A Menina no País das Maravilhas

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Os professores veem Phoebe como uma garota problemática. A tranquila menina se enfurece com os colegas de classe que a rejeitam e sempre acaba metida em uma briga. As coisas mudam quando a nova professora de teatro, Miss Dodger, resolve apresentar a peça Alice no País das Maravilhas, dando a Phoebe um novo objetivo para sua vida. Com o passar do tempo, os problemas de relacionamento da menina pioram, enquanto sua obsessão com a peça aumenta. Sem saber como lidar com a filha, os pais da garota sofrem para descobrir o que está acontecendo com ela.

A Menina no País das Maravilhas (Phoebe in Wonderland) retrata um problema bem comum numa sociedade sempre com pressa. Não existe mais tempo para ter sensibilidade e discernir o que é manha e o que é um problema de verdade. As pessoas às vezes passam anos sofrendo com um problema para o qual não conseguem dar um nome certo, e como paliativo, o tratam por um apelido ou um senso comum qualquer. Não lidar com as coisas da forma correta desde o princípio pode ser fatal para a resolução de um impasse.

Outros problemas sociais são abordados no filme. A direção da escola e os professores habituais não têm a menor paciência para lidar com seus alunos, e dão a isso o nome de disciplina. A verdadeira educadora em toda a escola é Miss Dodger, que tem a sensibilidade e a disposição para tentar entender o que se passa com seus alunos e verdadeiramente ensinar algo a eles. A peça, para ela, não é apenas uma encenação, mas uma oportunidade de ensinar às crianças a lidarem com suas diferenças, a se respeitarem e a trabalharem em equipe.

As próprias diferenças dos alunos viram alvo de observação. Cada um com sua peculiaridade tem algo a ensinar, e os alunos se mostram muito mais abertos à compreensão e muito mais aptos ao desenvolvimento pessoal.

O conjunto de situações que se conjugam é riquíssimo. O enredo não é nada menos que tocante. As histórias se entrelaçam em um emocionante conto de fadas contemporâneo que faz um paralelo com a realidade, onde pequeninas coisas ganham proporções gigantescas ou insignificantes, dependendo dos olhos que as veem.


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Dois Coelhos

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Cansado do cenário brasileiro de corrupção e da lei do mais forte, Edgar resolve bolar um plano para acabar com tudo isso. Com uma tacada só, ele cria uma rede de acontecimentos que coloca frente a frente um político corrupto, advogados desonestos, traficantes, assaltantes e assassinos.

Dois Coelhos é recheado das mais variadas críticas à atual cultura deturpada e venerada no Brasil e no mundo de si mesmo e de interesses próprios. Como filme de ação, foi uma tentativa ousada do cinema brasileiro, mas que deu muito certo. O enredo é envolvente do começo ao fim, e as reviravoltas da história surpreendem o expectador o tempo todo.

Sem nada a perder para as mirabolantes tramas dos filmes hollywoodianos, esse filme de 2011 foi totalmente boicotado pelos cinemas brasileiros. Como muitos outros filmes, Dois Coelhos ficou tão pouco tempo em cartaz que nem deu tempo de ser conhecido. Acho que o cartaz anunciando seu futuro lançamento ficou mais tempo em exibição que o filme propriamente dito.

Diferente da maior parte dos filmes brasileiros, este não se trata de uma obra comercial com inúmeros merchandisings a cada cena. Talvez isso tenha sido um dos motivos para ele ter sido tão pouco aclamado por aqui. No elenco estão atores famosos – mas não tanto assim –, como Caco Ciocler e Alessandra Negrini.

Outra teoria para o pouco sucesso da obra por aqui é o fato de ser um filme brasileiro. Se dissessem que era um filme americano, se tivesse atores ou direção estrangeira, provavelmente seria um estouro. Infelizmente, o brasileiro em geral sofre de complexo de vira-lata: o que é do outro é sempre melhor, e o que eu tenho não presta. O brasileiro é preconceituoso consigo mesmo.

Dois Coelhos é um filme recomendadíssimo. De qualidade que não deixa nada a desejar em nada a filmes que ganharam destaque na mídia, como os famosos hollywoodianos ou a série Tropa de Elite, essa é uma excelente obra que só perde para o preconceito de seus próprios conterrâneos.



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Não Aceitamos Devoluções

segunda-feira, 15 de junho de 2015



Valentín é um bom vivant. O rapaz leva uma vida bem folgada no México, onde sobrevive de bicos e leva belas turistas para conhecer a região. Galanteador, nenhuma resiste a seus encantos. Um dia, uma de suas dezenas de ex-namoradas o surpreende em seu apartamento com uma criança, dizendo ser filha dele. Sozinho, com a bebê, Valentín se vê obrigado a tomar uma atitude. Sua primeira ideia é encontrar a mãe da menina nos Estados Unidos e devolver a criança, mas no caminho muitas coisas inusitadas acontecem que mudam completamente o rumo de sua vida.

Com sua nova situação, a vida de namorador ficou para trás. Não que Valentín reclamasse. Cuidar de Maggie era se tornou o grande objetivo de sua vida. A garota fez com que Valentín finalmente crescesse e assumisse responsabilidades. A sombra de seu próprio relacionamento conflituoso com o pai se torna a base de como lidar com sua filha. Os dois relacionamentos se tornam para Valentín uma ponto muito importante de reflexão sobre o que realmente importa na vida e como se gasta o tempo que se vive. O mundo de Valentín e Maggie vira de pernas para o ar novamente quando a mãe da menina descobre seu paradeiro, seis anos mais tarde, e aparece, dizendo que pretende levar a menina consigo.

Filme mexicano dirigido e estrelado por Eugenio Derbez, Não Aceitamos Devoluções tem um encanto próprio. Sem a pieguice comum a filmes latino-americanos, a história é contada de forma bem coerente com a realidade. As decisões com que Valentín se depara e como ele as toma tornam a história interessante e cativante, revelando uma sensibilidade que não se via no jovem Valentín, mas que aflorou de forma tocante no Valentín mais velho e responsável.

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Cartas a um Jovem Investidor – Gustavo Cerbasi

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Quantas vezes já pensamos em investimentos como um bicho de sete cabeças? Para algumas pessoas, investimentos são coisas inatingíveis; para outras, pagar um curso e trabalhar em sua formação profissional já é investimento suficiente. O fato é que pouca gente para de verdade para pensar sobre isso. São tantas coisas que envolvem investimento que às vezes fica difícil buscar informações. E o rol das coisas que se precisa conhecer para saber investir é tão amplo que qualquer um pode se sentir um pouco perdido.

A luz para guiar os passos introdutórios dessa jornada vem nas palavras de Gustavo Cerbasi. Com um texto leve e extremamente claro, em Cartas a um Jovem Investidor o educador financeiro deixa suas impressões sobre o que é investimento e o que é preciso ter em mente quando se fala no assunto ou quando se busca informações.

Para quem nunca leu nada sobre investimentos, esse é um bom ponto de partida. Em capítulos rápidos, Cerbasi explica como começar, como evoluir e como continuar colhendo frutos de seus investimentos. Além disso, o livro é um grande aliado na desmistificação dos investimentos, já que todos podem – e devem – aprender a poupar e investir, para colher bons frutos.

Autor do blog Mais Dinheiro e de outros títulos sobre finanças pessoais, Cerbasi é apaixonado pelo assunto e tem por objetivo compartilhar o que tem aprendido. Um de seus livros mais famosos, Casais InteligentesEnriquecem Juntos inspirou o filme Até que a Sorte nosSepare, com Leandro Hassum e Danielle Winits.

Respeitando-se suas próprias possibilidades e competências pessoais, é possível, sim, criar riqueza a partir de qualquer quantia que se tenha. O trabalho é importante nesse processo. A determinação e paciência são aliadas com as quais é necessário firmar uma amizade duradoura. Com tudo isso, o livro de Cerbasi mostra como é possível se livrar da escravidão que a filosofia de trabalho nos impõe hoje, aproveitar os frutos plantados sempre – e não apenas na aposentadoria – e ter uma vida plenamente feliz.

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O Que Eu Vi , O Que Nós Veremos - Santos Dumont

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Talvez a primeira imagem que venha à cabeça quando se fala em Santos Dumont seja um avião. Para os mais conhecedores do inventor brasileiro, a imagem do famoso 14-Bis é logo evocada. Pouco se sabe, no entanto, sobre sua história e as dificuldades que ele enfrentou até chegar à conclusão de seu projeto mais conhecido.

Seus estudos sobre a aeronáutica, que o levaram a inventar um aparelho que levaria o homem pelos ares, possibilitaram uma revolução inegável na vida das pessoas. O mérito de sua principal invenção é até hoje alvo de disputa com os irmãos Wright. Essa é uma questão que será discutida para sempre, e quanto a isso, não há muito o que se fazer. Mas alguns textos podem se colocar do lado de um ou de outro nessa competição.

De certa forma, é isso o que se tem em O Que Eu Vi, O Que Veremos, livro autobiográfico de Alberto Santos Dumont. Nesse relato, o inventor se estende apenas sobre o fato que pesa sobre a invenção do avião e seu processo de criação até o voo bem-sucedido do 14-Bis, em Paris, em 2906.

De forma muito pessoal e humilde, o mineiro Santos Dumont conta em seu livro como teve apoio da família no Brasil para continuar seus estudos em Paris, contando com o apoio de parentes na capital francesa. Devorador de livros e sonhador, o inventor era apaixonado pelos romances de Júlio Verne, que se tornou a grande inspiração para seus inventos.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira, Santos Dumont conta como conheceu e se apaixonou pela aeronáutica, antes mesmo de a ciência ganhar esse nome. Conta também a coragem que teve que demonstrar para enfrentar tantas pessoas incrédulas em seus estudos para seguir com seus testes até finalmente conseguir um equipamento que voasse sozinho, com um motor próprio. Suas experiências deram errado dezenas de vezes, e em muitas delas ele chegou a pensar em desistir, inclusive por já ter se machucado bastante em algumas tentativas frustradas. Para a sorte do mundo, nenhuma frustração foi superior a sua vontade de realizar o que se propôs a fazer.

E não pense que os irmãos Wright foram de alguma forma oponentes para Santos Dumont; humilde, o autor fala deles em seu livro com muito respeito, reconhecendo a importância dos americanos nos avanços da aeronáutica.

A segunda parte do livro é dedicada à repercussão que sua invenção ganhou. O inventor recebeu menções de honras de vários políticos e militares da época. Para sua grande decepção, Santos Dumont viu sua invenção ter sido adaptada como uma arma de guerra. Para ele, sua invenção sempre teve o objetivo de ajudar as pessoas a se locomoverem de forma mais rápida e ágil. Anos depois, porém, sua tranquilidade foi trazida de volta por uma carta recebida de um militar, dizendo-lhe que os aviões também estavam sendo usados para coisas boas, e não apenas para a guerra.

O livro é um excelente exemplo de empreendedorismo, garra, determinação e de como sonhos podem ser realizados. E em um mundo bagunçado, com valores distorcidos, em que a mídia escolhe a dedo quem melhor representa a diferença, essa autobiografia é uma ótima evidência de que o Brasil também produz heróis e pessoas que mudam o mundo a partir de seus sonhos.

Dica: o livro está atualmente em domínio público e pode ser baixado gratuitamente em PDF no próprio site do Domínio Público brasileiro, na Amazon, para os adeptos de Kindle, e na Google Play Store, para os fãs de Android.


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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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