Ser honesto pega mal

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Há umas 2 semanas atrás um homem bateu no meu carro - diga-se de passagem, parado no sinal vermelho (e depois dizem que mulher é que dirige mal!). Não, não aconteceu nada a nenhum dos motoristas. A princípio, o cara admitiu sua culpa e se prontificou a pagar o concerto - a batida foi de leve, o estrago foi pequeno: só uma amassadinha no para-choque trazeiro. Ele deixou o cartão dele comigo, e ficau combinado que eu entraria em contato com ele quando o carro fosse concertado para que ele pudesse pagar.

O carro ficou pronto no mesmo dia que foi levado para concertar. Faz uma semana que eu tento encontrar o cara, mas misteriosamente o telefone dele firmou contrato com a caixa postal, pois só ela atende minhas ligações. Ah, tinha um e-mail também, mas o cara - que trabalha com informática - deve ter perdido a senha do e-mail, porque nunca tive resposta. Por sorte o prejuízo não foi grande.

Lá vai eu e mais uma das minhas reflexões filosóficas. O que parecia um assunto muito bem resolvido, na paz, se tornou uma sacanagem. O cara tava errado, poxa. Custava ele ser homem de assumir a culpa dele? Claro que custava! E que história ele iria contar no bar depois se tivesse sido honesto? Ser honesto pega mal hoje em dia. É ridículo ser honesto. Onde já se viu? Que coisa mais brega!

Há quem diga que o mundo é dos espertos. Isso é que é ser esperto? Bom, se for assim, quanto será que tá custando um veneno de rato, hein? Será que se eu fizer um coquetel, como os de balada, misturando refrigerante, desce mais fácil? Porque viver no mundo desses espertos não me inspira nem um pingo de ânimo. (Não, eu não me suicidaria por causa de um idiota desses; ele não vale tudo isso.)

Talvez conceito de "esperto" pra mim tenha outro peso. Por exemplo: uma pessoa que aproveita oportunidades é uma pessoa esperta. Uma pessoa que tem personalidade e não entra em roubadas simplesmente porque está na moda é uma pessoa esperta. E desde quando uma pessoa desonesta é esperta? Ela é corrupta, isso sim! (Preconceitos e enganos quanto ao significado das palavras ainda será tema para um post neste blog - aguarde!) Fala-se tão mal dos engravatados do senado, mas ninguém tem espelho em casa, né? Desde quando contar vantagem sobre corrupção é bonito? Eu devo ter um conceito muito errado do que é legal e do que não é, porque pra mim isso é doentio, caso de estudo para a psiquiatra.

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Selo: Mais que parceiros - Verdadeiros amigos

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Só pra descontrair. Já que eu ganhei, vamos mostrar. Quando se ganha um selo, sem razão é que não é. Já que eu ganhei, quero exibi-lo mesmo. Obrigada, Monique! Amo você! Aliás, é você quem merece isso, não eu! ;)


Este é um selo que recebi do Catacrese, poeta e blogueiro autor de profundos e misteriosos escritos ;)

Regras:

1-Avise os blog parceiros sobre o recebimento do selo nos comentarios ou no livro de visitas
2-Coloque o endereço da url do blog que criou o Selo
3-Coloque a url do blog que indicou o selo
4-E coloque os blog indicados por você para receber o selo.

Blog que criou o selo:

Dor Lagrima Gótico Medieval

Blog mais que Parceiros Verdadeiros amigos. indicados:

LUDocência
Olha a Discrepância!
AninhA Fontana - Pequena Guerreira

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O poeta e o escritor

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

- Além do mais eu vivo o que escrevo.

- Ah! Quer dizer que você também é escritor. Está vendo, bem que eu desconfiava.

- Poeta. Não escritor.

- Qual é a diferença?

- Acabo de expô-la.

- Não a captei.

- O poeta, o verdadeiro poeta, vai até as últimas consequências. Não só escreve o que vive como, principalmente, vive o que escreve. Seus atos estão de acordo com sua palavra. Sua forma de viver coaduna-se com a de escrever e vice-versa. E a grande poesia é a dos extremos. E não venha me dizer que existem poetas que fazem outro gênero de poesia. Sabe, aquela coisa rançosa das academias, de certas agremiações, ou de certos poetinhas que compõem alguns versinhos comportados, contidos como freiras histéricas e herméticos como esfinge de subúrbio, vomitavelmente líricos, místicos ou patrióticos. Pouco ou nada me interessa a rima, o ritmo e a própria musicalidade desde que a visão, a alucinação esteja presente. O poeta é um visionário antes de mais nada. Enquanto o escritor...

O Homem-de-Zárkia exaltara-se. Havia paixão em sua voz e, embora eu não pudesse ver seu olhar, sabia que suas pupilas deveriam estar soltando faíscas naquele momento.

- Enquanto o escritor?... - perguntei.

- O escritor é, via de regra, mais racional. Logo, mais pobre, ou seja, mais limitado. Sem contar que ele vive numa torre de marfim, totalmente alienado.

- Esses atributos podem ser também aplicados aos poetas.

- Nesse caso não são poetas. Poeta não é aquele que escreve versos - qualquer um aprende a escrever versos, é uma questão de técnica -, mas um modo de viver. Ser escritor não é um modo de viver.


(Trecho de O Bábraro Liberto, de R. Roldan-Roldan)

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O poder das palavras - mais um passo para um mundo melhor

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

(E aí vem o post mais hipócrita que eu já escrevi na vida. Prometo nunca mais fazer isso novamente. Não posso fugir sempre dos meus princípios, né? Que credibilidade eu teria?)

Momentos de raiva são ótimos detonadores de sinceridade. Aliás, acho que isso deveria ser usado em técnica de tortura de guerra: ao invés de agulhas de bambu sob as unhas, é mais fácil deixar o cara com raiva. Muita raiva. Só assim para ele falar tudo o que sente, tudo o que pensa, e nunca teve oportunidade (coragem) de falar antes. O sentimento de raiva é capaz de bloquear a mente a ponto de nos fazer perder totalmente o controle sobre nossas ações. É melhor que soro da verdade. Às vezes a gente tolera tanta coisa errada que nem percebe que já está chegando ao ponto crítico (sutil, até, eu diria) entre a serenidade (razão) e a raiva (falta dela). É como se todas essas coisas aborrecedoras fossem se acumulando em algum canto escuro e esqucido da mente, até que ele fica tão cheio, mas tão cheio, que transborda e contamina todo o resto.

Às vezes esse transbordamento é bom: falamos verdades a pessoas que precisavam ouvi-las para "se tocarem"; balde de água fria às vezes é a única coisa que acorda essas pessoas e as arranca de sua alienação. Por outro lado, é como em acidentes de carro provocados por bêbados: a pessoa mais inocente é sempre a que morre. Num estouro de raiva, a pessoa que menos tem a ver com a sua irritação é a que sai mais magoada. No momento de raiva você finalmente fala tudo o que pensa dos defeitos dela, mas só quando se acalma percebe a burrada que fez. Porque ela não tinha defeitos? Não exatamente (quem está livre de defeitos?). Mas porque você falou sinceramente demais. Não dizem que a sinceridade é a base de todo relacionamento? É e não é. É, porque viver num mundo de ilusão e incertezas é horrível. Não é porque até a verdade tem que ser, de certa forma, maquiada de vez em quando, porque verdade é uma coisa dura e pesada que, se cai no pé, tem que amputar. Machuca de verdade. E dói demais. Pior que isso só quando, junto com a verdade, nos equivocamos e dizemos não-verdades, que ferem ainda mais.

E quando fazemos coisas que pensamos ser boas ou que não vai afetar ninguém, e "matamos" outra pessoa por conta disso? Fazemos isso toda hora e nem percebemos. Não raro tomamos atitudes pensando em nós mesmos esquecendo-nos das consequências. Talvez a única lei da física que faça sentido para mim: toda ação gera uma reação. Pena que não conseguimos prever as reações. Tá, algumas pessoas simplesmente não estão nem aí. Às vezes a gente realmente fez sem querer, sem intenção de magoar. Mas fez. Aconteceu. Magoou. Quantas vezes isso já não aconteceu?

Quando você é criança e briga com seu irmão seus pais te mandam pedir desculpas. Aí você fala, porque se não falar vai ficar de castigo. Mas que sentido tem esse pedido de desculpas? Nenhum. É vago e não significou nada. Você não reconheceu verdadeiramente o erro que cometeu para dar o devido valor ao pedido de desculpas. Essa é uma das expressões que, para mim, está perdendo o sentido, pelo excesso de uso sem conexão com o que realmente se sente ("te amo" e a palavra "crítica" estão na minha lista de "palavras perdendo seu real sentido" - assunto para outro post). Atualmente a gente já cresce sem entender o peso das palavras.

E não pense que a pessoa realmente esqueceu o que aconteceu quando te responde "tudo bem, já esqueci" quando você fala um "desculpa" vago. Pense na sua vida: você realmente esqueceu uma mancada dada pelo seu melhor amigo um dia? A menos que o mundo sofra de Alzheimer, eu duvido que tenha alguém que verdadeiramente esqueça mágoas. A educação nos faz dizer sempre "não tem problema", "não foi nada". E a gente quase sempre está sendo extremamente falso quando diz isso. Tudo pela política de boa vizinhança.

Mas se o feito não pode ser desfeito, o que fazer para se redimir? Veneno de cobra se cura com veneno de cobra. Se a sinceridade machuca, a sinceridade também é cicatrizante. O bom dos momentos de raiva (em pessoas normais, claro) é que depois, quando passa, nos sentimos um lixo por reconhecer que exageramos. Reconhecer nossos erros é um começo. Mas não basta. O ideal é contar para quem a gente magoou que reconhecemos o erro. Segundo passo dado. E o mais difícil de todos: perdir desculpas.

Por que será que é tão difícil perdir desculpas? Porque sempre achamos que as pessoas vão tripudiar em cima da nossa humildade se fizermos isso (e eu me incluo nesse grupo, admito). É bom saber que se está certo, mas é totalmente humilhante (e quanto maior o orgulho da pessoa, pior é) reconhecer que erramos, e ainda por cima fazer isso publicamente. Mas atos de coragem como esse deveriam ser reconhecidos como heroísmo e - "viajando" alto - heroísmos como esse salvariam o mundo todos os dias.

A pessoa que "deve" essa palavra nem sempre consegue entender o sentido disso, mas a pessoa que precisa dela sabe bem a importância de um ato assim. Muitas vezes ela está "presa", de verdade, e só um pedido de desculpas ou um agradecimento esquecidos lá atrás são eficazes para libertá-la. Talvez não conserte 100% as coisas, mais melhora tudo! E as vezes a vida até pode voltar a correr numa boa, como antes. Esperança (e otimismo) é tudo.

Engraçado como são as coisas, né? Parece que quanto mais próxima a pessoa é de você, mais difícil é pedir desculpas. Vai entender!

Ponto final.

(Se alguém se identificou com esse texto, por favor, entenda como um pedido de desculpas da parte de uma orgulhosa covarde - que sou - que não tem coragem de dizer isso pessoalmente. Mas se o assunto continua não resolvido pra você, fala comigo. Normalmente eu sou aberta esclarecimentos. Gosto das coisas assim.)

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Por que as mulheres usam maquiagem

domingo, 13 de setembro de 2009

Dizem as piadas machistas que se você quiser realmente saber como é uma mulher, é só lavar-lhe o rosto. Sabe-se lá quando inventaram a maquiagem, mas as mulheres parecem não saber mais viver sem ela desde sempre. Esse artifício tem sido muito útil para exaltar uma ou outra característica facial que a mulher prefira em si mesma, ou esconder algum “defeitinho” que por ventura possa aparecer.

Eu sempre digo que não sou uma mulher muito convencional: detesto fazer compras, não entendo absolutamente nada de roupas e quando muito só uso um batom (e é um mesmo). Talvez isso tenha se dado pela minha criação na infância: eu só andava com moleques, adorava jogar bola e odiava bonecas. No meu aniversário detestava ganhar vestidos, saias e Barbies, mas as pessoas insistiam, talvez com a esperança de eu me tornar uma “menina bailarina”. É, eles não conseguiram. Hoje eu resisto menos aos vestidos e saias, mas ainda me sinto mais confortável com calças e tênis, e bonecas, só as minhas bruxinhas (para os desavisados, eu faço coleção de bruxas).

E por causa dessa desconexão que tenho com o mundo feminino (observação importante: o fato de eu não ser exatamente o que se espera de uma mulher dita tradicional não me torna lésbica), vira e volta eu me surpreendo com coisas novas que descubro. De vez em quando me dá uma luz, como nos desenhos animados, sabe? Quando o personagem tem uma idéia brilhante e aparece uma lâmpada acesa sobre sua cabeça. Aí eu me dou conta de certas coisas interessantes.

Por exemplo, a maquiagem. Por que as mulheres usam maquiagem? Para realçarem sua beleza? Tem certeza? Eu acho que não. As mulheres não precisam realçar sua beleza; elas já são belas por natureza. Sempre terá pelo menos um homem interessado nelas. Como costuma dizer um amigo meu, ultra-romântico e extremamente feminista (espécie em extinção), as mulheres são anjos que os homens não merecem. Exageros à parte (e salvo exceções), isso é uma verdade.

Mas então por que raios elas usam produtos químicos na cara que podem detonar suas peles? A maquiagem não serve só para realçar qualidades, mas também para disfarçar defeitos. O mundo machista tentou evitar, mas um dia a gente seria livre para discutir de igual para igual com o mundo masculino; era só questão de tempo. Se antes era um absurdo uma mulher trabalhar, morar sozinha ou até mesmo sair sozinha à noite, hoje em dia essas são coisas normais. Só que para as filhas de Vênus, a coisa é mais complicada, porque além de tudo isso, ainda tem aquele estigma de cuidar da casa, da família (pois é, os homens ainda precisam de mulheres para cuidar deles, e dizer que elas têm que cuidar da família é um jeito de disfarçar isso – por isso eu amo a linguagem!) e aguentar desaforos sem falar nada – porque se reclamar, você não passa de uma mulher frágil e incompetente. A expectativa sobre as mulheres é tão grande que chega a esmagá-las.

Se trabalha, é porque é independente. Se mora sozinha, é porque a sociedade vai pensar mal dela. Se sai sozinha, é uma solteirona “caçando homem” para casar. Se chora, é porque é frágil. Se reclama, é porque é revoltada (isso quando não dizem que é falta de sexo ou TPM). O que querem da gente é uma Barbie: uma mulher linda, sempre sorrindo, sempre servindo, competente em tudo, e que não reclame. Simples assim. As ditaduras militares em todo o mundo também queriam isso: pessoas sorrindo e não reclamando do que achavam estar errado. Que comparação mais besta, não?

Mas onde entra a maquiagem nessa história? Elementar, meu caro: graças à maquiagem a gente pode ter maus dias sem ninguém ficar sabendo, porque com um pozinho aqui, um blush ali, é fácil esconder uma cara triste, uma noite sem dormir por tanto chorar, uma ruguinha de preocupação no cantinho da testa. A maquiagem se tornou um meio revolucionário de esconder sentimentos e continuar agradando a uma sociedade hipócrita que pensa que já deu toda a liberdade que a mulher precisava. Simples assim.

Para opinião parecida, ler o post Por isso que eu amo a Danuza Leão, do blog Esmalte no Pé.

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Por que sou escritor?

sábado, 12 de setembro de 2009

Pergunto-me sem obter resposta: por que sou escritor? Por que sou - com paixão e orgulho - aquilo que, até certo ponto, se opõe ao que me foi transmitido pelos meus ancestrais?... Já que ser escritor não significa ser aquele que escreve, e sim um modo de viver, uma atitude perante a vida, um posicionamento de rebelião e questionamento diante da existência. Seria a própria vida que me fez escritor? Não. Absolutamente. Eu era criança quando escrevia as histórias que inventava. De onde vem essa vocação?...

(Trecho de O Bábraro Liberto, de R. Roldan-Roldan)

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Discussões democráticas e Velhas Virgens

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ontem aconteceu um evento daqueles "de repente": na quarta-feira à noite fiquei sabendo que no dia seguinte haveria um show do Velhas Virgens em Campinas. Como eu gosto pouco de música besteirol - e muito menos de Velhas Virgens -, óbvio que eu não perderia por nada. Mas ir a show sozinho não tem graça, né? Então eu usei de todo o meu dom de persuasão para convencer pessoas a irem ao show também, e como todo bom amigo meu, uma galera falou que ia, mas acabamos indo só minha prima e eu (leia-se: "Turassa, perdeu!" rs). Mas isso não vem ao caso.

O Marcos Frota está com o circo dele aqui em Campinas, e cedeu a tenda para o show. E como não poderia deixar de ser - o que é mais do que normal para um show de rock - tinha algumas pessoas fumando por lá. Eu só não tinha notado antes que eram relativamente poucas. E não é que tinha segurança no lugar pedindo para os fumantes apagarem seus cigarros? Pois é. Tava explicado o caso! Como todo mundo sabe, desde o mês passado, fumantes estão sendo censurados em lugares fechados. Mas não sabia que o negócio estava sendo levado tão a sério assim. Eu, particularmente, achei ótimo. Como já disse antes: que me perdoem os fumantes, mas eu adorei essa lei!

Para quem já viu um show do Velhas Virgens sabe: o Paulão (vocalista da banda) adora falar e causar um rebuliço. Eu fiquei em dúvidas várias vezes se ele falava porque acreditava mesmo no que estava dizendo, ou se era só pra alimentar os ânimos da galera. Outra coisa que não vem ao caso. Mas ele levantou dois pontos interessantes sobre democracia que achei interessante.

Primeiramente, levemos em conta as seguintes definições: segundo os dicionários, democracia é um sistema político no qual todos têm direito a voto. Nesse ponto o Paulão tem razão: os brasileiros não foram consultados quanto à aprovação dessas leis, o que, teoricamente, fere o direito de opinar do cidadão que pertence a uma democracia. Mas como ele mesmo disse em outro momento do show, imagina fazer um plebicito para isso? Seria mais uma desculpa para desvio de verbas. Muita confusão por nem tanto assim. Agora, liberdade já tem outro significado: em suma, direito que um cidadão tem de fazer o que quiser, desde (atenção a esse conectivo) dentro das limites da lei.

Segundo o Paulão, o governo quer interferir no direito que as pessoas têm para decidir o que fazem ou deixam de fazer. O primeiro ponto em que ele se baseou para falar sobre isso foi a Lei Seca: "Quem é que bate um carro se beber 1 só latinha de cerveja na noite?". Com certeza. Até aí tudo bem; eu também acredito que não é bem a bebida que causa os acidentes no trânsito que vemos por aí, e sim os motoristas. Mesmo porque eu seria hipócrita se discordasse dele, porque eu também costumo beber e dirigir, e nunca fiz bobagem no trânsito por causa disso. O problema não é "beber e dirigir" e, sim, "não saber beber e dirigir". Na minha opinião, a pessoa tem que assumir a responsabilidade por suas decisões, e se ela decide que vai beber e vai dirigir, então que ela saiba se controlar e reconhecer o momento de parar. Além do mais, Murphy é tão safado que eu nunca vi um bêbado se dando mal num acidente, mas as pessoas do outro carro (e de fora do veículo), que não tiveram nada a ver com a bebedeira do irresponsável, sim. Não estou defendendo o governo, que perde muito tempo e dinheiro procurando pelo em ovo, mas nesse caso eu fico do lado dele. Afinal, a lei só surgiu porque as pessoas aparentemente não conseguiam fazer a coisa funcionar sozinhas.

O segundo ponto era justamente sobre o cigarro. Tudo bem, concordo que o cara tem direito de fumar, se ele quiser, mas e o não-fumante, como fica? "Ah, é só não sair com fumante", dizem os fumantes com resposta (cretina) pronta. No meu caso, se eu resolver não sair mais com fumantes, não saio com mais ninguém praticamente. Aí o não-fumante tem a opção de não sair com fumantes? Mas para sair com seus amigos, eles podem optar por se sacrificar um pouquinho e aguentar a fumaça tóxica dos amigos. Parece justo isso? Se o não-fumante pode se sacrificar um pouquinho para estar com os fumantes, porque esses últimos também não podem? Qualquer relação humana sugere alguns pequenos sacrifícios de ambas as partes, se não ninguém se daria bem nunca. Amores da minha vida que fumam: eu já fiquei reclamando do cigarro de vocês? Não, né? Mas nunca neguei também que prefiro quando vocês não estão fumando. Pelo bem de vocês mesmos, porque odiaria perder um amigo por causa de uma droga de um câncer de pulmão ou um efizema (a cena, no hospital, é triste; vai por mim!).

Liberdade é um assunto muito complexo mesmo. Afinal, cada um define isso do jeito que quer. E já que todo mundo acha que pode fazer isso, eu também vou fazê-lo. Liberdade, na minha opinião, é o direito que você tem de fazer (ou não) o que bem entender, sem ninguém dando palpite ou tentando interferir de alguma forma. Só que a sua liberdade é uma coisa restrita a você. Se você acha que o que você vai fazer fai interferir na vida de alguém, você já tá invadindo o espaço do outro, e aí temos um problema. Se o cara quer fumar até o pulmão virar uma pedra de carvão e beber até o fígado ficar do tamanho de uma bola de basquete, (azar) direito dele; mas se a fumaça que ele produz queima também o pulmão dos outros, e a bebida q ele tomou vai torná-lo um risco à vida de outras pessoas nas ruas, aí o cara tá sendo um belo de um folgado, egoísta, que só se preocupa com ele. Num mundo em que é impossível se viver sozinho (pois é, por mais solitário que você seja, essa é a triste verdade do mundo), tão impossível quanto é fazer as coisas sem pensar nem um pouquinho nas consequências que suas ações podem ter.




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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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