Coisa de menino - ou não

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Os quadrinhos são uma forma de literatura (sim, de literatura! É escrito, não é?) bem antiga: há relatos de que os primeiros surgiram por no século XIX. E por anos foi evoluindo com a sociedade, agradando ou desagradando variados gostos. No entanto, eles se tornaram realmente populares e ganharam força no século XX. Quem nunca pensou na até que divertida disputa dos norte-americanos DC e Marvel?

Pois essas duas famosas empresas de HQs tinham um modelo clássico de quadrinhos: heróis. Eram heróis fortes, másculos e tudo o mais. As histórias eram sempre de muita violencia, onde o mocinho (não tão "inho" assim) vencia o bandido e conquistava a garota.

Ah, a garota! A mulher nos quadrinhos geralmente era retratada como frágil e indefesa, restando-lhe apenas papéis coadjuvantes menores, como a secretária, a assistente, ou simplesmente a amada que precisaria invariavelmente ser salva.

Aí alguém vai dizer: e a Mulher Maravilha? Já repararam na diferença entre o uniforme da Mulher Maravilha e o do Super-Homem? Enquanto ele veste o corpo inteiro, ela usa um maiô, exibindo suas curvar para quem quiser ver. Ou seja: nas raras exceções em que a mulher é uma super-heroína, ela aparece seminua, para contentamento do sexo oposto.

Lilian Felix, uma das blogueiras do Blogueiras feministas, fala sobre isso em seu artigo O lado machista dos quadrinhos. Motivada pela discussão levantada por ela, passei a pensar em algumas observações sobre o assunto.

Se formos parar para pensar, esse estilo de quadrinho da DC e da Marvel foi feito para meninos que um dia viriam a se tornar homens. Assim como as meninas tinha as mães e suas bonecas bebês e, posteriormente, a Barbie, como seus modelos de "mulheres do futuro", os meninos também precisavam de um modelo. Um herói que salvasse o mundo no final do dia era a imagem perfeita. Que homem quando menino nunca sonhou em ser um bem sucedido Bruce Waine ou um sortudo Peter Park?

Outra questão curiosa: os personagens desses quadrinhos são adultos. Eram histórias de adultos para crianças. Nesse ponto, Maurício de Sousa foi extremamente genial, criando quadrinhos com histórias de crianças para crianças. O sucesso da Turma da Mônica e todos os personagens que vieram a seguir é inegável, e não só no Brasil: os quadrinhos do brasileiro são um fenômeno de sucesso nas bancas do mundo inteiro.

Agora, a questão mais curiosa de todas: paradoxalmente, no Japão, um país tradicionalmente machista, que vem lentamente mudando essa história com o passar dos anos, nota-se uma abertura maior e mais respeitosa à personagem feminina nas histórias de herói. Não é difícil encontrarmos heroínas em suas histórias. Nos mangás (os quadrinhos japoneses), as mulheres são fortes, determinadas, verdadeiras guerreiras, e nem por isso perdem sua graça e beleza. Não perdem em nada para um personagem do sexo oposto. Em outras palavras, a heroína do lado mais conservador do planeta é bem melhor recebida do que no lado aparentemente mais liberal.

O mundo das HQs está mudando sempre, como tudo na literatura. Mas ao invés de ir e vir, como romances e novelas, ela fica, porque é com certeza um estilo muito atraente e agradável para todas as idades. A partir das variações ousadas por autores como Maurício de Sousa, Walt Disney, os mangakas japoneses e muitos outros, elas têm se tornado cada vez mais populares e democráticas. Ainda bem!


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Sobre Pensamentos Avulsos...

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