Investimento é para todos, sim

sexta-feira, 24 de maio de 2013


É comum vermos nos jornais notícias sobre índices da bolsa de valores. A maioria dos brasileiros, entretanto, talvez ignore essa parte do noticiário por achar que não tem nada a ver com ele. Na verdade as pessoas foram acostumadas a pensar que investimentos é coisa só para quem tem dinheiro, e que os reles mortais têm que se contentar em trabalhar duro e gastar cada centavo suado que ganha, pois é uma das poucas alegrias a que tem direito. Mal sabem essa maioria das pessoas o quanto estão enganadas.

De forma contrária ao que pensa a maior parte da população brasileira, esforços de economia são para todos. É possível economizar com qualquer valor, e existem milhares de estratégias para se reunir um bom dinheirinho. As crianças aprendem muito bem isso, quando ganham seu primeiro cofrinho, onde guardam com alegria as primeiras moedinhas que ganham ou acham por aí. Mas parece que quando crescem elas perdem o gosto por guardar dinheiro.

Claro que o cofrinho de longe é o pior investimento que se pode fazer. Ele deve ser lembrado, no máximo, como um apoio para guardar um dinheirinho que sobra, mas investimento mesmo é quando se coloca dinheiro num lugar onde ele dará a seu dono algum retorno. Na escala das estratégias de investimento financeiro, depois do cofrinho vem a poupança. Ela também rende muito pouco, e com as novas mudanças da economia, tem rendido cada vez menos, é verdade; mas antes render pouco do que não render nada. Então, para aquelas pessoas que não têm muitos recursos mesmo, ou não aprenderam ainda uma forma de controlar o consumismo, a poupança é uma boa solução. E não precisa de muito por mês. Existem bancos que permitem a abertura de uma conta poupança com R$10,00. E se colocar um dinheirinho na poupança virar hábito, logo logo é possível ver essa quantia aumentar cada vez mais.

Mas a poupança é apenas uma das centenas de opções que se tem para investir. A BMF&Bovespa, regulamentadora de vários tipos de investimento (sendo o mais famoso as ações), oferece diversos cursos sobre os mais variados tipos de investimentos disponíveis hoje e sugestões de por onde começar. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), outra instituição voltada para o investidor – tenha ele o tamanho que tiver –, também possui um portal dedicado ao assunto, onde é possível realizar vários cursos relacionados.
s ações), têm concentrado seus esforços em educar a população quanto uma nova mentalidade quanto a finanças e investimentos. No website da instituição, é possível acessar uma página inteira sobre o assunto, com diversos

E uma vez que se comece a pensar sobre isso, a empolgação com o assunto é natural. Quanto mais se aprende como não é tão difícil assim juntar dinheiro, mais se quer saber. E essa é, de fato, a alma do negócio: informação. Quanto mais informações se tem, mais fácil a coisa fica. Existe uma variedade de pessoas interessadas sobre o assunto que, depois de começarem a se inteirar sobre isso, começaram a difundir o que aprenderam, seja em publicações, seja em sites e blogs mundo afora. Os destaques são o site Como Investir e o blog O Pequeno Investidor. Mas como dito antes, esses são só dois exemplos; usando uma ferramenta de busca é possível encontrar muito mais.
As corretoras de valores, que também têm lá seu interesse em que mais e mais pessoas entrem para o mundo dos investimentos, também participam bastante dessa onda de informações. Quase todas oferecem cursos gratuitos sobre os tipos de investimento existentes, especialmente aqueles com os quais elas próprias trabalham.

Com tantos caminhos assim, o que não dá mais é colocar a culpa no sistema e dizer que investir é coisa de rico. É bom lembrar que boa parte dos investidores bem-sucedidos foram muito pobres antes de conhecerem o mundo dos investimentos também.

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Dois Irmãos, de Milton Hatoum

quarta-feira, 22 de maio de 2013


(Publicado primeiramente no blog Factus Literário)

Em Manaus, entre as décadas de 1940 e 1960, vivem os irmãos Omar e Yaqub e sua atribulada família de origem libanesa. A história é contada em primeira pessoa por um personagem que é apresentado apenas depois de alguns capítulos e que vem embutido com algumas intrigas e suspenses.

Zana e Halin, ambos de origem libanesa, se casam num clima de amor intenso e juvenil. Halin sempre fora apaixonado pela esposa, e a última coisa que queria era filhos; Zana, por outro lado, alimentava o sonho de ter sua própria família. Halin, para agradar a esposa, acaba cedendo e o casal tem três filhos: os gêmeos Omar e Yaqub, e a caçula, Rânia. Na casa ainda vive a ama Domingas, de origem indígena.

A história versa sobre a convivência entre as pessoas deste núcleo familiar e os que os cercam, episódios de suas vidas que influenciam o fluxo da própria família.

Milton Hatoum, escritor manauara, tradutor e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, é um artista inovador, que traz ao leitor um cenário de uma Manaus diferente das tribos indígenas e macacos mascotes que a maioria dos artistas apresenta. A cidade é civilizada, tem tecnologia e modernidades da época chegando, e cresce como qualquer outra grande cidade. Há uma grande quantidade de imigrantes vivendo em Manaus, muitos a procura de refúgio, muitos a procura de vida nova.

Domingas é uma índia, que foi tirada de sua tribo ainda criança, educada por freiras em um convento e vendida, de forma velada, à família de Zana. Nunca foi tratada como uma filha adotiva, mas como uma serva da casa. Esse é um cenário da época colonial do Brasil, presente ainda no século XX, mas desconhecido do restante do país. Seria impensável acreditar que ainda hoje existem relações desse tipo num Brasil tão (aparentemente) moderno. Cenários como estes soam como uma crítica do autor sobre como Manaus ainda guarda traços de hábitos passados, que precisariam ser suplantados para que a cidade conseguisse verdadeiro destaque entre as maiores cidades do país. 

Omar e Yaqub são dois irmãos que definitivamente não se entendem. Desde crianças se detestam e o comportamento dos pais, especialmente da mãe, alimenta ainda mais esse desentendimento. Uma atitude bastante clara no livro e velada pela sociedade é a da preferência dos pais, bem demonstrada pelo papel de Zana. Desde sempre seu filho favorito é Omar, o mais novo dos gêmeos. A ele nada é negado, e qualquer problema que surja, Zana aparece como uma leoa para proteger sua cria. Por outro lado, Omar acaba sendo o preterido, apesar de ser o mais esforçado, aquele que conquista tudo o que tem. Rânia, no raking de preferência da mãe, fica com o último lugar. Para o pai, é o contrário: o que ele menos gosta é Omar, seja por ciúmes, seja por intolerância à sua personalidade, ao que ele se tornou graças à superproteção de Zana e às suas atitudes.

A separação definitiva acontece na adolescência. Após um conflito entre os dois, a família resolve mandar Yaqub viver com parentes no Líbano. Quando volta, os irmãos se ignoram, não raro entram em conflitos verbais e físicos, Omar sempre levando a vantagem nas brigas.

Enquanto Omar se dedica a vadiagem, Yaqub se dedica aos estudos, se tornando cada vez mais o preferido do pai. Logo aparece uma oportunidade e ele parte para São Paulo, sob fortes protestos da mãe, que prefere ter todos os filhos sob suas asas protetoras. Indo para São Paulo, o rapaz só evolui em sua carreira e colhe frutos, o que causa grande inveja em seu irmão. Omar continua aprontando coisas cada vez piores, talvez como uma tentativa de desviar a atenção dos pais de seu gêmeo, bem como uma criança mimada.

O fluxo de evolução e desenvolvimento é representado por Yaqub: aquele que vai para São Paulo, o motor do país, é aquele que passa a ter modos e atitudes civilizadas; aquele que fica em Manaus continua em atraso, agindo como selvagem, um ser que tem que lutar por sua sobrevivência da maneira que sabe: pela lei do mais forte.

Dois Irmãos é um livro riquíssimo em alegorias e simbologias, críticas e ironias, características que acolhem o leitor e fazem pensar.


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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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