Avatar

domingo, 28 de novembro de 2010

(OK, eu sei que essa crítica está alguns meses atrasada. Mas uma hora eu tinha que publicar, né?)

Fã de animes, como sou, não pude deixar de me animar quando ouvi boatos de que Avatar ganharia uma versão para cinema. Mas como muitos fãs, a frustração foi grande ao descobrir que o Avatar era outro. Tudo bem, a frustração não foi tão grande assim, já que o filme tem muita qualidade.

O pessoal de Hollywood, que não é bobo nem nada, percebeu a curiosidade dos fãs de Avatar – a Lenda de Aang - tradução adotada no Brasil para “Avatar - The Last Airbender” (o Último Dobrador de Ar) – e resolveu, passado um tempo, fazer esse filme também. Pena que não se prenderam tanto a detalhes significativos como o pessoal do Avatar premiado.

Para começar, a tradução: “O Último Mestre do Ar”? E quem é que falou em artes marciais para se pensar em “mestre”? Em tradução existe uma espécie de política de respeito entre tradutores, em que normalmente se respeita uma tradução já existente. Se já existia uma tradução – muito bem sucedida – para o filme, por que mudar? Além disso, se repara dá pra notar uma falha de inconsistência, que é uma falha grave para a tradução: no título, Aang é “mestre”; durante o filme ele vira “dominador”. (Ainda assim, “dominador” está mais próximo da primeira tradução feita.)

Mas para quem achava que não poderia piorar, apareceram os personagens. Quer dizer, que personagens? Porque no filme todos eles foram totalmente deturpados. O que menos sofreu alteração foi o próprio Aang, mas se M. Night Shyamalan, o diretor do filme, tivesse perdido 5 minutos para ver, apenas por curiosidade, uma imagem no Google Imagens do Aang, teria visto a bobagem que fez. Outra coisa: a tribo da água é negra no desenho; no filme ninguém chega nem perto de moreno. E nem vou comentar a atuação do Sokka, que no desenho é um personagem cômico, enquanto no filme, um personagem sério, quase dramático.

Zoko, o arqui-inimigo de Aang no começo da série, é o pior. Foi feito com cara de árabe e se dando mal sempre, como um viciado em guerra e destruição. Ta, a personalidade não é tão má, mas a esperteza do cara em fazer um personagem que suscitasse preconceito é desprezível. Para ele, o time do bem é branquelo, o time dos maus têm, todos, caras de árabes. (Observação: Shyamalan é indiano.)

Falando mais sobre o filme, achei que a história foi muito acelerada para caber em uma edição só. O anime possuí 4 temporadas (24 episódios cada). Eles poderiam ter tentado fazer um filme por temporada, mas imagino quão caro seja uma série tão longa assim para o cinema. Apesar disso, tenho que admitir que foi bem fiel à história do desenho.

Uma curiosidades sobre Avatar (sob minha interpretação pessoal): a Nickelodeon criou o Avatar para entrar na competição com a nova era de desenhos animados: o anime, portanto, é um dos poucos animes de origem ocidental.

Enfim, convido a todos a assistir a versão desenho animado das aventuras de Aang e sua turma, mas não deixo de ficar torcendo para ver como Shyamalan vai resolver os problemas da primeira parte dessa estória.

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