Internacionalizações para o Tio Sam

domingo, 26 de dezembro de 2010

As pessoas vivem criticando as traduções, crucificando meus colegas de carreira por causa das bagunças que eles costumam fazer com a tradução de alguns termos. Muitas vezes, traduzir algumas expressões específicas de uma cultura ou regão tornam o trabalho um desafio praticamente homérico. Para tentar explicar a dificuldade de se traduzir especificidades, o que começou com uma brincadeira transformarei aqui em um experimento: como ficariam algumas das músicas mais populares (leia-se "de massa") se fossem traduzidas para a língua do Tio Sam? Vejamos:


Tchakabum em inglês:
"Wave, wave! Look the wave!
*clap clap*
Wave, wave! Look the wave!"
(Onda, onda! Olha a onda! Onda, onda! Olha a onda!)

E a Ivete:
"Your love is cannibal
It ate my heart
But now I am happy
Your love is cannibal
My heart
Now is all carnival"
(O seu amor é canibal...)a

Molejo em inglês:
"Childish play, how it's good! How it's good!
Peace, love and hopeness, how it's good! How it's good!
Good is be happy with Big Swinging!"
(Brincadeira de criança, como é bom! Como é bom!...)

Grupo Revelação:
"I want you just for my,
like the waves are of the sea,
it's impossible do live like this,
to live without can love you"
(Eu te quero só pra mim...)

Zezé de Camargo e Luciano ficariam mais ou menos assim:
"It's the Looooove!
That mess with my mind and leave me like thiiiiiiis!
That makes me forget of everything,
And forget of me!
That makes me to forget that the life is made to live!"
(É o amor...)

Falando em músicas mais atuais, Vitor e Leo:
"Fairy, my dear fairy
Owner of my life
You've gone
Took my warmth
You've gone but didn't took me"
(Fada...)


E não poderia esquecer, claro, do funk:

"From Monday to Friday,
Earful at school
Sat-saturday and sunday
I play kite and soccer"
(De segunda a sexta, esporro na escola...)

"Piririm, piririm, piririm
Someone has called me
Who is?
It's me, Fire Ball
And the hot is killing me
It'll be on Bar's Beach
That a trend I'll release
Will you bury me in the sand?
No, I'll bog down
I'm becoming a little bogged
I'm becoming a little bogged
I'm becoming a little bogged
(To ficando atoladinha...)

"Go Scolopendra
Go Scolopendra
Go Scolopendra
Go Scolopendra"
(Vai Lacraia, vai Lacraia...)


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Avatar

domingo, 28 de novembro de 2010

(OK, eu sei que essa crítica está alguns meses atrasada. Mas uma hora eu tinha que publicar, né?)

Fã de animes, como sou, não pude deixar de me animar quando ouvi boatos de que Avatar ganharia uma versão para cinema. Mas como muitos fãs, a frustração foi grande ao descobrir que o Avatar era outro. Tudo bem, a frustração não foi tão grande assim, já que o filme tem muita qualidade.

O pessoal de Hollywood, que não é bobo nem nada, percebeu a curiosidade dos fãs de Avatar – a Lenda de Aang - tradução adotada no Brasil para “Avatar - The Last Airbender” (o Último Dobrador de Ar) – e resolveu, passado um tempo, fazer esse filme também. Pena que não se prenderam tanto a detalhes significativos como o pessoal do Avatar premiado.

Para começar, a tradução: “O Último Mestre do Ar”? E quem é que falou em artes marciais para se pensar em “mestre”? Em tradução existe uma espécie de política de respeito entre tradutores, em que normalmente se respeita uma tradução já existente. Se já existia uma tradução – muito bem sucedida – para o filme, por que mudar? Além disso, se repara dá pra notar uma falha de inconsistência, que é uma falha grave para a tradução: no título, Aang é “mestre”; durante o filme ele vira “dominador”. (Ainda assim, “dominador” está mais próximo da primeira tradução feita.)

Mas para quem achava que não poderia piorar, apareceram os personagens. Quer dizer, que personagens? Porque no filme todos eles foram totalmente deturpados. O que menos sofreu alteração foi o próprio Aang, mas se M. Night Shyamalan, o diretor do filme, tivesse perdido 5 minutos para ver, apenas por curiosidade, uma imagem no Google Imagens do Aang, teria visto a bobagem que fez. Outra coisa: a tribo da água é negra no desenho; no filme ninguém chega nem perto de moreno. E nem vou comentar a atuação do Sokka, que no desenho é um personagem cômico, enquanto no filme, um personagem sério, quase dramático.

Zoko, o arqui-inimigo de Aang no começo da série, é o pior. Foi feito com cara de árabe e se dando mal sempre, como um viciado em guerra e destruição. Ta, a personalidade não é tão má, mas a esperteza do cara em fazer um personagem que suscitasse preconceito é desprezível. Para ele, o time do bem é branquelo, o time dos maus têm, todos, caras de árabes. (Observação: Shyamalan é indiano.)

Falando mais sobre o filme, achei que a história foi muito acelerada para caber em uma edição só. O anime possuí 4 temporadas (24 episódios cada). Eles poderiam ter tentado fazer um filme por temporada, mas imagino quão caro seja uma série tão longa assim para o cinema. Apesar disso, tenho que admitir que foi bem fiel à história do desenho.

Uma curiosidades sobre Avatar (sob minha interpretação pessoal): a Nickelodeon criou o Avatar para entrar na competição com a nova era de desenhos animados: o anime, portanto, é um dos poucos animes de origem ocidental.

Enfim, convido a todos a assistir a versão desenho animado das aventuras de Aang e sua turma, mas não deixo de ficar torcendo para ver como Shyamalan vai resolver os problemas da primeira parte dessa estória.

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Rótulos, para que te quero?!

sábado, 27 de novembro de 2010

Se retirarmos o rótulo de uma garrafa de Coca-Cola, não mudará muita coisa: ainda assim dá para saber que aquele pedaço de plástico escondia um líquido preto dentro de uma garrafa que mais parece um foguete. Há alguns anos atrás as latas de leite condensado tinham rótulos de papel. De vez em quando uma empresa resolvia fazer uma promoção que pedia que se juntasse cinquenta códigos de barra e se respondesse a uma pergunta cuja resposta era o próprio nome da empresa ou do produto em questão. Aí era um inferno: se você não colocasse uma etiqueta no lugar, era impossível adivinhar o que havia na lata.

Rótulos são tão comuns nas nossas vidas que chego a pensar que são uma constante. Mais que isso: tudo tem que ter um rótulo, desde uma lata de ervilha até – pasmem! – uma pessoa.

Se parar para pensar, os rótulos são uma faca de “três” gumes: enfeitar e chamar a atenção do consumidor; designar o nome do produto e do fabricante; e informar sobre seu conteúdo. Sobre a função informativa: os rótulos se prestam a dizer o que tem dentro de um produto. “Então o produto humano é aquilo que seu rótulo indica”. Será?

Essa informação que o rótulo dá pode até ser verdadeira. Mas quando não é (e não é raro – haja vista o medo que as empresas têm de processos por propaganda enganosa) além de não informar coisa alguma, deturpa e esconde informações verdadeiras. Vamos colocar em termos comuns para que se entenda melhor.

Pensando em pessoas, imagine aquele bom trabalhador, tão dedicado à família. Ninguém diria que ele é adúltero, sustenta uma família paralela ou é homossexual (outra coisa que, ainda hoje, tem gente que diz que é coisa do demônio, doença crônica, ou algo pagão do gênero). Mas aquela jovem que se recusa terminantemente a se casar porque decidiu que seria feliz assim não demora muito para ser taxada de imoral, indecente, e para ganhar (muitas) histórias que revelam seu lado promíscuo – que na verdade ela não tem e nunca teve.

Então me diga: se o rótulo mais atrapalha do que ajuda, para que rótulos: deixe a embalagem falar por si só, sem porta-vozes!



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Nostalgia

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Existem várias coisas das quais eu sinto falta. Outro dia (noite, na verdade), antes de dormir, sem sono, estava elencando algumas delas. Segue o resultado do meu levantamento. Entre as coisas das quais eu mais sinto falta estão:

- a primeira vez que a dona Emília participou de uma brincadeira de "Amigo Secreto" com a família
- longas conversas com seu Luizinho - principalmente quando elas eram debaixo do pé de mexerica (nunca comi tanta mexerica na minha vida de uma só vez!)
- passar tardes inteiras em cima da jaboticabeira, lendo um livro ou simplesmente comendo jaboticaba (e disputando as frutas com as abelhas e os pássaros)
- jogos de handball pelo time da escola - e nunca perder um único jogo no "colegial" (sempre me orgulharei disso, Tigronas!)
- dias à toa em Sumaré com as amigas falando bobagem
- conhecer pessoalmente um amigo virtual (foram tantos, importantes em cada época, mas alguns são grandes amigos até hoje. Foi o melhor acaso que já em aconteceu!)
- show de rock com os amigos (isso é sempre bom, e posso ter de novo a qualquer hora)
- jogar bola na rua no meio de um monte de moleques - e sendo a única menina da turma
- brincar de outras brincadeiras que hoje em dia não são tão comuns, como empinar pipa, rodar pião e jogar bolinha de gude...
- ficar preocupada porque a minha redação, que a professora pediu para ter só duas páginas, já está terminando a terceira e não está nem um pouco próxima de ter um fim (não, eu nunca fui nerd, eu apenas gosto de escrever)
- da canja da dona Elvira e das bolachas de maisena que a gente ganhava quando ia na cada da vó (eu sempre me lembro dela quando como essas bolachas!)


Quem sabe daqui há alguns anos eu refaça essa lista. Esses defuntos vale a pena parar de vez em quando para ressuscitar.

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O lado ruim

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


Outro dia eu postei aqui uma defesa sobre a bebida mais popular do país - a cerveja. Alguns dias depois, por acaso encontrei no site Minha Vida, do portal Yahoo!, um artigo que aponta alguns malefícios da bebida, principalmente para as mulheres.

A outra notícia não estava errada; este artigo agora apenas traz informações a mais sobre a cerveja. Segundo esse ele, um estudo realizado pela Harvard, mulheres que apreciam a bebida com uma certa frequência têm mais chances de desenvolver a psoríase, uma doença de pele, que faz com que ela descame e forma uma espécie de calombo vermelho nela. A psoríase é uma doença crônica, auto-imune, e tem cura.

Ou seja, em quantidades moderadas a cerveja faz bem, mas exagerar continua não sendo uma boa idéia. É por isso que eu bebo caipirinha!

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SWU - mas pode me chamar de Osso-WU

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para quem esperava ansiosamente pelo maior evento do interior paulista, frustração foi a palavra chave. Mal organização e desrespeito com clientes foi a filosofia de tabalho que imperou durante os três dias do evento. Eu estive presente em dois dias, portanto, meus comentários serão sobre eles.

Já no primeiro dia as falhas foram incontáveis. Os portões, que deveriam ter sido abertos às 12h00, foram abrir só às 13h40. O público, ansioso por entrar, foi obrigado a esperar do lado de fora, sob um sol escaldante (a previsão do tempo falho: não choveu nem um dia sequer). Apesar de esse tipo de falha ser relativamente comum em qualquer evento, deve ser lembrado.

Aparentemente para os organizadores do evento, água é um produto mais importante de se proibir do que maconha. Eles exibiram contentes para a mídia o número de apenas 36 apreensões da droga durante os 3 dias do evento, mas não contaram a vista grossa que foi feita em relação à interceptação de entorpecentes. Num evento de porte tão grande com foi o SWU, o número de fumantes convencionais era visivelmente menor do que o de usuários de maconha - ou melhor, não era visível, porque a única coisa que se via era gente fumando maconha, ou enrolando cigarros em plena luz do dia, diante dos olhos dos funcionários da organização, que passavam despreocupados pelos usuários da droga.

Outro ponto negativo foi a organização do trânsito; melhor dizendo, a não organização. No sábado, a desordem era tão grande que a fila de ônibus e vans se extendia da porta do evento até a rodovia, aproximadamente 12 Km. E a fila não andava de jeito nem um. Mesmo com policiais ali, tentando ajudar, a fila não se movia.

Aparentemente os organizadores do SWU resolveram testar tudo no primeiro dia do evento, ao invés de fazerem isso com pelo menos uma semana de antecedência. As falhas técnicas não pararam de acontecer durante todo o dia. Todos os telões tiveram panes, e o som parou de funcionar inúmeras vezes. O pior momento foi durante o show mais esperado: durante o show do Rage Against the Machine as caixas de som simplesmente pararam de funcionar duas vezes, e o problema só foi resolvido graças ao apelo da própria banda, que parou o show e pediu para os organizadores resolverem o assunto.

E pensando que esses problemas seriam resolvidos até o último dia, o público se frustrou mais uma vez. O atraso em abrir o evento no último dia e o despreparo da equipe de segurança e dos organizadores em ordenar filas para a entrada no local fez com que todos ficassem na fila por uma média de 2h30. Além disso, as pessoas que foram destinadas aos caixas para a compra de fichas para alimentação e bebida eram pessoas totalmente despreparadas para o atendimento ao público: as máquinas de cartão de débito/crédito ficaram sem sinal durante todo o evento. Pelo Código de Defesa do Consumidor, em vigor no estado de São Paulo, o cliente não pode sair lesado quando isso acontesse; o comerciante (no caso o SWU) deveria anotar o prejuízo e fazer uma requisição à Visa, Mastercard, Cielo, ou seja lá quem seja responsável pelo servidor dessas máquinas, para o reemboso do valor. O que aconteceu foi que, mesmo com esses argumentos, as vendedoras estavam sendo grossas com todos os clientes, intimando a todos, agindo de forma autoritária e extremamente sem educação. Havia policiais sufucientes lá para resolver esse tipo de coisa, mas nada foi feito.

Não se sabe porquê - e nem nunca saberemos - o show do Queens of the Stone Age teve um atraso de 1h. Em meio à tanta demora, várias pessoas passaram mal no meio da aglomeração, e com muita dificuldade foram socorridas, o que demonstra a falta de estrutura do evento nesse sentido. Os organizadores do evento não tiveram o mínimo de respeito de subir ao palco e informar ao público o motivo da demora. O máximo que fizeram foi, depois de 40 minutos, mandar alguém lá dizer simplesmente que o show logo começaria, mas sem explicação nem uma. Uma falta de respeito gigante, posto todo o mal estar causado pela desorganização do evento até então.

A bandeira levantada pelo SWU (Começa com Você) é hipócrita, posto que foi usada totalmente para fins de marketing. Nem uma ação no evento tinha nada a ver com sustentabilidade. Como a moda é falar sobre o assunto, eles usaram esse mote para atrair patrocinadores e público, e frustrou a todos. Ao invés de sustentabilidade, eles promoveram a produção de lixo e o gasto de energia elétrica descontrolados, atitudes que são totalmente contrárias ao discurso que eles propunham. Ou seja, começa com a gente, mas, nas entrelinhas, eles deixavam bem claro que não começava com eles próprios.

Dizer que em um evento com tanta gente era óbvio que teria tantos problemas não é desculpa. Eventos muito menores, como as festas regionais, tradicionais em cidades do interior, como a Festa da Uva, em Vinhendo, e tantas outras, nunca tiveram tanta reclamação desse tipo. Os eventos de animes que eu frequento, que também atraem muita gente, inclusive caravanas de várias cidades e estados distantes (assim como o SWU), nunca tiveram problemas como os que ocorreram em Itu - e olha que eles são praticamente organizados só por adolescentes, pessoas com muito menos experiência e qualificação para isso. Para citar eventos de grande porte, o Rock'n'Rio é um bom exemplo: de proporções imensamente maiores, não enfrentou problemas de amadores, como aconteceu com o SWU. Tanto que os organizadores foram convidados a repetir o evento em vários países da Europa. As festas de forró de Caruaru são outro bom exemplo. O Carnaval, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo e na Bahía, é outro. Enfim, bons exemplos é o que não falta.

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Show de excentricidade

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Às vésperas de mais uma eleição, os comentários sobre não ter em quem votar se repetem. É tanta sacanagem que a gente é “obrigado” a presenciar, que eu chego a ter a impressão que o povo ta começando a ficar acostumado. Mas essas eleições eles avacalharam!

A começar pela picuinha Dilma/Serra. Eu sempre gostei do Serra, mas essa discussãozinha de eleição para representante de classe de escola dos dois me irrita. É como se eles estivessem brigando entre eles e se esquecessem de nós, que estamos assistindo a essa palhaçada toda.

E por falar em palhaçada, quem foi o imbecil que disse qualquer um podia se candidatar? Não estou sendo preconceituosa, veja bem; mas acho que certas coisas têm limites. Por exemplo, colocar na concorrência por um cargo público pessoas famosas se um pingo de competência ou vocação para a coisa só para atrair votos? Ah, é, desculpa, essa parte o grande eleitorado – leia-se o povo – não sabia, né? Pois é assim que funciona: os partidos menores, que têm poucas chances de vencer rifa de igreja, que dirá eleições públicas, pegam esses personagens da alienação de massas – leia-se TV – e colocam para concorres sob suas bandeiras. Aí o povo, frustrado com as péssimas opções que têm, achando que seu voto não vale nada, vai lá e vota num baguá qualquer. O que esse mesmo povo não sabe é que esses votos que ele está dando para o baguá qualquer está indiretamente ajudando a eleger os vigaristas que ele tanto relutou em votar. Mas isso não é explicado, claro. E o povo também não se preocupou em ter senso crítico e questionar o ato do Partido da República (para quem não sabe, esse partido é um bebê: só tem 4 aninhos de idade) de chamar todos os eleitores de idiotas ao colocar o Tiririca caçoando do fato de o Brasil estar uma porcaria. Lembrando que esse rei dos baguás está liderando em número de votos.

Se é para protestar contra falta de opção para votar, é melhor votar nulo. Ta aí outra coisa que pouca gente sabe: a diferença entre voto nulo e voto branco. O voto branco é mais ou menos o “voto para quem estiver ganhando”: depois de encerradas as eleições, o candidato que estiver na frente ganha um bônus, os votos em branco, que podem até decidir a eleição sem passar para um segundo turno. O voto nulo quer dizer “não quero votar em ninguém porque ninguém vale o meu voto”: pela lei nacional, se o número de votos nulos representar 50% dos votos totais do país, as eleições têm que ser refeitas, e os candidatos que concorreram não podem continuar concorrendo, ou seja, outras pessoas têm que concorrer (nada de Dilma, Serra, Marina ou Plínio). Isso vale para todas as instâncias das eleições, claro.


Perguntas aos presidenciáveis:

Serra: Você lê jornal? Se sim, porque raios ainda promete duas professoras em sala de aula? O problema da educação não é o número de professoras em sala de aula, é a aula em si. As escolas estaduais estão suprindo a carência de professor com estagiários, prova de que já não tem professore suficientes na rede, e você quer inventar de colocar duas por sala? Não seria mais fácil dar uma de Maluf e prometer aumentar o número de escolas e, assim, dividir salas superlotadas de 50 alunos (em média) e transformá-las em duas de 25 (o que melhoraria imensamente a qualidade das aulas)?

Dilma: Eu DUVIDO que você teria a coragem de ir tratar a lesão que sofreu recentemente em hospitais da rede pública de saúde, aquela que o presidente Lula faz tanta questão de lembrar que ele melhorou muito durante o governo dele.

Ah, e um último recadinho para o próprio Lula: Vossa Excelência sabe o que é ética? Ética é você não se meter nas eleições, ser imparcial num momento de decisão como esse. Todo mundo sabe que a Dilma e a Marta Suplici são do PT, e ninguém duvida que você apóia a candidatura delas. Agora, deixar o seu trabalho para implorar por votos do povo para as duas – e para todos do seu partido – é a maior falta de respeito que você poderia ter para com esse mesmo povo que te apóia. Lembre-se que você ainda está no cargo de presidente do Brasil, e, portanto, até o dia 31 de dezembro, você ainda tem muito o que fazer.

Ilustrando o que eu disse, segue este vídeo do polêmico Felipe Neto, falando exatamente sobre o assunto. Não tiro nem uma palavra deste discurso, já que particularmente partilho da mesma opinião.

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Tempestade em copo d'água (?)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Às vezes eu acho que luto por batalhas que não tem como vencer; eu me preocupo demais com coisas que não tem conserto.


O machismo, por exemplo. Como hoje é fora de moda ser preconceituoso, o machismo (como outras formas discriminatórias) se esconde atrás do pensamento comum arraigado na sociedade. Espera-se que hoje, com tanta informação e a tendência de, tanto por isso, se conhecer sobre o assunto que se fala, que as pessoas reflitam sobre o que falam, para não parecer meros papagaios, repetindo frases sem sentido. Mas não é o que se vê por aí.

Por exemplo, é do senso comum frases que afirmam que as mulheres são piores motoristas que os homens, mesmo as estatísticas provando o contrário. Segundo pesquisa do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), elas se envolvem 4,5 vezes menos em acidentes de trânsito com mortes do que eles. Os dados dessa pesquisa foram publicados no final do ano passado pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) e está disponível na internet para quem mais tiver a curiosidade de dar uma olhadinha. Outro dado interessante: os homens são mais ousados (leia-se "irresponsáveis") para dirigir embriagados. Posso estar mal informada, mas nunca ouvi falar de acidente sério causado por motorista bêbado que fosse mulher, nem mesmo que alguma mulher já foi parada pela polícia por suspeita de estar dirigindo embriagada. Não é à toa que o seguro de carro para elas chega a ser até 30% mais barato.

Outro fato interessante é o número de motoristas rodando por aí: cada vez mais mulheres dirigem. Para quem gosta de se defender com o argumento vazio de que há mais motoristas do sexo masculino do que do feminino, primeiro: esse quadro tem mudado a cada ano, e a tendência é que um dia ainda cheguemos a nos equiparar em número. Mas, de qualquer forma as pesquisas estatísticas são feitas sobre percentuais, logo a projeção de homens e mulheres é a mesma para se obter os resultados.

Junte-se a isso o fato de as mulheres continuarem ganhando em média menos do que os homens, mesmo exercendo a mesmíssima função. E por mais que levantem a bandeira "não sou machista", muitos homens ainda se incomodam com a idéia de que uma mulher ganhe mais do que eles. A desculpa é a de que a mulher, ganhando mais, se torna independente demais e passa a achar que não precisa mais dos homens (eu ouvi isso!). Ou seja, o que rola então é medo de superação? O que tem demais uma mulher querer ser financeiramente independente? Isso não quer dizer que ela necessariamente optará por viver sozinha. Talvez essa independência faça com que elas fiquem mais exigentes em relação aos parceiros, mas isso é ruim? É ruim que ela queira conhecer bem com quem está saindo e com quem ela talvez se case um dia, para não virar Amélia? Muitos homens já evoluiram seu pensamento em relação a isso, mas outros tantos no fundo no fundo, mesmo que não declaradamente, o que esperam da mulher é uma substituta para suas mães. A luta do feminismo é pela igualdade, e não pela superação (excluindo, claro, os fanáticos, que não são bons em filosofia nem uma). Diferente do machismo, que procura afirmar uma superioridade (que na verdade não existe) entre os sexos.

E o mais engraçado: mesmo sabendo de tudo isso, eu ainda me abalo - e muito.

Obs.: Não, eu não me esqueci de que ainda existe muita mulher machista também.



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Kung Fu Kid - Homenagem coerente

sábado, 4 de setembro de 2010


Na onda das remasterizações, logo que surgiu os primeiros rumores sobre uma possível nova versão do conssagrado Karatê Kid - A Hora da Verdade, houve muitas expeculações sobre como seria - e quem seriam os personagens. Acredito que a principio todos pensaram que fosse ser exatamente a história do jovem Daniel san e de seu mestre, Sr. Miagy, já que um dos boatos surgidos foi que este seria interpretado por aquele.

Mas já que os boatos começaram, então tiveram que soltar algumas informações, para não gerar muita fofoca. Então vieram com essa história de que Jaden Smith (filho do ator Will Smith) estrelaria o filme, característica que o tornou ainda mais esperado.

Em Karatê Kid (2010), a história é bem parecida ao original, mas tem suas peculiaridades. Primeiro que o personagem principal tem apenas 12 anos. Dre Parker (Smith) é obrigado a se mudar para a China quando sua mãe é transferida para um cargo no país. Não sabendo falar uma palavra em Chinês (e também pouco motivado para isso), em seu primeiro dia arruma confusão com um grupo de "bad boys" encrenqueiros. O acaso faz com que o zelador do prédio onde mora, Mr. Ham (Jackie Chan), resolva ajudá-lo e, na confusão, Dre acaba inscrito num torneio de Kung Fu - sem saber dar nem um chute. Então o garoto acaba confiando sua sorte ao misterioso Mr. Ham.

Mas existe aí um grande equívoco: até o título do filme fala de Karatê, mas a única coisa que ninguém luta é Karatê. Primeiro porque a história se passa na China, lugar onde, por vários motivos explicado pela história dos dois países, jamais uma arte marcial japonesa se tornaria popular. Segundo, porque o esporte nacional é o kung fu. E é essa modalidade que é explorada no filme. Mas "Kung Fu Kid" talvez não chamasse tanta atenção para a grande homenagem feita ao filme original.

E deixemos os deslizes de lado (já que nem um filme está livre deles), porque em nem um momento elas foram tão gritantes que tornassem o filme menos emocionante. Talvez a idéia inicial fosse mesmo trabalhar com o Karatê. Mas o Kung Fu tem uma característica - no meu ponto de vista - mais interessante que o Karatê: sua filosofia de paz. Como (quase) tudo que a China inventou, o Kung Fu não é uma arte marcial para ensinar a brigar, mas, no máximo, para ensinar a se defender. Como o próprio Mr. Ham afirmou, o Kung Fu é uma arte marcial para criar a paz, e não a guerra. E como de guerra todo mundo já está de saco cheio, nada mais puro e significativo do que apresentar uma forma paz.


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O perigo da história única

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O perigo da história única


Todos gostam de histórias: que criança não gosta de ouvir uma história contada por um adulto? E que adulto não gosta de conversar para contar ou ouvir história dos outros?

Tudo o que lemos, assistimos e ouvimos é fonte para nossa imaginação, faz com que criemos conceitos sobre as coisas que existem no mundo. A menos que você seja sortudo como Zeca Camargo (que ganha pra viajar - que inveja! grrrr!!!), é praticamente impossível conhecer todos os cantos do mundo. São 198 países, zilhões de cidades, bilhões de pessoas, uma infinidade de lugares para se conhecer. Como se isso não bastasse, excluindo-se o caso do Bill Gates, a grande maioria dos reles mortais não tem condições financeiras para conhecer tudo isso. Portanto, resta-nos a arte: literatura e cinema estão aí para isso.

O contador de histórias (seja ele o escritor ou o roteirista) tem um poder incalculável nas mãos: ele mode manipular fatos, camuflar defeitos, exaltar outros, enfim, sensacionalizar. Ao leitor, cabe ter cuidado e ser crítico para saber até onde a história fala da verdade e onde ela começa a exagerar. Não raro nos prendemos a um veio sobre um povo, uma "verdade" que dizem por aí sobre um lugar, e não pensamos que essa pode ser apenas uma visão de tantas outras diferentes.

E é sobre isso que a escritora nigeriana, Chimamanda Adiche, fala nesse vídeo. Contando um pouco da própria experiência de vida, ela dá um toque interessante sobre os preconceitos que podem surgir do descuido (e por que não dizer "inocência"?) do leitor.

Por isso, leiamos tudo o que nos cair nas mãos, para termos mais base para argumentação! (Os governantes é que não vão gostar muito disso...)


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Abordagens jornalísticas

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

É verdade que a vida em grandes centros urbanos está tão corrida que às vezes não temos tempo nem para ler o jornal. Por conta disso, as notícias encontraram meios mais rápidos de difusão, e a televisão é a principal dela. (Eu ia falar daquela vizinha fofoqueira que todo mundo tem, mas essa só sabe noticiar a vida alheia, então não conta). Além da falta de tempo, outro problema apontado pelo afastamento da população ao jornal foi o preço: parece bobagem, mas o jornal é uma fonte de informação cara para algumas pessoas. E por conta disso afirmou-se que as camadas mais baixas da população estavam sendo afetadas porque não tinham acesso suficiente à televisão.

Para resolver o problema, a Rede Anhanguera de Comunicação, que já publica o Correio Popular, o maior jornal da cidade (e da região), em 2009 teve a brilhante idéia de fazer um jornal que chegasse ás classes C e D a baixo custo. E assim nasceu o Notícia Já.

Inicialmente, esse jornal custava R$0,50 e era vendido em qualquer lugar. Qualquer lugar mesmo: desde semáforos à ônibus (os próprios cobradores vendiam o jornal). Hoje o preço dele subiu um pouco, mas acho que não passou de R$1,00. Além do preço baixo, uma característica marcante do jornal para atrair seu público alvo foi a linguagem: expressões pobres, quando não vulgares, noticiando sensacionalismo. Eu não sou tão ingenua, e sei que a mídia vive de sensacionalismo, mas tem coisa que é exageiro. Segue como exemplo uma manchete da edição de hoje, para ver-se que não estou exagerando:

"Mãe de rapaz morto em assalto banca a família do assassino"

Outro atrativo interessante desse jornal é a capa: sempre tem uma mulher semi-nua logo de cara. Até uns tempos atrás eu me lembro que os donos de bancas tinham que fazer o diabo pra disfarçar capa de Playboy; fico me perguntando qual seria o argumento da RAC quanto a isso. Eles deve alegar que não tem problema, porque as moças não estão nuas e, sim, semi-nuas. Ah, tá! Então assim pode!

Se de um lado uma empresa tão grande de comunicação subestima a inteligência das classes mais baixas, outra grande empresa do ramo atirou em outra direção. Neste ano a Band começou a publicar o jornal Metro. Este, de distribuição gratuita, também e dado aos leitores nos semáfaros da cidade, e foi tão melhor aceito pela população que por volta das 10h00 da manhã já é muito difícil de encontrar.

O Metro apresenta de forma bem resumida os principais acontecimentos de Campinas, região e do mundo. Sem apelação, sem mulher semi-nua, sem palavras pobres, expressões vulgares a afins. Enfim, cumpre sua função de ferramenta de informação respeitando e honrando seus leitores.

Não desmerecendo a intenção do Notícia Já, que foi louvável, mas o Metro tem feito de forma melhor. Um jornal é uma forma importante de construção de um ser humano, como toda e qualquer fonte de leitura. Além disso, quem escreve, escreve para alguém. Jornal nenhum não teria futuro se não fosse por seus leitores. Se é assim, estes merecem um pouco mais de respeito.

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No fundo, eles estavam certos

terça-feira, 27 de julho de 2010


E não é que a tal da loira no fundo no fundo faz bem? Confesso que não sou muito chegada à cerveja - prefiro bebidas doces -, mas essa é a preferência nacional entre as mais diversas classes sociais. Mas enfim, em homenagem a amigos meus, vamos lá.

Já dizia uma personagem de um mangá que leio: a cerveja é uma bebida muito nutritiva, pois é feita de cevada, que é cereal puro!

Sabe aquela história meio "joão-sem-braço" dos adeptos da cerveja que dizem que a bebida é até boa para a saúde, já que é diurética? No fundo, no fundo, eles tinham alguma razão - mas duvido que sabiam disso. Segundo uma pesquisa da Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos, a cerveja seria fonte de silício, substância que ajuda a aumentar a densidade dos ossos. Ou seja, a bebida seria uma boa para quem sofre fraturas com freqüência ou tem osteoporose.

Não muito atrás, a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp também tem um estudo parecido sobre a bebida, que aponta a cerveja como boa para o combate de anemias, doenças cardiovasculares e má formação fetal, já que ela é fonte de vitamina B9, graças à concentraçao de folatos em sua composição.

Mas não se empolgue: a ingestão em excesso da cerveja anularia os efeitos positivos que ela gera. Sem contar embriaguez e os efeitos colaterais que vem com todo bom bêbado, que vão de micos diversos a acidentes sérios. A pesquisa da Unicamp diz que a dose ideal da bebida seria por volta de 350 ml (acho que isso dá mais ou menos uma latinha). E lembrando que gestantes não podem em hipótese alguma ingerir álcool, pois afeta a formação do feto. O que foi dito acima é medida preventiva, a ser tomada antes de se ficar grávida, e não durante a gravidez.

É, nada é perfeito... Mas pelo menos agora os cerveijeiros de plantão têm uma base científica para defender sua bebida favoria.

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Sobre a série "Crepúsculo"

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Crepúsculo" é a nova febre, não há dúvidas. Um romance extremamente romântico - e moderno, diga-se de passagem. Nos romances normalmente existe o arqui-inimigo do príncipe encantado, mas ele só quer matar o mocinho e ficar com a princesa pelo poder, e nunca por amor a ela. E outra: os romances foram feitos em épocas machistas: quem disse que era permitido à mocinha amar dois príncipes? Era um ou nada! Ou isso, virava bruxa... e viviam (in)felizes para sempre. Não era isso?

É, eu estou ficando velha... E velha como sou, já passei da fase de gostar de coisas como saga "Crepúsculo". E, abra-se um parênteses aqui, para mim "saga" me lembra coisa de animes. Para respeitar esse gênero de qualidade incomensuravelmente superior, me referirei às histórias de Stephenie Mayer por "série", que é muito mais coerente.

E por falar em coerência, será que a tal da Mayer sabe o que é isso? Acho que ela se esqueceu das características que deu aos próprios personagens - falha grave para um escritor - ou vai ver foi só culpa das adaptações da literatura para o cinema, que sempre acabam distorcendo um pouco a história. Mas lembra do Jasper Cullen? No primeiro filme ele não era um vampiro "recém-nascido"? Tanto que não aguentava ficar muito tempo perto da Bella. Mas no terceiro filme da série (!) ele diz que participou da Guerra Civil Americana, ou como nossos professores de História costumam dizer aqui no Brasil, Guerra da Secessão, que aconteceu entre 1861 e 1865. Eu faço faculdade de Letras, adoro trabalhar (eu prefiro o termo "brincar") com as palavras, e tanto por isso sou obrigada a admitir minha "leve fraqueza" quando o assunto é números. Mas, sem calculadora, eu pude perceber que existe nesse período um espaço de tempo de mais ou menos uns... 135 anos!

Então eu descobri o problema da SM! É óbvio! O problema dela é matemática e história! Está na cara que a SM só assistia às aulas de Literatura!

Outra coisa: o Jacob não é um lobo? Como um lobo pode ser tão "pelado"?

Algumas considerações finais:

- Só tem uma única cena em todo o filme "Eclipse" em que o Edward sorri: é quando ele está a sós (ou praticamente, porque a Bella estava mais do que capotada) com o Jacob - sem camisa, claro.

- Repararem: o Edward voa, brilha, vive num bosque e dá lições de moral. Ele não pode ser um vampiro: tá na cara que ele é uma fada!



Dedicado aos meus aluninhos queridos do coração do Maju. :)

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Aos meus amigos

terça-feira, 20 de julho de 2010


Neste dia 20 de julho, mais uma vez quero não deixar passar em branco a data que comemora o dia das pessoas mais importantes do mundo para mim: os meus amigos. Tenham 4 ou 2 patas (por minhas cachorras são grandes companheiras minhas), acredito naquela fala de que o amigo é o parente que a gente escolhe. E digo mais: o amigo é o parente que a gente não escolhe: ele surge na nossa frente e quendo vemos, já entraram na nossa vida, e nunca mais consiguimos nem pensar na idéia de tê-lo fora dela. Em fim, amigos, Feliz Dia do Amigo!

Para celebrar, nem um texto expressaria melhor meu sentimento do que o que se segue, de Vinícius de Morais. Para quem se interessar, segue o link de uma narração desse texto, muito bem feita pelo locutor Odemar Costa.




Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outro s afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.

Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.

Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinicius de Moraes)

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Falando de futebol

terça-feira, 29 de junho de 2010

Em tempos de Copa do Mundo, falemos de futebol. Para quem tem acompanhado os jogos, não é difícil perceber a violência das últimas partidas. Tudo bem que futebol é um esporte de contato e, tanto por isso, acidentes são inevitáveis, mas o que se vem presenciando é violência gratuita e propositada. Dizer que no calor do jogo a adrenalina faz com que as pessoas fiquem mais nervosas vá lá, mas estamos falando de seres humanos, animais reconhecidamente racionais (pelo menos na teoria, não?).

Para mim o esporte sempre significou o espaço onde picuinhas e rixas políticas e históricas ficavam de fora; é o espaço onde todos se reúnem para celebrar a vida e a paz – por mais ridículo que pareça esse discurso de paz (sei lá, para mim não é). Se tem uma coisa que me deixa realmente chateada é ver brigas em estádios de futebol – fora e, principalmente, dentro do campo. E é pior quando a briga é entre os jogadores porque, tendo o destaque que têm, o exemplo pelo menos de política de boa vizinhança deveria partir deles.

De uns anos para cá a FIFA e muitos jogadores e times famosos têm levantado a bandeira do Fair Play (“Jogo Justo” em português). O significado dessa verdadeira campanha que se levantou no futebol é a promoção do jogo justo, bonito, sem ignorâncias, por parte de todos os atores do espetáculo que é o futebol. Lembrando que participam desse espetáculo todos dentro de um estádio, desde os jogadores, técnicos e árbitros, até – e inclusive – a torcida. Historicamente essa expressão surgiu em 1896, quando o Barão de Coubertin, organizador dos Jogos Olímpicos de Atenas daquele ano, fez a seguinte declaração: "Não pode haver jogo sem fair play. O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta". Ou seja, Fair Play simboliza o espírito esportivo. Muito além do simples respeitar das regras do esporte, essa filosofia abrange a noção de amizade e respeito ao próximo. (Fonte: Universidade Aberta do Futebol Brasileiro)

E se critico negativamente o mau exemplo, preciso também enaltecer os bons exemplos – porque eles ainda existem, para alimentar a minha esperança. No meio desse verdadeiro Coliseu que tem sido as apresentações da Copa do Mundo deste ano, Chile e Brasil, no jogo de ontem, merecem os parabéns. Claro que teve algumas falhas de árbitros e jogadores – nem um jogo está livre disso; mas no geral, foi um jogo limpo, sem demonstrações gladiadoras desonestas, como tem acontecido até aqui. Eles demonstraram o que significa de Fair Play.


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A tecnologia do abraço

sexta-feira, 28 de maio de 2010



Lembram-se de quando falei sobre a campanha "Free Hugs" (Abraços Grátis)? Pois bem, voltemos a falar sobre o abraço.

Há quem diga que é só mais uma forma de demonstração de afeto. Eu não me lembro onde foi que eu vi, mas sei que um dia li que cientitas americanos descobriram que o abraço tem o efeito reverso do cigarro: a cada abraço que você dá, você ganha alguns minutos a mais de vida. Não sei se isso é verdade ou apenas especulação, mas existe algo místico no abraço que ninguém consegue explicar: por que ele faz tão bem? E dessa pergunta, trago outra: se faz bem, por que não nos abraçamos mais?

Eis um "causo" de mineiro que tenta explicar o poder que tem um abraço; é fictício, mas deixa de ser interessante.


A tecnologia do abraço

O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
- É... das invenção dos homi, a que mais tem sintido é o abraço. O abraço num tem jeito di um só aproveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha....
Quandu ocê tá danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia.. Quandu ocê tá cum muita reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva..... Si ocê tá feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria... Si arguém tá duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém...
Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é, qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas ninguém inda discubriu... Mas, iêu sei! Foi um ispirto bão de Deus qui mi contô..... Iêu vô contá procêis u qui foi quel mi falô: O abraço é bão pur causa do Coração...
Quandu ocê abraça arguém, fais massarge no coração!... I o coração do ôtro é massargiado tamém! Mas num é só isso, não... Aqui tá a chave do maió segredo de tudo:
É qui, quandu nois abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito!...


Ah, uma curiosidade: dia 22 de maio foi o Dia Mundial do Abraço. Você já deu um abraço hoje?


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Problemas campineiros alheios

domingo, 18 de abril de 2010

Nos últimos dias os jornais de Campinas e região têm denunciado um problema de saúde pública: o pronto socorro do Hospital das Clínicas da Unicamp está super lotado. Claro! E não é de hoje que isso vem acontecendo. Ficou cômodo para todo mundo mandar todo e qualquer paciente para lá, sem restrição alguma; mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer mesmo.

O pior problema, na minha opinião, vem de outras cidades. Políticos sacanas, para ganhar votos, ao invés de prometer criar hospitais públicos para o povo dessas cidades menores que ficam ao redor de Campinas, prometem comprar ambulâncias para levar seus doentes à Unicamp. O povo, por sua vez, também tem sua parcela de culpa, por não criticar isso. Um hospital novo daria muito mais pontos para a popularidade de um político, e motivaria muito mais a população. Mas voltamos à questão da comodidade: é mais fácil mandar o problema para fora.

O Hospital das Clínicas da Unicamp é um hospital-escola. Esse tipo de hospital é um campo de estudos e pesquisas voltado para alunos de medicina, enfermagem e demais profissionais que poderiam se servir da área da saúde para trabalhar. É num hospital-escola que se põe em prática conhecimentos e dúvidas, com a finalidade de se evoluir cada vez mais a área da saúde. Por se tratar de um local onde a pesquisa e as descobertas predominam, esses hospitais foram desenvolvidos para receber pacientes com doenças anormais, pouco ou não conhecidas. Em outras palavras, boa parte deles deveria funcionar mais ou menos como a sala do Dr. House. Casos simples, corriqueiros e conhecidos deveriam ser encaminhados para outros hospitais.

Na prática, lógico que não é isso que acontece. O HC já vem tomando medidas para amenizar esse problema, restringindo as internações de pessoas de fora de Campinas a uma certa porcentagem apenas. É um bom começo, apesar de ser uma medida discriminatória. Mas a cidade de Campinas também não pode se responsabilizar pelo problema das outras cidades; por isso, apesar de dura, essa medida é importante. É muita folga dos outros prefeitos não peitarem seus problemas e simplesmente jogarem para cá. Eles que se esforcem para resolvereme seus problemas também.

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Interações do Blogspot

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quando se tem aquela sensação de que já vimos tudo na internet e que não há mais nada a se fazer no mundo virtual, o Blogspot vem para salvar o dia. A grande inovação do site é o linkezinho "Próximo Blog" no topo da página dos blogs hospedados em seu servidor. Com ele você conhece um novo blog a cada clique, escolhido aleatoreamente. Por vezes você pode cair em uma página totalmente em japonês (já aconteceu comigo!), mas você também pode ter a sorte de encontrar sem querer blogs muito legais também. Experimente um dia.

Aqui vão algumas dicas que andei encontrando esses dias por sugestão do Blogspot:

- MiniontosAnaMello.blogspot.com - são minicontos dessa escritora desconhecida chamada Ana Mello. Para quem não sabe, um miniconto é um conto muito, muito curto: ele só pode ter, no máximo, 600 caracteres. É uma forma fantástica de gênero literário, já que é muito difícil contar uma estória com tão pouco espaço - daí a sua preciosidade.

- Cochichos.blogspot.com - essa poetisa poeta passagens de sua própria vida. Interessante!

- Timor2006.blogspot.com - esse blog é de um militar português que esteve em Timor Leste em 2006. Apesar de não ser muito atualizado, ele escreveu relatos sobre a experiência que teve no país em conflito.

- NinguemPrestaInclusiveEu.blogspot.com - Auto-denominado Cavalheiro de All Star, esse blogueiro se propõe a discutir problemas pelos quais os homens passam, desde questões família a perrengues com trabalho e vida social em geral. No mínimo divertido.


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Fuerza Chile

sexta-feira, 19 de março de 2010

Essa é para o povo campineiro.

No dia 28 de março a Associação de Chilenos Pablo Neruda junto com o Conjunto Folclórico Raices de Chile realizará o evento Fuerza Chile, com a apresentação de músicas e danças típicas do país. O intuito é arrecadar dinheiro para ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o Chile há alguns dias atrás.

De qualquer forma, para quem gosta de cultura, aí está uma boa dica para o domingo.

O evento acontecerá no Centro de Convivência (Praça Imprensa Fluminense), no Cambuí, às 17hs. Segue o cartaz do evento com mais informações e o vídio promocional da campanha.




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Caderno de perguntas

quinta-feira, 11 de março de 2010

Lembra dos antigos cadernos de perguntas sobre sua personalidade que um ou outro coleguinha da sala passava pela sala toda durante as aulas? Tudo bem, isso era mais comum entre as meninas (é beeem coisa de menina mesmo), mas tinha bastante menino que respondia também. As perguntas iam desde "Qual é sua cor favorita?" até "Você está afim de algum menino(a) atualmente?" ou "Qual o seu tipo de menino(a)?". Era uma infinidade de perguntas que variavam entre o desconexo ao (muito!) pessoal. E a última questão era um precursor dos scraps do Orkut: "Deixe um recado para mim".


Nostálgico, né? Pois ele voltou, de uma forma mais moderninha. Quem tem Facebook já deve ter visto nas atualizações dos amigos um tal de Formspring. Trata-se de uma versão virtual desses cadernos da nossa pré-adolescencia, onde qualquer um (e eu quero enfatizar o qualquer um) pode entrar e deixar uma pergunta para você, de qualquer gênero, intensidade ou periculosidade.

Comparado ao tal do Twitter, que é uma grande perda de tempo (que me desculpem os fãs dessa nova febre de invasão de privacidade, mas é a minha opinião), esse Formspring é até divertido.

Ah, e - claro! - curiosa como sou, eu criei minha continha no Formspring. Se quiser ver como é, o link é www.formspring.me/maribaroni (e esse até tem um bannerzinho legal aí do lado, viu?).


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Divagações boêmias com Bandeira

sábado, 6 de fevereiro de 2010

De minha autoria, com apoio da poetisa Rachel dos Santos Dias:



É Manoel, sua é toda a razão


Quero ir para Pasárgada


Esquecer a solidão.



O monarca é nosso amigo


Há sempre mais opção.


Tem sempre uma alternativa


Preenchendo o coração.



São solícitos e justos,


lá são todos perfeitos.


Em Pasárgada é tudo certo,


São sempre amigos do peito!



Não existe preocupação,


posso escolher quem eu quero


para o leito que também quero


sem muita conversação.

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Seu santo nome

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Como tantas outras, com o passar do tempo a palavra amor vem perdendo sentido. É disperdiçada muitas vezes com a fútil intenção de agradar por agradar ou - pior - para se conseguir algo mais, mas nem sempre com o real valor que ela deveria empregar. Ou às vezes sou só eu exagerando, superestimando o termo, achando que ele é sagrado demais para ser jogado assim, ao vento, sem mais nem menos.


No ano passado tive a oportunidade de conhecer melhor o poeta Carlos Drummond de Andrade, e fiquei ainda mais apaixonada pelo trabalho dele. No meio de tantas preciosidades, encontrei esta pequena poesia que se segue; deleitem-se:


O SEU SANTO NOME

Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.

Carlos Drummond de Andrade

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Ele não morreu!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Para aqueles que duvidavam da minha luta quase exclusivamente particular e desacreditavam de sua vitória, eis a prova de que tanta fé não foi em vão: o ICQ está voltando!

Por volta do final da década de 1990, o MSN chegou como um trator, fazendo um arrastão com os bons usuários da florzinha verde. Eu mesmo, que tinha sempre alguém logado na minha lista de contatos do ICQ com quem conversar, de um dia para o outro, me vi abandonada no programa. Na época, o MSN tinha muitos problemas (como se ainda não tivesse, né?), enquanto o ICQ (que é a expressão em inglês "I seek you" - "a gente se vê" - em internetês), bem mais leve e simples, raramente apresentava algum bug. Mesmo com esse pequeno detalhe, o povo se rendeu ao MSN, e por falta de opção, me vi obrigada a migrar também.

Há mais ou menos uns 2 anos, conversando (pessoalmente) com um amigo meu - que, por sinal, conheci através do ICQ -, ficamos lembrando nostalgicamente desse programinha, o que despertou uma curiosidade muito grande em mim de saber como ele estava. Ao chegar em casa, então, entrei no site do ICQ para baixar a mais nova versão, e voilà! Infelizmente, tive que criar um novo número; o antigo eu até lembrava, mas não conseguia recuperar a senha. Mas enfim! Empolgada com a idéia de ouvir novamente o familiar "oh-ow", fui ao ponto de encontro do mundo: o Orkut! Até me admirei de dscobrir uma infinidade de comunidades de militantes na luta pela volta dessa florzinha (o curioso é que tinha muita gente bem mais nova do que eu nesse site - tipo, o ICQ nem é da época deles! rs). E a partir daí, eu voltei à luta pela volta do ICQ.

Aí, para dar mais energia ainda à minha campanha, eu me deparo com um post no Blog do Link falando justamente sobre a florzinha verde. Segundo a matéria, de Tatiana de Mello Dias, a nova versão do ICQ, o ICQ 7, é integrada às redes sociais (Orkut, Face Book e companhia).

Ao baixar novamente o ICQ, a única reclamação que eu tinha é que era muito pesado: para se "parecer" mais com a porcaria do MSN, eles foram incrementando, incrementando, até ficar do jeito que ficou. Mas acho que os usuários fiéis continuaram dando palpites sobre o programa, o que vem ajudado muito seus desenvolvedores a melhorá-lo. Essa versão eu ainda não baixei, mas ainda vou baixar - afinal, preciso manter meu programa atualizado, né?


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Por que os bons vão antes?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu não queria que o primeiro post do ano fosse assim, mas sabe como é a vida, né? Eu não sei o que eu quero dela, tampouco sei o que ela quer de mim.

Por que os bons morrem antes, Renato? Tem tanta gente que podia ter morrido, tanta gente ruim que não faz falta para o mundo... (Todo ser humano é egoísta por natureza; não me venham com críticas de caráter sobre esse comentário, porque posso apostar que esse pensamento já passou pelo menos uma vez pela cabeça de cada um). E por que justamente quem é bom, justo e companheiro vai embora primeiro - muitas vezes sem termos tempo de nos despedirmos a contento?

Tio Toninho, meu padrinho, meu amigo, puxei a loucura de você. Obrigada por todo o apoio que você me deu, toda a confiança (acho que sua irmã não prestou muita atenção quando seu pai te ensinou isso). Eu sou atéia, e você devia saber disso; por isso, não sei se acredito nessa história de Céu e Inferno. Mas se você tiver que ir para algum lugar, não é um mal lugar que você merece, com toda a certeza. Sentirei saudades (mais ainda)!

Eu tenho uma quedinha por histórias tristes. Talvez por isso essa música sempre tenha me atraído. Homenagem aos bons Baroni's que já se foram.

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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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