O perigo da história única

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O perigo da história única


Todos gostam de histórias: que criança não gosta de ouvir uma história contada por um adulto? E que adulto não gosta de conversar para contar ou ouvir história dos outros?

Tudo o que lemos, assistimos e ouvimos é fonte para nossa imaginação, faz com que criemos conceitos sobre as coisas que existem no mundo. A menos que você seja sortudo como Zeca Camargo (que ganha pra viajar - que inveja! grrrr!!!), é praticamente impossível conhecer todos os cantos do mundo. São 198 países, zilhões de cidades, bilhões de pessoas, uma infinidade de lugares para se conhecer. Como se isso não bastasse, excluindo-se o caso do Bill Gates, a grande maioria dos reles mortais não tem condições financeiras para conhecer tudo isso. Portanto, resta-nos a arte: literatura e cinema estão aí para isso.

O contador de histórias (seja ele o escritor ou o roteirista) tem um poder incalculável nas mãos: ele mode manipular fatos, camuflar defeitos, exaltar outros, enfim, sensacionalizar. Ao leitor, cabe ter cuidado e ser crítico para saber até onde a história fala da verdade e onde ela começa a exagerar. Não raro nos prendemos a um veio sobre um povo, uma "verdade" que dizem por aí sobre um lugar, e não pensamos que essa pode ser apenas uma visão de tantas outras diferentes.

E é sobre isso que a escritora nigeriana, Chimamanda Adiche, fala nesse vídeo. Contando um pouco da própria experiência de vida, ela dá um toque interessante sobre os preconceitos que podem surgir do descuido (e por que não dizer "inocência"?) do leitor.

Por isso, leiamos tudo o que nos cair nas mãos, para termos mais base para argumentação! (Os governantes é que não vão gostar muito disso...)


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Abordagens jornalísticas

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

É verdade que a vida em grandes centros urbanos está tão corrida que às vezes não temos tempo nem para ler o jornal. Por conta disso, as notícias encontraram meios mais rápidos de difusão, e a televisão é a principal dela. (Eu ia falar daquela vizinha fofoqueira que todo mundo tem, mas essa só sabe noticiar a vida alheia, então não conta). Além da falta de tempo, outro problema apontado pelo afastamento da população ao jornal foi o preço: parece bobagem, mas o jornal é uma fonte de informação cara para algumas pessoas. E por conta disso afirmou-se que as camadas mais baixas da população estavam sendo afetadas porque não tinham acesso suficiente à televisão.

Para resolver o problema, a Rede Anhanguera de Comunicação, que já publica o Correio Popular, o maior jornal da cidade (e da região), em 2009 teve a brilhante idéia de fazer um jornal que chegasse ás classes C e D a baixo custo. E assim nasceu o Notícia Já.

Inicialmente, esse jornal custava R$0,50 e era vendido em qualquer lugar. Qualquer lugar mesmo: desde semáforos à ônibus (os próprios cobradores vendiam o jornal). Hoje o preço dele subiu um pouco, mas acho que não passou de R$1,00. Além do preço baixo, uma característica marcante do jornal para atrair seu público alvo foi a linguagem: expressões pobres, quando não vulgares, noticiando sensacionalismo. Eu não sou tão ingenua, e sei que a mídia vive de sensacionalismo, mas tem coisa que é exageiro. Segue como exemplo uma manchete da edição de hoje, para ver-se que não estou exagerando:

"Mãe de rapaz morto em assalto banca a família do assassino"

Outro atrativo interessante desse jornal é a capa: sempre tem uma mulher semi-nua logo de cara. Até uns tempos atrás eu me lembro que os donos de bancas tinham que fazer o diabo pra disfarçar capa de Playboy; fico me perguntando qual seria o argumento da RAC quanto a isso. Eles deve alegar que não tem problema, porque as moças não estão nuas e, sim, semi-nuas. Ah, tá! Então assim pode!

Se de um lado uma empresa tão grande de comunicação subestima a inteligência das classes mais baixas, outra grande empresa do ramo atirou em outra direção. Neste ano a Band começou a publicar o jornal Metro. Este, de distribuição gratuita, também e dado aos leitores nos semáfaros da cidade, e foi tão melhor aceito pela população que por volta das 10h00 da manhã já é muito difícil de encontrar.

O Metro apresenta de forma bem resumida os principais acontecimentos de Campinas, região e do mundo. Sem apelação, sem mulher semi-nua, sem palavras pobres, expressões vulgares a afins. Enfim, cumpre sua função de ferramenta de informação respeitando e honrando seus leitores.

Não desmerecendo a intenção do Notícia Já, que foi louvável, mas o Metro tem feito de forma melhor. Um jornal é uma forma importante de construção de um ser humano, como toda e qualquer fonte de leitura. Além disso, quem escreve, escreve para alguém. Jornal nenhum não teria futuro se não fosse por seus leitores. Se é assim, estes merecem um pouco mais de respeito.

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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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