O Que Eu Vi , O Que Nós Veremos - Santos Dumont

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Talvez a primeira imagem que venha à cabeça quando se fala em Santos Dumont seja um avião. Para os mais conhecedores do inventor brasileiro, a imagem do famoso 14-Bis é logo evocada. Pouco se sabe, no entanto, sobre sua história e as dificuldades que ele enfrentou até chegar à conclusão de seu projeto mais conhecido.

Seus estudos sobre a aeronáutica, que o levaram a inventar um aparelho que levaria o homem pelos ares, possibilitaram uma revolução inegável na vida das pessoas. O mérito de sua principal invenção é até hoje alvo de disputa com os irmãos Wright. Essa é uma questão que será discutida para sempre, e quanto a isso, não há muito o que se fazer. Mas alguns textos podem se colocar do lado de um ou de outro nessa competição.

De certa forma, é isso o que se tem em O Que Eu Vi, O Que Veremos, livro autobiográfico de Alberto Santos Dumont. Nesse relato, o inventor se estende apenas sobre o fato que pesa sobre a invenção do avião e seu processo de criação até o voo bem-sucedido do 14-Bis, em Paris, em 2906.

De forma muito pessoal e humilde, o mineiro Santos Dumont conta em seu livro como teve apoio da família no Brasil para continuar seus estudos em Paris, contando com o apoio de parentes na capital francesa. Devorador de livros e sonhador, o inventor era apaixonado pelos romances de Júlio Verne, que se tornou a grande inspiração para seus inventos.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira, Santos Dumont conta como conheceu e se apaixonou pela aeronáutica, antes mesmo de a ciência ganhar esse nome. Conta também a coragem que teve que demonstrar para enfrentar tantas pessoas incrédulas em seus estudos para seguir com seus testes até finalmente conseguir um equipamento que voasse sozinho, com um motor próprio. Suas experiências deram errado dezenas de vezes, e em muitas delas ele chegou a pensar em desistir, inclusive por já ter se machucado bastante em algumas tentativas frustradas. Para a sorte do mundo, nenhuma frustração foi superior a sua vontade de realizar o que se propôs a fazer.

E não pense que os irmãos Wright foram de alguma forma oponentes para Santos Dumont; humilde, o autor fala deles em seu livro com muito respeito, reconhecendo a importância dos americanos nos avanços da aeronáutica.

A segunda parte do livro é dedicada à repercussão que sua invenção ganhou. O inventor recebeu menções de honras de vários políticos e militares da época. Para sua grande decepção, Santos Dumont viu sua invenção ter sido adaptada como uma arma de guerra. Para ele, sua invenção sempre teve o objetivo de ajudar as pessoas a se locomoverem de forma mais rápida e ágil. Anos depois, porém, sua tranquilidade foi trazida de volta por uma carta recebida de um militar, dizendo-lhe que os aviões também estavam sendo usados para coisas boas, e não apenas para a guerra.

O livro é um excelente exemplo de empreendedorismo, garra, determinação e de como sonhos podem ser realizados. E em um mundo bagunçado, com valores distorcidos, em que a mídia escolhe a dedo quem melhor representa a diferença, essa autobiografia é uma ótima evidência de que o Brasil também produz heróis e pessoas que mudam o mundo a partir de seus sonhos.

Dica: o livro está atualmente em domínio público e pode ser baixado gratuitamente em PDF no próprio site do Domínio Público brasileiro, na Amazon, para os adeptos de Kindle, e na Google Play Store, para os fãs de Android.


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