Lua, da TV Cultura, meus queridos Cavaleiros do Zodíaco e até um antigo desenho animado que chegou a passar no Cartoon Network e, posteriormente, no SBT e na Globo, o Swat Cats. Os textos deles são muito bem escritos, de forma objetiva, sintética e dinâmica: os posts terminam com um pedido pela participação do leitor. São posts com informações básicas para localizar o internauta em relação ao objeto de nostalgia da vez. É um bom blog, merecia ser referenciado. Fica a dica.

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Flertes de Murphy

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Quem tem meu MSN - e meu Orkut, já sabe que eu quero (quer dizer, queria, né?) ir ao show do DragonForce, que vai rolar em São Paulo no próximo domingo, dia 8. E antes mesmo de surgir a dúvida: não, DragonForce não é um jogo, e definitivamente não é de comer. DragonForce é uma banda de heavy metal britânica que está na estrada desde 1999. 70% de seus fãs (estimativa minha) o conheceram pelo jogo "Guitar Hero III - Legends of Rock", que conta com a música "Through the Fire and Flames" deles (muito boa por sinal). Confesso que faço parte dessa estatística.

Há duas semanas atrás descobri - totalmente por acaso - que eles estão de viagem marcada para cá: eles farão 3 shows, dias 6, 7 e 8 desse mês, no Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, respectivamente. Minha primeira reação foi ficar empolgada para ir (ainda mais porque os ingressos estavam absurdamente baratos para um show internacional). A segunda foi me preocupar em ir sozinha. Talvez seja só neurose minha, mas não me senti muito bem de ir para São Paulo, à noite, para um show de rock, e depois voltar de madrugada sozinha. Aí começou a minha corrida contra o tempo atrás de algum amigo meu que gostasse da banda - e ao mesmo tempo, a minha frustração.

Todo mundo para quem eu perguntava nunca tinham sequer ouvido falar da banda - isso quando não achavam chato admitir que não conheciam a banda e me perguntavam se era um jogo. Fui desistindo aos poucos, desanimada - acho que não cheguei a perguntar a 10 pessoas. Com exceção de 3 amigos meus, que de fato conhecem - e gostam - da banda, mais ninguém fazia idéia do que se tratava. Ah, aliás: devido à falha na divulgação do show e à falta de antecedência para eles ficarem sabendo, nem um poderia ir. E agora também não ia ajudar muito, porque (óbvio!) as entradas já se esgotaram. Ou seja: domingão estarei aqui em casa, deprimida por estar perdendo um show do caralho (com o perdão da palavra) e imaginando quando será que terei outra oportunidade como essa de assistir a um show deles. Depois, quando eu falo que Murphy me ama, ainda tem gente que duvida.


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CQDNC - para constar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mais CQDNC (Coisas que o dinheiro não compra), para não passar muito tempo sem postar (o Ministério da Mari adverte: faculdade faz mal à saúde mental!):


- Ser tietada no show do Velhas Virgens (minha foto tá no site da banda! Lálálálá!)
- Influenciar pessoas no show do Velhas Virgens (lembra da brincadeira do "Siga o mestre"?)
- Conhecer sem querer pessoas gentis - e mais altas que você - que se oferecem para tirar fotos da banda para você, já que a sua altura não te ajuda.


Fato: rockeiros só têm cara de mal; em geral, são todos muito simpáticos - até perguntam se estão na sua frente em um show, e mudam de lugar se for o caso.

Obs.: O projeto "reunião das CQDNC" ainda está de pé; aguardem!

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Quando chegamos ao fundo do poço

sábado, 24 de outubro de 2009


Quando ouço uma música, raramente faço isso “passivamente”, simplesmente ouvindo a mistura de sons e palavras. Normalmente eu escuto música. Tá aí mais duas palavras que sofrem grande preconceito, e que acabam frequentemente sendo confundidas: ouvir é a ação realizada pelo sentido da audição; escutar, que tem uma sutil diferença do outro verbo, consiste em ouvir para captar o que se ouve, com atenção.

Mas enfim, continuando. Esses dias eu estava ouvindo a música Rise Above This, da banda americana Seether. O que me chamou a atenção nela é seu assunto: é praticamente uma campanha antisuicídio. Aí comecei a notar como esse assunto é recorrente nas músicas. Segue uma pequena lista que eu fiz:

- Seether - Rise Above This
- Good Charlote - Hold On
- CPM 22 - Atordoado
- Oasis - Little by Little
- Linkin Park - Given Up
- Linkin Park - Shadow of the Day

E claro que essas não são as únicas; essas são algumas que eu andei ouvindo e reparando (se alguém souber de alguma mais, favor me contar, para enriquecimento do acervo da minha pesquisa). Note que nessa lista tem de tudo: norte-americanos, britânicos e brasileiros (inclusive nós, que temos a fama de ser o povo mais alegre do mundo). A única música que eu conhecia antes sobre esse assunto era a do Good Charlote, mas esse tema parece estar se tornando um pouco mais popular e menos tabu. Não sei quanto a você, mas isso me parece intrigante.

As estatísticas levantadas pela Organização Mundial de Saúde mostram que em média 3000 pessoas comentem suicídio por dia (dia!!!) – mais ou menos 1 a cada 30 segundos. Ou seja: se você levar 5 minutos para ler esse post, 10 pessoas se mataram nesse meio tempo.

Mas o que leva uma pessoa a querer se matar? Aposto que a primeira palavra que vem à cabeça é depressão, né? Pode ser. Com certeza a depressão leva a pessoa a ver o mundo como o pior lugar para se viver, e nos tira toda a vontade de querer lutar um pouco mais para viver bem. Mas não é só isso. A cultura é algo que influencia bastante – haja vista japoneses e norte-americanos lidarem tão mal com a derrota e cometerem suicídios coletivos quando não passam numa prova de vestibular ou perdem o emprego; nesse caso não havia depressão, mas uma cultura (idiota, na minha opinião, mas enfim...) rígida demais que não enxerga outra opção a não ser vencer.

O suicídio, de uma forma geral, é visto como uma fuga. Digo de forma geral porque estou tentando pensar nos dois lados da moeda: o lado do suicida e o lado de quem ficou vivo. O suicida provavelmente achou que não tinha outro jeito, e “fugiu”; o vivo, se não ficou com pena do sofrimento do coitado do suicida, acha que ele era um covarde e que podia ter tentado mais um pouco.

Eu fico com o time do segundo caso. Além de covarde, o suicida é um egoísta. Será que ele chegou a parar para pensar no sofrimento que ia causar para os que ficaram vivos? Porque, tudo bem, ele estava sofrendo; mas quem ficou vivo com certeza amava ele, e vai passar anos tentando entender o que aconteceu para a situação chegar aonde chegou – isso se não ficar se enlouquecendo tentando se convencer de que a culpa foi sua, quando na verdade não foi.

Quando uma pessoa cai dentro de um poço, fica se esperneando, tentando desesperadamente sair de lá. Aí quando se cansa do esforço, desiste e se rende à gravidade, que a puxa para o fundo. Mas quando chega lá é quando ganha ânimo e energia de novo para se impulsionar para cima novamente. Essa é a teoria do fundo do poço. Ou seja: por pior que seja o problema, sempre tem solução – ou pelo menos uma forma de contorná-lo e superá-lo. O importante é não se desesperar e parar para sentir o fundo do poço, para poder, então, encontrar forças para voltar à tona. O desespero cega; é preciso relaxar um pouco de vez em quando. Como diz uma amiga minha, todas as fases da vida têm que ser vividas – inclusive a dor. Se você está vivo, você está sujeito a ela – mas quando ela passa, você também tem a compensação da recuperação e as risadas sobre o que passou.

Para encerrar, a frase mais verdadeira do mundo, por Carro Velho, o Rei do Elogio:

"Se alguém fechar as portas pra você, não se desespere: pule a janela! Você não é aleijado!"

E o quadro que abre o post é do pintor francês Édouard Manet, e se chama Suicídio.

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Crying heart out

domingo, 18 de outubro de 2009

I've never asked anything on my birthdays before
I've never wanted so much something like now
This is the first time ever I really want something
How funny life is:
The only thing I really want this year I won't have
'Cause the only one who could give it to me won't do that
No way.

"I wish that we could go back
To what we were before
But I don't think I love you anymore"

(I Don't Think I Love You - Hoobastank)

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Coisas que o dinheiro não compra - II

sábado, 17 de outubro de 2009

Já faz alguns dias que eu não posto nada, então só para não deixar isso aqui às moscas, ei-las: aí vão as dos últimos dias (aliás, ando encontrando até bastante delas ultimamente):


- Dar sinal para o metrô parar (em Campinas não tem metrô, tá?)

- Uma plaquinha com informações em braile dentro de uma redoma, onde mãos não podem alcançá-la (mérito da Pinacoteca de São Paulo)

- Errar o dia do bar e, sem querer, acertar o dia de um pocket show da Rádio Comida nesse lugar.

- Descobrir que o teclado do computador possui um botão sortudo, o tal do Caps Lucky.

- Seus próprios pais errarem a data do seu aniversário (bom, meu pai já era de se esperar: há 23 anos ele me dá os parabéns no dia 16 de outubro; mas minha mãe?! Essa foi novidade!)

- Perder 1 hora do dia do seu aniversário por causa do horário de verão.


Ah, e uma propagandinha à toa aqui: amanhã tem a premiação da 2ª edição do concurso de poesias do Grupo Cria Literária. Para quem gosta de literatura, sarau e boa música, aí está uma boa pedida para o domingão. O evento vai rolar na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Campinas, às 15h00. E quem for, não se esqueça do meu presente! (Brincadeira!) :D

Aliás, por falar em presentes, eu ficaria muito feliz se ganhasse um template novo de aniversário. (O que foi? Eu não sei fazer templates, e não consigo achar um que me agrade 100%, ué? Não custa tentar, né? rs)

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A intromissão da Igreja

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O assunto parece papo de anti-cristo arruaceiro, né? Mas não é, não. Vivo dizendo, e repito: sou atéia, e não anti-cristo. Quero que isso fique bem claro aqui, para queninguém me crucifique antes de chegar ao fim do post.

Agora sim, o post. Esses dias eu estava vendo na Record, no programa Fala Brasil, uma matéria sobre uma acusação de que em alguns hospitais públicos administrados por instituições católicas estão se negando a fazer laqueadura de trompas. Por quê? Simplesmente porque a Igreja condena coisas como essas - ah, inclusive, também não estão fornecendo preservativos a pessoas carentes, porque aIgreja também é contra isso. Observação: a cirurgia é direito (viu? D-I-R-E-I-T-O) de qualquer mulher que já tenha se decidido por isso, e está em constituição: a saúde pública tem que oferecer isso. E de fato oferece, sim, só que nesses hospitais em que sentinelas da Igreja coordenam, eles se negam a cumprir com um direito previsto na constituição nacional.

Agora analizemos: a mulher já tem 15 filhos (já disse antes que hiperbole é característica dessa blogueira, mas ele é bom para explicitar o meu ponto de vista), não tem dinheiro nem para se sustentar, que dirá a esses 15 filhos, e quer fazer laqueadura, por motivos óbvios. Resguardada pelo seu direito de requerer essa cirurgia, dirige -se a um hospital desses, público, mas administrado por instituições católicas, e tem seu pedido negado, por uma simples questão de filosofias religiosas. Volta para casa, engravida mais uma vez - porque, afinal de contas, ela também não tem dinheiro para comprar anticoncepcionais e preservativos, e o mesmo hospital público, que deveria dar essas coisas para ela gratuitamente, se nega se apoiando nas mesmas filosofias religiosas - e dá à luz seu 16º filho. Em pouco tempo, possivelmente quase todos eles entram em um quadro de desnutrição, por motivos óbvios - como já foi dito, essa mulher não consegue nem sustentar a si mesma. Aí o conselho tutelar autua essa mulher por maus tratos, tira dela a guarda dos filhos e os distribui por orfanatos país a fora. E a mulher, que nem teve intenção de ser uma má mãe, acaba sendo acusada injustamente, e claro, condenada pela mesma Igreja, por deixar passar fome seus anjinhos. Contraditório, não?

Eu já fiz Técnico de Enfermagem (pois é, eu sou uma caixinha de surpresas), e já vi na prática no hospital como a religião pode ajudar alguém. Mas eu não chamo isso de religião. Acredito que as pessoas precisam de algo em que se agarrar. Tem gente que se agarra a crenças; tem gente que se agarra àquilo que as faz feliz, e isso não necessariamente é uma religião (meu caso): pode ser trabalho, estudos, ajudar os outros, enfim, uma porção de coisas. Não tem gente que corre para as drogas quando se vê em desespero? Portanto, não tiro o mérito da religião (de todas) nesse ponto. Mas acho que deveria haver um limite nas ações dos órgãos religiosos. O bom senso não deveria ser só dever de quem procura a religião, mas também (e acho que até muito mais) dos órgãos religiosos. (Por quê eu trato as religiões aqui como instituições? Porque são as instituições que causam os problemas. As religiões em si não têm nada a ver com isso; quem deturpa e complica tudo é esse serzinho esquisito que é o ser humano.)

A Igreja, na minha opinião, tem uma falha muito grande: a de tentar (e achar que pode) manipular o comportamento das pessoas. Haja vista a criação dos 7 pecados capitais (que não estão na Bíblia, pois foram criação da instituição mesmo), que nada mais são do que indicações de comportamentos ruins na vida do ser humano. As instituições religiosas têm feitos trabalhos louváveis pela comunidade em geral, como é de se esperar, mas existem pontos em que acho que ela não têm porque - e nem deveriam! - se meter. O caso das cirurgias de laqueadura de trompa e vasectomia é um. Ter um filho hoje em dia não é fácil: o gasto que se tem que ter para criá-lo de maneira decente é muito grande, e tem muita gente que não tem condições para isso. Elas não põe filho no mundo simplesmente porque querem povoá-lo, mas às vezes elas nem ao menos sabem como evitar isso. Mas parece que planejamento familiar é outra coisa que incomoda os religiosos. Duvido que Deus se incomodaria se uma mulher tomasse pílula anticoncepcional e evitasse colocar mais uma criança no mundo para sofrer com fome, frio, e possivelmente acabar nas drogas e morrer antes de chegar aos 20 anos; ela não iria para o inferno por tão "pouco".

Outra coisa é a camisinha. A cada dia mais gente se contamina com doenças sexualmente transmissíveis. Aí vem a ciência e dá um passo gigantesco para evitar isso: o preservativo. E, na contra mão, vem a Igreja, se intrometendo, dizendo que não pode usar preservativo. Quer retrocesso maior que esse? No mundo moderno em que vivemos, a conscientização para o uso de preservativo deveria ser tratada com muito mais seriedade.

Como eu disse, acredito que a religião seja um bom filão em que as pessoas poderiam se apoiar, se isso fizesse de suas vidas um pouco mais agradável; por outro lado, a igreja deveria parar para pesar um pouco suas filosofias com a realidade do mundo hoje. Têm coisas que não dá para ficar levando como se fazia a centenas de anos atrás; as coisas mudam, e as mentalidades têm que fazer uma forcinha para se enquadrar também.


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Angústia

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Esta noite não tenho a quem recorrer. Poderia sair. Ir a um bar. Beber. Conhecer alguém. Falar. Falar... É tão difícil falar. É mais fácil escrever. Mas ultimamente não escrevo. E isso me faz muito mal. Sim, poderia sair. Mas não tenho vontade. Não tenho força. Não tenho força para transpor a noite. (...) A angústia progride. Avança. Invade. Toma conta de todo meu ser. Sinto a mente embotada - não consigo raciocinar. A respiração torna-se ofegante. Algo me oprime o peito. Falta-me o ar. A angústia deve estar muito alta. Sim, terrivelmente elevada. Perigosamente. Mas não se mede a angústica como a febre. Não existe angustiômetro. Não aguento mais. Não posso continuar assim. Não quero. Não tenho mais forças para prosseguir. Esgotei-me. Exauri-me. O nada me absorve. A vontade coagula-se. Hemorragia do desejo. Quero a paz do outro nada. Sim, a paz do outro nada. Não pensar. Não sentir. Não existir. Não ser. Quero acabar de uma vez por todas.

(Trecho de O Bábraro Liberto, de R. Roldan-Roldan)

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Jota Quest em Campinas

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Campinas tem realizado alguns eventos gratuitos na cidade, com má divulgação. Um deles foi o show do Jota Quest de hoje, com a participação especial de Tony Garrido e Ana Caña (essa última eu nunca tinha visto mais gorda - para usar uma expressão popular - mas também não me chamou tanto a atenção assim; mas enfim). Me vem à mente que isso pode ser uma estratégia para não atrair confusão - afinal, nem no show do Velhas Virgens (já documentado aqui), nem nesse, houve nenhum problema. Ah, e outro ponto positivo para a Prefeitura de Campinas: eles têm deslocados ônibus circulares nesses eventos para levar a galera para o centro da cidade, onde tem muito mais fluxo de ônibus, para ajudar na volta para casa.

O único problema, a meu ver, é o flanelinha enfiar a faca até o cabo para me cobrar tão caros R$20,00 para estacionar o carro na rua (lembrando: rua é via PÚBLICA, né?). Mas enfim, o que se há de fazer, não? Onde a polícia não chegava, eles faziam a festa mesmo. Inconvenientes da vida; nada ruim o suficiente para estragar meu dia.

Crítica do show: excelete! Show do Jota Quest sempre é bom. Acho que nunca vi um show tão lotado em Campinas. Nem o show do Oasis que eu fui em maio, em São Paulo, me pareceu tão cheio (salvo hipérboles comuns à essa blogueira). A muito tempo eu desconheço o que há de novo com eles, mas as músicas continuam me agradando, e a personalidade dos músicos e a sua alegria no que fazem são contagiantes - como sempre. Até hoje não fui a um show deles que tivesse deixado algo a desejar. Até quem não é muito fã se diverte - e isso é fato comprovado.

Sair de casa gera o risco (enorme, por sinal) de encontrarmos Coisas Que o Dinheiro não Compra; por isso, seguem os de hoje:

- Ver a lua, tímida, se esconder ao ser elogiada por músicos.

A lua cheia estava linda. Aí o Tony Garrido, com toda a sua imagem de raggueiro, resolveu elogiá-la e agitar a galera para que a aplaudissem. Adivinha o que aconteceu? Uma nuvenzinha rala foi bem para a frente dela nesse exato momento. Coincidência, não? É, galera, os astros também são tímidos.


- Ter o pedido de "toca Raul!" atendido pelos músicos do show.

Sabe aquilo que todo mundo pede em bares para azucrinar a vida dos pobres músicos que estão lá, ganhando mal para fazer? Pois é. A dona Ana Caña achou que estavam falando sério e começou a fazer a versão dela de "Maluco Beleza", inspirada por um doido que merece aplausos em pé: o cara conseguiu subir no palco (que devia ter uns 2 metros de altura), roubar o microfone da mão do Tony Garrido na cara dura, e ainda fazer um discurso de uns 10 segundos - tempo que não menos do que 5 (pois é, o número é alto) seguranças levaram para conseguir rendê-lo e tirá-lo de lá.


- Ganhar uma piscada de um anônimo pensando que você, ao piscar para colocar sua lente de contato no lugar, piscava para ele.

Essa foi, de longe, a melhor do dia! Para quem me conhece, sabe que há 1 ano eu luto para conseguir me acostumar com essas porcarias de lentes de contato - você não faz idéia do quanto isso é difícil para quem usa óculos há mais de 10 anos e não enxerga absolutamente nada sem eles: é para colocar, é no usar... Ah, é um saco, mas é um sacrifício que vale a pena, principalmente em dias de chuva. Mas voltando. De vez em quando as lentes ficam "dançando" no olho, virando, e quando começam a ressecar, ficam pinicando. Aí, só dando umas piscadinhas para voltar tudo ao normal. E era isso que eu estava fazendo, quando um rapazinho resolveu olhar para mim, e devolveu a piscada - aliás, me deu de graça, né, porque eu não fiz nada intencionalmente para ter algo de volta.

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Coisas que o dinheiro não compra

domingo, 4 de outubro de 2009

Pois é, elas voltaram! Para quem conhecia a "casa velha", já conhece bem esses fatos que eu venho colecionando. Ontem coletei mais alguns. Seguem:

- Ser sempre (eu disse SEMPRE!) o indicador de passagem num lugar tumultuado (shows, por exemplo). E não adianta mudar de lugar, porque o povo vai mudar a rota só para passar por você de novo. (Murphy, meu amor, você sabe que mora no meu coração, né, docinho?)

- Ir para a balada encontrar-se com amigos, que agitaram para sair e no final acabaram não indo, e se divertir muito mesmo assim - e de quebra ainda conhecer pessoas muito legais. (Isso já aconteceu comigo duas vezes; se acontecer uma terceira, vou começar a achar que já está virando uma rotina.)

Preciso listar todas as "CQDNC" para colocar aqui, todas juntas. Essa listinha já está ficando bem grandinha...

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Ser honesto pega mal

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Há umas 2 semanas atrás um homem bateu no meu carro - diga-se de passagem, parado no sinal vermelho (e depois dizem que mulher é que dirige mal!). Não, não aconteceu nada a nenhum dos motoristas. A princípio, o cara admitiu sua culpa e se prontificou a pagar o concerto - a batida foi de leve, o estrago foi pequeno: só uma amassadinha no para-choque trazeiro. Ele deixou o cartão dele comigo, e ficau combinado que eu entraria em contato com ele quando o carro fosse concertado para que ele pudesse pagar.

O carro ficou pronto no mesmo dia que foi levado para concertar. Faz uma semana que eu tento encontrar o cara, mas misteriosamente o telefone dele firmou contrato com a caixa postal, pois só ela atende minhas ligações. Ah, tinha um e-mail também, mas o cara - que trabalha com informática - deve ter perdido a senha do e-mail, porque nunca tive resposta. Por sorte o prejuízo não foi grande.

Lá vai eu e mais uma das minhas reflexões filosóficas. O que parecia um assunto muito bem resolvido, na paz, se tornou uma sacanagem. O cara tava errado, poxa. Custava ele ser homem de assumir a culpa dele? Claro que custava! E que história ele iria contar no bar depois se tivesse sido honesto? Ser honesto pega mal hoje em dia. É ridículo ser honesto. Onde já se viu? Que coisa mais brega!

Há quem diga que o mundo é dos espertos. Isso é que é ser esperto? Bom, se for assim, quanto será que tá custando um veneno de rato, hein? Será que se eu fizer um coquetel, como os de balada, misturando refrigerante, desce mais fácil? Porque viver no mundo desses espertos não me inspira nem um pingo de ânimo. (Não, eu não me suicidaria por causa de um idiota desses; ele não vale tudo isso.)

Talvez conceito de "esperto" pra mim tenha outro peso. Por exemplo: uma pessoa que aproveita oportunidades é uma pessoa esperta. Uma pessoa que tem personalidade e não entra em roubadas simplesmente porque está na moda é uma pessoa esperta. E desde quando uma pessoa desonesta é esperta? Ela é corrupta, isso sim! (Preconceitos e enganos quanto ao significado das palavras ainda será tema para um post neste blog - aguarde!) Fala-se tão mal dos engravatados do senado, mas ninguém tem espelho em casa, né? Desde quando contar vantagem sobre corrupção é bonito? Eu devo ter um conceito muito errado do que é legal e do que não é, porque pra mim isso é doentio, caso de estudo para a psiquiatra.

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Selo: Mais que parceiros - Verdadeiros amigos

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Só pra descontrair. Já que eu ganhei, vamos mostrar. Quando se ganha um selo, sem razão é que não é. Já que eu ganhei, quero exibi-lo mesmo. Obrigada, Monique! Amo você! Aliás, é você quem merece isso, não eu! ;)


Este é um selo que recebi do Catacrese, poeta e blogueiro autor de profundos e misteriosos escritos ;)

Regras:

1-Avise os blog parceiros sobre o recebimento do selo nos comentarios ou no livro de visitas
2-Coloque o endereço da url do blog que criou o Selo
3-Coloque a url do blog que indicou o selo
4-E coloque os blog indicados por você para receber o selo.

Blog que criou o selo:

Dor Lagrima Gótico Medieval

Blog mais que Parceiros Verdadeiros amigos. indicados:

LUDocência
Olha a Discrepância!
AninhA Fontana - Pequena Guerreira

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O poeta e o escritor

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

- Além do mais eu vivo o que escrevo.

- Ah! Quer dizer que você também é escritor. Está vendo, bem que eu desconfiava.

- Poeta. Não escritor.

- Qual é a diferença?

- Acabo de expô-la.

- Não a captei.

- O poeta, o verdadeiro poeta, vai até as últimas consequências. Não só escreve o que vive como, principalmente, vive o que escreve. Seus atos estão de acordo com sua palavra. Sua forma de viver coaduna-se com a de escrever e vice-versa. E a grande poesia é a dos extremos. E não venha me dizer que existem poetas que fazem outro gênero de poesia. Sabe, aquela coisa rançosa das academias, de certas agremiações, ou de certos poetinhas que compõem alguns versinhos comportados, contidos como freiras histéricas e herméticos como esfinge de subúrbio, vomitavelmente líricos, místicos ou patrióticos. Pouco ou nada me interessa a rima, o ritmo e a própria musicalidade desde que a visão, a alucinação esteja presente. O poeta é um visionário antes de mais nada. Enquanto o escritor...

O Homem-de-Zárkia exaltara-se. Havia paixão em sua voz e, embora eu não pudesse ver seu olhar, sabia que suas pupilas deveriam estar soltando faíscas naquele momento.

- Enquanto o escritor?... - perguntei.

- O escritor é, via de regra, mais racional. Logo, mais pobre, ou seja, mais limitado. Sem contar que ele vive numa torre de marfim, totalmente alienado.

- Esses atributos podem ser também aplicados aos poetas.

- Nesse caso não são poetas. Poeta não é aquele que escreve versos - qualquer um aprende a escrever versos, é uma questão de técnica -, mas um modo de viver. Ser escritor não é um modo de viver.


(Trecho de O Bábraro Liberto, de R. Roldan-Roldan)

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O poder das palavras - mais um passo para um mundo melhor

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

(E aí vem o post mais hipócrita que eu já escrevi na vida. Prometo nunca mais fazer isso novamente. Não posso fugir sempre dos meus princípios, né? Que credibilidade eu teria?)

Momentos de raiva são ótimos detonadores de sinceridade. Aliás, acho que isso deveria ser usado em técnica de tortura de guerra: ao invés de agulhas de bambu sob as unhas, é mais fácil deixar o cara com raiva. Muita raiva. Só assim para ele falar tudo o que sente, tudo o que pensa, e nunca teve oportunidade (coragem) de falar antes. O sentimento de raiva é capaz de bloquear a mente a ponto de nos fazer perder totalmente o controle sobre nossas ações. É melhor que soro da verdade. Às vezes a gente tolera tanta coisa errada que nem percebe que já está chegando ao ponto crítico (sutil, até, eu diria) entre a serenidade (razão) e a raiva (falta dela). É como se todas essas coisas aborrecedoras fossem se acumulando em algum canto escuro e esqucido da mente, até que ele fica tão cheio, mas tão cheio, que transborda e contamina todo o resto.

Às vezes esse transbordamento é bom: falamos verdades a pessoas que precisavam ouvi-las para "se tocarem"; balde de água fria às vezes é a única coisa que acorda essas pessoas e as arranca de sua alienação. Por outro lado, é como em acidentes de carro provocados por bêbados: a pessoa mais inocente é sempre a que morre. Num estouro de raiva, a pessoa que menos tem a ver com a sua irritação é a que sai mais magoada. No momento de raiva você finalmente fala tudo o que pensa dos defeitos dela, mas só quando se acalma percebe a burrada que fez. Porque ela não tinha defeitos? Não exatamente (quem está livre de defeitos?). Mas porque você falou sinceramente demais. Não dizem que a sinceridade é a base de todo relacionamento? É e não é. É, porque viver num mundo de ilusão e incertezas é horrível. Não é porque até a verdade tem que ser, de certa forma, maquiada de vez em quando, porque verdade é uma coisa dura e pesada que, se cai no pé, tem que amputar. Machuca de verdade. E dói demais. Pior que isso só quando, junto com a verdade, nos equivocamos e dizemos não-verdades, que ferem ainda mais.

E quando fazemos coisas que pensamos ser boas ou que não vai afetar ninguém, e "matamos" outra pessoa por conta disso? Fazemos isso toda hora e nem percebemos. Não raro tomamos atitudes pensando em nós mesmos esquecendo-nos das consequências. Talvez a única lei da física que faça sentido para mim: toda ação gera uma reação. Pena que não conseguimos prever as reações. Tá, algumas pessoas simplesmente não estão nem aí. Às vezes a gente realmente fez sem querer, sem intenção de magoar. Mas fez. Aconteceu. Magoou. Quantas vezes isso já não aconteceu?

Quando você é criança e briga com seu irmão seus pais te mandam pedir desculpas. Aí você fala, porque se não falar vai ficar de castigo. Mas que sentido tem esse pedido de desculpas? Nenhum. É vago e não significou nada. Você não reconheceu verdadeiramente o erro que cometeu para dar o devido valor ao pedido de desculpas. Essa é uma das expressões que, para mim, está perdendo o sentido, pelo excesso de uso sem conexão com o que realmente se sente ("te amo" e a palavra "crítica" estão na minha lista de "palavras perdendo seu real sentido" - assunto para outro post). Atualmente a gente já cresce sem entender o peso das palavras.

E não pense que a pessoa realmente esqueceu o que aconteceu quando te responde "tudo bem, já esqueci" quando você fala um "desculpa" vago. Pense na sua vida: você realmente esqueceu uma mancada dada pelo seu melhor amigo um dia? A menos que o mundo sofra de Alzheimer, eu duvido que tenha alguém que verdadeiramente esqueça mágoas. A educação nos faz dizer sempre "não tem problema", "não foi nada". E a gente quase sempre está sendo extremamente falso quando diz isso. Tudo pela política de boa vizinhança.

Mas se o feito não pode ser desfeito, o que fazer para se redimir? Veneno de cobra se cura com veneno de cobra. Se a sinceridade machuca, a sinceridade também é cicatrizante. O bom dos momentos de raiva (em pessoas normais, claro) é que depois, quando passa, nos sentimos um lixo por reconhecer que exageramos. Reconhecer nossos erros é um começo. Mas não basta. O ideal é contar para quem a gente magoou que reconhecemos o erro. Segundo passo dado. E o mais difícil de todos: perdir desculpas.

Por que será que é tão difícil perdir desculpas? Porque sempre achamos que as pessoas vão tripudiar em cima da nossa humildade se fizermos isso (e eu me incluo nesse grupo, admito). É bom saber que se está certo, mas é totalmente humilhante (e quanto maior o orgulho da pessoa, pior é) reconhecer que erramos, e ainda por cima fazer isso publicamente. Mas atos de coragem como esse deveriam ser reconhecidos como heroísmo e - "viajando" alto - heroísmos como esse salvariam o mundo todos os dias.

A pessoa que "deve" essa palavra nem sempre consegue entender o sentido disso, mas a pessoa que precisa dela sabe bem a importância de um ato assim. Muitas vezes ela está "presa", de verdade, e só um pedido de desculpas ou um agradecimento esquecidos lá atrás são eficazes para libertá-la. Talvez não conserte 100% as coisas, mais melhora tudo! E as vezes a vida até pode voltar a correr numa boa, como antes. Esperança (e otimismo) é tudo.

Engraçado como são as coisas, né? Parece que quanto mais próxima a pessoa é de você, mais difícil é pedir desculpas. Vai entender!

Ponto final.

(Se alguém se identificou com esse texto, por favor, entenda como um pedido de desculpas da parte de uma orgulhosa covarde - que sou - que não tem coragem de dizer isso pessoalmente. Mas se o assunto continua não resolvido pra você, fala comigo. Normalmente eu sou aberta esclarecimentos. Gosto das coisas assim.)

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Por que as mulheres usam maquiagem

domingo, 13 de setembro de 2009

Dizem as piadas machistas que se você quiser realmente saber como é uma mulher, é só lavar-lhe o rosto. Sabe-se lá quando inventaram a maquiagem, mas as mulheres parecem não saber mais viver sem ela desde sempre. Esse artifício tem sido muito útil para exaltar uma ou outra característica facial que a mulher prefira em si mesma, ou esconder algum “defeitinho” que por ventura possa aparecer.

Eu sempre digo que não sou uma mulher muito convencional: detesto fazer compras, não entendo absolutamente nada de roupas e quando muito só uso um batom (e é um mesmo). Talvez isso tenha se dado pela minha criação na infância: eu só andava com moleques, adorava jogar bola e odiava bonecas. No meu aniversário detestava ganhar vestidos, saias e Barbies, mas as pessoas insistiam, talvez com a esperança de eu me tornar uma “menina bailarina”. É, eles não conseguiram. Hoje eu resisto menos aos vestidos e saias, mas ainda me sinto mais confortável com calças e tênis, e bonecas, só as minhas bruxinhas (para os desavisados, eu faço coleção de bruxas).

E por causa dessa desconexão que tenho com o mundo feminino (observação importante: o fato de eu não ser exatamente o que se espera de uma mulher dita tradicional não me torna lésbica), vira e volta eu me surpreendo com coisas novas que descubro. De vez em quando me dá uma luz, como nos desenhos animados, sabe? Quando o personagem tem uma idéia brilhante e aparece uma lâmpada acesa sobre sua cabeça. Aí eu me dou conta de certas coisas interessantes.

Por exemplo, a maquiagem. Por que as mulheres usam maquiagem? Para realçarem sua beleza? Tem certeza? Eu acho que não. As mulheres não precisam realçar sua beleza; elas já são belas por natureza. Sempre terá pelo menos um homem interessado nelas. Como costuma dizer um amigo meu, ultra-romântico e extremamente feminista (espécie em extinção), as mulheres são anjos que os homens não merecem. Exageros à parte (e salvo exceções), isso é uma verdade.

Mas então por que raios elas usam produtos químicos na cara que podem detonar suas peles? A maquiagem não serve só para realçar qualidades, mas também para disfarçar defeitos. O mundo machista tentou evitar, mas um dia a gente seria livre para discutir de igual para igual com o mundo masculino; era só questão de tempo. Se antes era um absurdo uma mulher trabalhar, morar sozinha ou até mesmo sair sozinha à noite, hoje em dia essas são coisas normais. Só que para as filhas de Vênus, a coisa é mais complicada, porque além de tudo isso, ainda tem aquele estigma de cuidar da casa, da família (pois é, os homens ainda precisam de mulheres para cuidar deles, e dizer que elas têm que cuidar da família é um jeito de disfarçar isso – por isso eu amo a linguagem!) e aguentar desaforos sem falar nada – porque se reclamar, você não passa de uma mulher frágil e incompetente. A expectativa sobre as mulheres é tão grande que chega a esmagá-las.

Se trabalha, é porque é independente. Se mora sozinha, é porque a sociedade vai pensar mal dela. Se sai sozinha, é uma solteirona “caçando homem” para casar. Se chora, é porque é frágil. Se reclama, é porque é revoltada (isso quando não dizem que é falta de sexo ou TPM). O que querem da gente é uma Barbie: uma mulher linda, sempre sorrindo, sempre servindo, competente em tudo, e que não reclame. Simples assim. As ditaduras militares em todo o mundo também queriam isso: pessoas sorrindo e não reclamando do que achavam estar errado. Que comparação mais besta, não?

Mas onde entra a maquiagem nessa história? Elementar, meu caro: graças à maquiagem a gente pode ter maus dias sem ninguém ficar sabendo, porque com um pozinho aqui, um blush ali, é fácil esconder uma cara triste, uma noite sem dormir por tanto chorar, uma ruguinha de preocupação no cantinho da testa. A maquiagem se tornou um meio revolucionário de esconder sentimentos e continuar agradando a uma sociedade hipócrita que pensa que já deu toda a liberdade que a mulher precisava. Simples assim.

Para opinião parecida, ler o post Por isso que eu amo a Danuza Leão, do blog Esmalte no Pé.

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Por que sou escritor?

sábado, 12 de setembro de 2009

Pergunto-me sem obter resposta: por que sou escritor? Por que sou - com paixão e orgulho - aquilo que, até certo ponto, se opõe ao que me foi transmitido pelos meus ancestrais?... Já que ser escritor não significa ser aquele que escreve, e sim um modo de viver, uma atitude perante a vida, um posicionamento de rebelião e questionamento diante da existência. Seria a própria vida que me fez escritor? Não. Absolutamente. Eu era criança quando escrevia as histórias que inventava. De onde vem essa vocação?...

(Trecho de O Bábraro Liberto, de R. Roldan-Roldan)

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Discussões democráticas e Velhas Virgens

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ontem aconteceu um evento daqueles "de repente": na quarta-feira à noite fiquei sabendo que no dia seguinte haveria um show do Velhas Virgens em Campinas. Como eu gosto pouco de música besteirol - e muito menos de Velhas Virgens -, óbvio que eu não perderia por nada. Mas ir a show sozinho não tem graça, né? Então eu usei de todo o meu dom de persuasão para convencer pessoas a irem ao show também, e como todo bom amigo meu, uma galera falou que ia, mas acabamos indo só minha prima e eu (leia-se: "Turassa, perdeu!" rs). Mas isso não vem ao caso.

O Marcos Frota está com o circo dele aqui em Campinas, e cedeu a tenda para o show. E como não poderia deixar de ser - o que é mais do que normal para um show de rock - tinha algumas pessoas fumando por lá. Eu só não tinha notado antes que eram relativamente poucas. E não é que tinha segurança no lugar pedindo para os fumantes apagarem seus cigarros? Pois é. Tava explicado o caso! Como todo mundo sabe, desde o mês passado, fumantes estão sendo censurados em lugares fechados. Mas não sabia que o negócio estava sendo levado tão a sério assim. Eu, particularmente, achei ótimo. Como já disse antes: que me perdoem os fumantes, mas eu adorei essa lei!

Para quem já viu um show do Velhas Virgens sabe: o Paulão (vocalista da banda) adora falar e causar um rebuliço. Eu fiquei em dúvidas várias vezes se ele falava porque acreditava mesmo no que estava dizendo, ou se era só pra alimentar os ânimos da galera. Outra coisa que não vem ao caso. Mas ele levantou dois pontos interessantes sobre democracia que achei interessante.

Primeiramente, levemos em conta as seguintes definições: segundo os dicionários, democracia é um sistema político no qual todos têm direito a voto. Nesse ponto o Paulão tem razão: os brasileiros não foram consultados quanto à aprovação dessas leis, o que, teoricamente, fere o direito de opinar do cidadão que pertence a uma democracia. Mas como ele mesmo disse em outro momento do show, imagina fazer um plebicito para isso? Seria mais uma desculpa para desvio de verbas. Muita confusão por nem tanto assim. Agora, liberdade já tem outro significado: em suma, direito que um cidadão tem de fazer o que quiser, desde (atenção a esse conectivo) dentro das limites da lei.

Segundo o Paulão, o governo quer interferir no direito que as pessoas têm para decidir o que fazem ou deixam de fazer. O primeiro ponto em que ele se baseou para falar sobre isso foi a Lei Seca: "Quem é que bate um carro se beber 1 só latinha de cerveja na noite?". Com certeza. Até aí tudo bem; eu também acredito que não é bem a bebida que causa os acidentes no trânsito que vemos por aí, e sim os motoristas. Mesmo porque eu seria hipócrita se discordasse dele, porque eu também costumo beber e dirigir, e nunca fiz bobagem no trânsito por causa disso. O problema não é "beber e dirigir" e, sim, "não saber beber e dirigir". Na minha opinião, a pessoa tem que assumir a responsabilidade por suas decisões, e se ela decide que vai beber e vai dirigir, então que ela saiba se controlar e reconhecer o momento de parar. Além do mais, Murphy é tão safado que eu nunca vi um bêbado se dando mal num acidente, mas as pessoas do outro carro (e de fora do veículo), que não tiveram nada a ver com a bebedeira do irresponsável, sim. Não estou defendendo o governo, que perde muito tempo e dinheiro procurando pelo em ovo, mas nesse caso eu fico do lado dele. Afinal, a lei só surgiu porque as pessoas aparentemente não conseguiam fazer a coisa funcionar sozinhas.

O segundo ponto era justamente sobre o cigarro. Tudo bem, concordo que o cara tem direito de fumar, se ele quiser, mas e o não-fumante, como fica? "Ah, é só não sair com fumante", dizem os fumantes com resposta (cretina) pronta. No meu caso, se eu resolver não sair mais com fumantes, não saio com mais ninguém praticamente. Aí o não-fumante tem a opção de não sair com fumantes? Mas para sair com seus amigos, eles podem optar por se sacrificar um pouquinho e aguentar a fumaça tóxica dos amigos. Parece justo isso? Se o não-fumante pode se sacrificar um pouquinho para estar com os fumantes, porque esses últimos também não podem? Qualquer relação humana sugere alguns pequenos sacrifícios de ambas as partes, se não ninguém se daria bem nunca. Amores da minha vida que fumam: eu já fiquei reclamando do cigarro de vocês? Não, né? Mas nunca neguei também que prefiro quando vocês não estão fumando. Pelo bem de vocês mesmos, porque odiaria perder um amigo por causa de uma droga de um câncer de pulmão ou um efizema (a cena, no hospital, é triste; vai por mim!).

Liberdade é um assunto muito complexo mesmo. Afinal, cada um define isso do jeito que quer. E já que todo mundo acha que pode fazer isso, eu também vou fazê-lo. Liberdade, na minha opinião, é o direito que você tem de fazer (ou não) o que bem entender, sem ninguém dando palpite ou tentando interferir de alguma forma. Só que a sua liberdade é uma coisa restrita a você. Se você acha que o que você vai fazer fai interferir na vida de alguém, você já tá invadindo o espaço do outro, e aí temos um problema. Se o cara quer fumar até o pulmão virar uma pedra de carvão e beber até o fígado ficar do tamanho de uma bola de basquete, (azar) direito dele; mas se a fumaça que ele produz queima também o pulmão dos outros, e a bebida q ele tomou vai torná-lo um risco à vida de outras pessoas nas ruas, aí o cara tá sendo um belo de um folgado, egoísta, que só se preocupa com ele. Num mundo em que é impossível se viver sozinho (pois é, por mais solitário que você seja, essa é a triste verdade do mundo), tão impossível quanto é fazer as coisas sem pensar nem um pouquinho nas consequências que suas ações podem ter.




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Oficinas Culturais e a má divulgação campineira

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Há alguns anos o Governo de São Paulo oferece oficinas culturais gratuitas em diversas cidades do estado. O negócio é simples: alguém bem intencionado vai lá, apresenta um projeto de oficina e espera pela aprovação. Se aprovada, a oficina se dará de graça para quem quiser participar. Quem estiver interessado deve procurar a sede do projeto da sua cidade (ou região) e se inscrever. A maioria é para público leigo no assunto. Ao final da oficina a pessoa até recebe um certificado – o que sempre é muito bom para o currículo, mas a experiência e crescimento pessoal também são coisas muito legais.

Fácil, né? Pois é. Agora só falta a divulgação. Tem várias oficinas legais que acabam sendo canceladas por falta de quorum, simplesmente porque ninguém nem ficou sabendo delas. Eu amo Campinas, mas às vezes minha cidade linda-do-coração pisa na bola nesse aspecto. Lembrando que ela mesma não está gastando nada com isso, porque o investidor, no caso, é o Estado. Vai saber o que eles pensam que estão perdendo com isso, né? Cada louco com sua loucura...

Bom, alfinetada dada, vou completar a informação. Quem quiser se informar sobre as sedes do projeto Oficinas Culturais e conhecer sua programação é só acessar o site da Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo. Lá, além de programações e endereços, você também encontra outras informações interessantes sobre o projeto, como os objetivos deles.

Fica a dica: já que o Estado está tentando investir de forma útil o dinheiro dos impostos, temos que prestigiar também, né? Falar mal é muito fácil, mas é legal prestigiar boas iniciativas de vez em quando também. Essa é uma forma de motivá-las, não?

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Contra gripe suína, doses cavalares de Jason!

domingo, 30 de agosto de 2009














Hoje é dia de duelo de titãs. De um lado, o primeiro do campeonato, Palmeiras; do outro, o tricolor paulista, São Paulo. De um lado, Ricardo Gomes, que tem se saído muito bem como técnico do tricolor; do outro, um velho conhecido, Muricy Ramalho, que também fez muito pelo time do Morumbi. Eu gostava do Muricy, sabe?

Bom, de qualquer forma, eu já tenho meu favorito: meu bom e velho tricolor não costuma me decepcionar. Que Tamiflu que nada! Contra gripe suína, remédio bom mesmo é Jason!

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O não premeditado

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Uma das minhas músicas favoritas do CPM 22 é "Antes Que Seja Tarde". Atenção a um trecho da letra:

"Não escolhi te conhecer
Espero sem saber
O que diabos vai acontecer"

Realmente, pessoas entram e saem da sua vida desde que você nasce até o seu derradeiro fim. Quem disse que você teve opções? Elas simplesmente aparecem, sem pedir licença, sem aviso prévio. Tampouco cabe a nós escolhermos se vamos gostar delas ou não; isso simplesmente acontece. Seria bom mesmo se a gente tivesse controle sobre essas coisas, tornaria tudo tão mais fácil.

Na cultura japonesa há a crença de que as linhas do destino não possuem pontas soltas: elas sempre ligam uma pessoa à outra (e não necessariamente existe só uma ponta). Deve ser por isso que quando se perde contato com alguém querido sofra-se tanto. Afinal, era uma linha ligada a você, portanto, uma linha importante.

Quando li "O Pequeno Príncipe" pela primeira vez (nas aulas de religião do colégio de freiras onde estudei), achei extremamente chato. Talvez essa opinião tenha sido um pouco rebelde, baseada na recém auto-descoberta do meu ateísmo. Enfim, eu nunca tinha entendido direito o sentido da mensagem chave do livro: "Tu es responsável por aquilo que cativas". Anos depois, acho que finalmente entendi.

Assim como as pessoas entram e saem da sua vida sem aviso, você também faz isso com elas. O problema não mora no "entrar", mas, sim, no "sair". Porque às vezes você sai tão de repente, tão de sopetão, que assusta o coitado (e se ele for cardíaco?). Você acaba, de fato, se tornando responsável pela pessoa na outra ponta da sua linha do destino. Sem querer, a felicidade dela depende da sua, o seu estado de ânimo é o que determina o sussego dela ou não. O que parecia trivial, se torna uma questão complicada de se lidar e que não pode ser ignorada (apesar de às vezes ser) - muito menos quando se está de acordo com essa opinião (isso torna as coisas astronomicamente piores).

Relações humanas são tão complexas, né?


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Pequenos passos para um mundo melhor

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Que me perdoem aqueles que gostam disso, mas o FanMixCon (evento de anime, mangá e RPG de Campinas) há alguns anos tem uma modinha meio estranha: as plaquinhas. O povo fica perambulando com uma plaquinha com as mais diversas coisas possíveis escritas, desde "Você acha que o Naruto é gay?" a "Salvem as baleias!". Mas de uns anos para cá eu também tenho visto alguns cidadãos exibindo os seguintes dizeres: "Abraços Grátis". E me perguntava: "whatahell?!".

Ontem, por acaso, encontrei na internet alguns rumores sobre a "Free Hug Campain" (Campanha Abraço Grátis) e fiquei curiosa. Para mim, isso era só uma brincadeira que eu ouvia os outros falando, mas me admirei ao saber que existia de fato uma campanha assim. A idéia da campanha é a seguinte: abrace alguém que você não conhece e, sem querer, você fará o dia daquela pessoa mais feliz. Em outras palavras, às vezes um abraço é tudo o que alguém está precisando, mas não encontrou oportunidade de ganhar um ainda naquele momento.

A campanha surgiu em 2004, em Sidney (Austrália). O precursor dela foi um cara chamado Juan Mann. Ele contou que teve a idéia quando voltou de viagem uma vez. Quando chegou ao aeroporto, não tinha ninguém esperando por ele lá; por outro lado, ele viu outras pessoas chegando e trocando abraços com amigos, famílias, namorados, enfim, pessoas que estavam esperando por esses viajantes. Aí ele teva a idéia de improvisar um cartaz, escrever "Free Hugs" nele e sair andando pelo aeroporto para ver o que acontecia. Não demorou muito e uma mulher se aproximou e o abraçou. Depois, contou a ele que naquele dia ela estava muito mal, porque o cachorro dela tinha acabado de morrer e aquele também era o dia em que a filha dela havia morrido em um acidente de carro um ano antes. Ou seja: o que a mulher mais queria (precisava!) era um abraço, e não tinha ninguém para ajudá-la.

Há alguns anos atrás eu li uma matéria interessante. Uma universidade dos Estados Unidos tinha feito um estudo sobre o abraço. A conclusão que eles tiraram é que o abraço faz bem à saúde. Fisiologicamente falando, ele alivia tensões e previne contra pressão alta. Além disso, psicólogos e psicanalistas relacionam o abraço à melhora de auto-estima e sensação de bem estar, já que, convenhamos, um abraço de forma alguma pode ocorrer sozinho: precisa de uma troca de, no mínimo, duas pessoas, e esse contato faz com que ambas as partes se sintam, mesmo que inconscientemente, seguras, satisfeitas, bem. Para que quiser ver a matéria na íntegra, ela foi lançada pela BBC.

Agora pensemos na sociedade de hoje. Quantas pessoas você conhece que você pode chegar numa boa e dizer "Me dá um abraço?", sem sentir-se constrangido ou com medo do que a pessoa pode pensar? Quantos abraços sinceros você dá (ou recebe) por dia? A sociedade reclama, mas ela tem ficado cada vez mais e mais impessoal, mais fria. Ninguém mais nem sabe o que significa afeto (e não estou falando de relacionamentos românticos). Infelizmente, parece que estamos fadados à solidão. Que perspectiva mais triste para nós, da geração que viverá por volta de uns 100 anos!

E aí você vê gente falando de cada um fazer um pouco para melhorar o mundo, mas o que estamos fazendo de verdade? Movido por esse pensamento, Juan Mann começou a fazer a parte dele do jeito mais inacreditável possível: abrindo os braços sinceramente para um desconhecido. E com esse simples gesto, contagiou outras pessoas, que contagearam outras pessoas, e assim por diante. Hoje a Campanha Abraço Grátis já tem adeptos no mundo todo. Ou seja: o problema da solidão é muito maior do que se imagina. A galera diz: "O mundo precisa de paz!". Mas porque será que o povo só sabe falar, e não põe em prática o que diz? O que você pensa que é mínimo, como um simples abraço, pode, sim, fazer o dia de alguém; às vezes é só disso que ela está precisando - e quem sabe, até você mesmo, sem saber. O cara foi incrivelmente corajoso de começar essa corrente, e é de corajosos assim que o mundo está carente. Atitudes aparentemente pequenas como essa é que mudam o mundo - bom, pelo menos, é um jeito de começar... não?

Abaixo, o vídeo da Campanha "Free Hug". Note que as pessoas demoraram para aderir ao apelo de Mann (mais uma característica da sociedade moderna, fria e desconfiada de tudo?), mas depois até "vestiram a camisa" e se divertiram com isso.



Para maiores informações:
Free Hugs na Wikipedia (Vamos lá galera! Existe versão em português também, mas essa em inglês está muito mais completa!)

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Ler devia ser proibido

sábado, 22 de agosto de 2009

É, pensando bem, ler devia ser proibido. Quem lê expande tanto sua mente que se torna crítico. Livros já insentivaram guerras (se estivesse vivo ainda, pederíamos confirmar isso com Hitler), livros fizeram pessoas inventarem coisas, a leitura levou pessoas a quererem revolucionar e mudar o mundo por todos os cantos. Quando se para para (comentário fora do assunto: detestei o novo acordo ortográfico!) pensar, ler é uma arma muito poderosa, e não deveria ser dada assim, sem mais nem menos, a qualquer um - muito menos às crianças! Imagina se elas crescerem sob essa influência "maligna" e desenvolvermos acidentalmente futuros inventores de formas não-poluentes de se locomover e curas para doenças até hoje incuráveis? Não, nem pensar! Quem foi que disse que ler é importante e todos deveria ter acesso a isso? À guilhotina com ele!

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Muito barulho por (quase) nada

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O assunto da moda agora é a tal da gripe dos palmeirenses, a gripe suína. Não se fala em outra coisa. Quando eu era criança, a preocupação era a AIDS, depois a gripe aviária. Quando o pânico por uma coisa passa, inventam outro, que é pra manter as pessoas sempre em estado de alarde.

Eu não sou uma punk rebelde pensando propositalmente de forma contrária ao resto do mundo. Mas penso que todo esse barulho que estão fazendo por causa dessa gripe é exagero. Se ela é perigosa, tudo bem; o problema é a forma como estão falando sobre ela.

Imagina a cena: um daqueles filmes pastelões de "sessão da tarde", em que uma autoridade do governo está falando para um auditório lotado dotado de apenas uma saída de emergência. De repente, um agente do serviço secreto entra, sobe discretamente no palco e cochica alguma coisa no ouvido do palestrante. Este, depois de alguns segundos de reflexão, fala no microfone: "Eu fui informado de que há uma bomba relógio no auditório. Mas não se desesperem! Retirem-se ordenadamente pela saída de emergência". O que acontece? Todos saem correndo ao mesmo tempo, gritando, atropelando uns aos outros. É isso o que está acontecendo com o caso dessa nova gripe.

Se o caso é sério - e eu não nego isso -, a forma mais adequada de lidar com isso era informar a população, e não aterrorizá-la. Dizer que, como qualquer outra gripe, o que você precisa é manter-se saudável, manter uma boa alimentação, beber muita água e ter os cuidados mínimos de higiene. E, se por acaso você contrair a gripe mesmo tomando todos esses cuidados, o máximo que acontecerá é você ficar de cama alguns dias, pois se corpo está preparado para enfrentá-la, e depois disso, você estará imune a ela. Simples, não? E muito mais eficaz.

Convenhamos: a mídia está se fazendo de morta com essas atitudes hipócritas. Acidentes de moto matam centenas de pessoas por ano, e nunca ouvi ninguém fazendo alarde e tentando combater a venda e uso desse veículo. O cigarro mata milhares de pessoas por ano no mundo inteiro, e nunca vi ninguém fazendo campanhas de pânico - como essa que estão fazendo com a tal da Gripe A - e proibindo o maldito. Por isso digo que é hipócrita esse barulho todo que estão fazendo.

Para encerrar, assistam a este documentário do argentino Joaquín Arrieta (está em espanhol, mas tem legenda em português); é curtinho: tem apenas 10 minutos. Fala exatamente sobre o que eu penso sobre essa gripe.

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A história do sol

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mariana Baroni Fontana

Se o sol não fosse quente, como seria capaz de afastar o frio? Serafim era um anjo de carne e osso. No mundo, para ele, tudo era sol e, por isso, quase congelava quando a luz ia embora. O dia escurecia sempre quando alguém a quem ele se dedicava tanto o magoava. Raramente aconteciam exceções, e com Magda não foi muito diferente.

Serafim levava o coração apertado porque a alegre Soraia já havia encontrado o seu sol. E mais uma vez o dia ficou frio. De longe, apontado por amigos, Serafim foi avistado por Magda, que não tinha para quem ser sol. O coração da garota se iluminou com os olhos do rapaz e, então, se apaixonou.

Serafim se afastou. Correu, corre, correu. Quis até ter assas como um anjo de verdade, para sair voando, livre, e encontrar um porto seguro para se esconder.

Os amigos de Serafim, vendo sua aflição, ao invés de ajudá-lo a escapar, ajudavam-no a decidir-se por ficar.

Serafim não foi embora e resolveu dar uma chance à Magda de ser seu sol. No começo, era um solzinho insoso, fraquinho. Nem para iluminar prestava. Mas esse sol começou a ganhar força, tornando-se o maior dos sóis. Ficou tão grande que cegava os olhos de quem via.

E então Magda foi embora, sem dizer nada, sem deixar nada. Não voltou mais. E o sol de Serafim se apagou brutalmente, como se lhe tivessem jogado água fria, congelando tudo a sua volta mais uma vez.


(Eu escrevi esse conto há dois anos atrás, no meu primeiro ano de faculdade - é, foi durante uma aula, sim. Não sei sob quais circunstânicias - não me lembro. Bom, foi um ano muito produtivo pra mim, do ponto de vista literário. Quem sabe futuramente eu não publique mais coisas daquele tempo aqui? Ah, como escritora, eu perciso da crítica para evoluir, OK?)

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Pseudo-depressão

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Descobri esses tempos atrás uma coisa interessantíssima, da área que eu deixei para trás (a enfermagem): nem sempre depressão é depressão.

Todo mundo quando acorda triste, achando que o mundo é uma droga, que ninguém o ama e ninguém o quer fatalmente pensa: "Sou um depressivo desgraçado!". Se isso já aconteceu com você, cuidado: você pode simplesmente estar passando por uma crise depressiva, e não necessariamente estar sofrendo de depressão. Depressão é uma doença psiquiátrica (pois é, é o psiquiatra que cuida, com ajuda do psicólogo, se ele julgar necessário e te indicar; mas de qualquer forma, o médico certo é o psiquiatra) séria, que ata suas mãos e dificilmente você consegue se livrar disso sozinho. Um depressivo precisa de fato de ajuda especializada - e não é vergonha nenhuma se tratar, muito pelo contrário: vegonha é você não ter controle sobre você mesmo.

A crise depressiva, muito mais amena do que a depressão, é uma coisa até que corriqueira: todo mundo tem, já teve ou invariavelmente um dia vai passar por isso. Quem é que nunca teve um dia ruim? Se você está vivo, está sujeito a isso, não há muito o que se possa fazer. Há quem diga que quem tem bons amigos não sofre de depressão. Bom, a frase deveria falar da crise depressiva, e não da depressão. Amigos ajudam na depressão também, mas na crise depressiva a eficácia deles é mais fácil de ser notada. De qualquer forma, a crise depressiva você consegue reconhecer, e se você não é do tipo que gosta de se fazer de coitadinho, você consegue dominá-la, você não perde o controle.

O problema é que não é "só" isso (como se já não fosse pouco, né?) que pode deixar uma pessoa incontrolavelmente "pra baixo". Existe uma terceira hipótese que muita gente desconhece, e por isso mesmo acava ficando com as opções de título mais comuns (as colegas citadas acima). Uma outra patologia (acho essa palavra mais bonita que "doença") que pode causar crises depressivas (e não depressão) é o hipotireoidismo.

Vamos por partes. Tireóide é uma glândula que todo mundo tem na região da garganta. Como toda boa glândula, ela produz uma caralhada (com o perdão da palavra) de hormônios. Hormônios são substâncias que servem pra fazer todos os processos do seu corpo funcionarem como devem. A grosso modo é isso.

Bom, no caso da tireóide, ela é a estrelinha do seu corpo: sem dúvida é uma das - se não a mais - importante glãndula que você tem. Dentre os zilhões de hormônios que ela produz, estão o tiroxina e o triiodotironina (carinhosamente apelidados de T4 e T3, respectivamente), responsáveis pela manutenção do metabolismo. E metabolismo não está ligado só e simplesmente à velocidade com que seu organismo digere o que você come (bem que ele queria, coitado, mas, infelizmente, por hora vai continuar trabalhando assim, como um camelo, sem ganhar hora extra por isso). Metabolismo é um conjunto de reações necessárias pra fazer todo (eu disse TODO) o seu corpo funcionar, de um modo geral.

Como todo processo fisiológico, a produção desses hormônios não é igual em pessoa nenhuma. Tem gente que produz demais (e aí constitui o hipertireoidismo), tem gente que produz de menos. Quem produz de menos, como o próprio nome diz, tem hipotireoidismo. E por produzir de menos, seu metabolismo trabalha um pouco mais devagar. Por causa disso, a pessoa começa a ter sintomas parecidos com os da depressão: desânimo, sensação de cansaço, de exaustão, falta de iniciativa pra fazer qualquer coisa (síndrome de Macunaíma: Ai! Que preguiça!), sonolência (praticamente um Garfield numa 2ª feira).

Beleza, aí a pessoa se toca dos sintomas, percebe que tem algo errado, e o que ela faz? Procura um psiquiatra! Que resposta mais lógica do que essa? E o psiquiatra faz o que? Diagnostica depressão, o mal do mundo - ou da moda; nem sei mais, viu? Quando na verdade o cara deveria ter procurado um endocrinologista. Com um simples exame de sangue ele teria tirado a dúvida e estaria ciente se o problema dele era na mente ou na tireóide.

Aí o cara vai ao psiquiatra, que receita antidepressivos. Os antidepressivos funcionam, sim, mas só porque eles foram feitos pra combater os sintomas da depressão - que são quase os mesmo do hipotireoidismo. Ou seja, sem querer, o cara vai camuflar essa última doença com remédios pra tratar a primeira. Sei lá, na minha rápida experiência com área da saúde eu aprendi que remédio é coisa seríssima, então você tem que prestar muita atenção quando tiver que fazer isso. Remédio é uma droga que vai alterar alguma coisa no seu organismo, então tem que ter um porquê importante pra isso.

Bom, pra terminar, antes que eu fuja do assunto (sou expert nisso!), se você se está se sentindo um lixo, acha que esse mundo é uma droga e não é emo, você pode não ter depressão, e sim estar simplesmente passando por uma crise depressiva graças à sua querida tireóide. O cara certo é o endocrinologista, e não o psiquiatra. E se, por acaso, o endócrino te disser que está tudo bem com suas glândulas, aí sim você deve procurar o psiquiatra.

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Segundo dia

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Segundo dia: dia de faxina. Essa foi a segunda tentativa de me adapar ao Blogger. Bom, aparentemente não foi tão ruim. Consegui mudar para um template interessante - créditos ao meu amigo Diógines, que sugeriu o site Our Blogger Templates. Muito boa sugestão, por sinal. Para quem quiser tentar, o site está em inglês.

Fase dos templates superada; emperiquitação do espaço. Já transferi os principais links de blogs e sites da antiga casa, fazendo a devida limpeza em URLs desativadas e desatualizadas. Só não pretendo colocar muita coisinha e poluir a visão como estava o outro: a idéia desse era tanto prezar pela simplicidade, que olha só qual foi o template que mais chamou minha atenção.

O próximo passo serão os posts: num primeiro momento manterei as duas URLs e postarei simultaneamente nos dois blogs. Não quero me desafazer do outro blog; faz anos que eu o mantenho, e seu histórico é importante para mim. Mas quero trazer de lá alguns dos posts que mais gostei (de fazer e do resultado). Os últimos têm sido mais sérios, menos pessoais, porque é esse mesmo o objetivo. Quando meu blog nasceu tinha o objetivo inicial do blog em si: um diário virtual ao qual todos têm acesso. Agora, não vejo mais a mínima graça em expor minha vida a todos - mesmo porque, quem me conhece já sabe que a expressão "livro aberto" se encaixa perfeitamente para mim, e não é uma ferramenta de internet que faria com que eles soubessem mais ou menos sobre mim. O que me atrai mais agora no blog é poder "cronicar" meus pensamentos, divagar, largar pensamentos por aí mesmo - como sugere o título desse blog.

Aguarde as cenas dos próximos capítulos.

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Casa nova

domingo, 31 de maio de 2009

Primeiro dia. Vamos ver como vão fluir as coisas. Eu estava pensando mesmo em "mudar de casa", mas não tinha tempo, tão pouco motivação para tal. Digamos que, desde meu primeiro blog até este, o número de preocupações que invadem meu cérebro se multiplicou astronomicamente. Mas é a vida. Quanto mais velho, mais preocupações. Mas parece que é só até um certo ponto: eu imagino que, ao chegar ao ápice das preocupações, elas começam a reduzir-se paulatinamente, como numa montanha russa, até chegarem a 0 novamente. Bom, eu ainda estou na fase da subida, e - espero! - não estou nem perto do ponto mais alto dessa montanha russa. O jeito é sentir o vento batendo na cara e se divertir!

O grande dilema pra mim agora é o (maldito) template! Como eu não sei fazer, eu fico dependendo da criatividade alheia. Mas como boa libriana que sou, haja indecisão! Até agora não encontrei nenhum legal. Estou procurando algo simples, mais claro do que o do outro blog (pra que se interessar, www.marizinha2.blogger.com.br). Se alguém tiver alguma sugestão, sou toda "ouvidos".

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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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