A música

segunda-feira, 28 de abril de 2014


A música dialoga com a vida. Uma simples nota faz qualquer um vibrar, seja qual for o ritmo, seja qual for a motivação. Uma canção especial traz recordações, remexe o passado; dá alento, cria esperança; motiva a seguir em frente. As músicas trazem lembranças boas e ruins, fazem chorar, rir, dançar. Relaxam, dão conforto, instigam. Mostram exemplos, divulgam campanhas, fazem apelos. Comunica-se através da música.

Se há uma coisa que de fato agrada a gregos e troianos, é a música. Você pode até não gostar de um estilo ou de outro, mas não existe quem não goste de alguma forma de música. Os ritmos não mexem apenas com a audição, mas com o corpo inteiro. Sons de diferentes tipos podem inspirar, são a fonte para artistas de outros gêneros, inclusive os que não tratam de arte. 

Sons causam reações diferentes nas pessoas. Um dia triste muda com uma música que sussurre ao ouvido aquelas palavras acolhedoras de que se está precisando. Ela torna-se um abraço para os desamparados. Um dia feliz fica ainda mais alegre com músicas agitadas. A música é o remédio e faz parte de terapias e atividades voltadas à manutenção da saúde. Também funciona muito bem em atividades didáticas e tem infinitos ensinamentos.

A música tem o incrível poder de aumentar a concentração – e o de acabar totalmente com ela também. É como uma ferramenta: conhecendo-se o poder que tem e a sua finalidade, usa-se bem ou mal. Ela é vital, faz parte da vida. Há até quem diga que não dá para se viver sem música. É um argumento compreensivo.

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Auto-algoz

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O que leva uma pessoa a tomar uma decisão? O que a leva a não agir de forma alguma? Os critérios para essas perguntas são vários e, em geral, muito pessoais. Influências externas têm um grande peso nas decisões tomadas, não necessariamente no sentido de conselhos (“você deveria”, “você não pode”). As maiores inimigas das decisões são as do tipo “o que vão dizer”.

Pensar muito sobre o assunto pode reduzir o tempo que temos para agarrar uma oportunidade; mas agarrá-la logo de cara, impulsivamente, faz com que se opte por ações precipitadas que não saem tão bem. Não é o que vão pensar, mas o que os envolvidos vão achar de tudo isso e como passarão a vê-lo dali em diante. Que valor tem o que eles pensarão para você?

É uma questão delicada. É muito fácil dizer que não se deve dar credibilidade ao que os outros vão pensar de sua atitude, mas na prática é impossível viver totalmente isolado dos efeitos que a opinião alheia pode causar. Desde que o ser humano é um ser social e que, portanto, vive em uma sociedade (seja ela no nível familiar, seja ela em um âmbito universal), a opinião importa. Você pode até passar por cima dela e não se impedir de fazer alguma coisa, mas há situações em que é complicado fazer algo e ver o outro se afastando e ignorando você.

Para uma pessoa tímida essa questão é ainda mais complicada. Errar é humano e aceitável para a maioria das pessoas. Para o tímido, errar tem peso de castigo divino que devia ser punido com sacrifício humano. Se uma pessoa normal erra, no dia seguinte ela nem se lembra disso, já superou. Se for com um tímido, pode ter certeza que ele repassará em sua mente um milhão de vezes a cena para analisar infinitamente onde foi que ele falhou e o que ele poderia ter feito para não ter errado.

No campo dos relacionamentos não é diferente. Uma pessoa normal tolera a rejeição, por pior que seja. Um tímido a encara como um trauma eterno que nem anos de terapia resolveria. Uma pessoa normal vê alguém interessante na festa e tenta uma iniciativa. E se não der certo? Tudo bem. Na próxima festa haverá gente interessante também, é só tentar de novo; uma funciona. O tímido – coitado! – vai pensar mil vezes antes de falar “oi” para a outra pessoa. Vai considerar todas as possibilidades. Vai pensar se deve ou não dar algum sinal – e vai pensar se tem coragem suficiente ou não para tanta ousadia. E vai embora sozinho, porque a festa acabou e a pessoa interessante foi embora, e só com muita sorte ele teria uma nova oportunidade de se encontrar com ela.


Mas a timidez tem lá suas vantagens. É graças a elas que os tímidos não se colocam em riscos muito altos de exposição de sua imagem ao ridículo e, em boa parte do tempo, são salvos de situações embaraçosas. Por outro lado, existem outros constrangimentos a que os tímidos acabam submetidos. Sem querer, eles se privam de riscos relevantes, que poderiam render uma vitória ou derrota, sem se dar conta de que a probabilidade é a mesma para os dois resultados. Para não falar das situações divertidas, das risadas e de momentos bons dos quais eles se privam. E não se pode esquecer – jamais! – as oportunidades perdidas.

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As mãos

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Os sentidos servem para que se percebam as coisas que estão à volta. Alguns deles entram em ação sem que seu dono possa intervir: não é possível simplesmente decidir que não se quer sentir um cheiro ou que não se vai ouvir um som; mesmo tapando os ouvidos com os dedos, o máximo que se consegue é abafar o barulho. Mesmo a visão está fora do nosso controle total: é possível fechar os olhos, mas ainda é possível perceber alguma coisa, como a claridade ou a escuridão. O paladar e o tato – primos próximos -, no entanto, são na maioria das vezes sensores voluntários. Um alimento é levado à boca pela vontade de seu dono, e as coisas são tocadas quando ele quer.

Os principais órgãos que colocam em prática a função do tato são as mãos. Temperatura, textura, estado, formato, são todas características perceptíveis através de um toque. Mas as mãos não percebem tão pouco: com apenas um toque é possível descobrir estados psicológicos como ansiedade, alegria, medo, ou uma cicatriz que denuncia uma experiência.

Diferente dos outros órgãos de sentido – com exceção dos olhos que, para pessoas mais sensíveis, falam mais que a boca –, as mãos conseguem muito mais que receber, elas dão. Com um toque demonstra-se carinho, transmite-se segurança, cumprimenta-se. Uma mão consegue ferir a carne e alcançar à alma em um tapa. As mãos gritam desejo, alteram o ritmo cardíaco, fazem as pessoas suarem, sorrirem, até rirem sozinhas.

As mãos conversam com outras pessoas. Elas são as únicas a falar com todos os sentidos. Um sinal de positivo, negativo ou um não. Um aplauso. Um dedo sapeca que acaba de furar um bolo. Um beijo educado em uma mão perfumada de sabonete ou creme. Todos os sentidos são atendidos por elas.

As mãos mexem com os sentimentos. São mãos que magoam; mãos que perdoam; mãos que protegem; mãos que falam; mãos que excitam; mãos que cativam; mãos que odeiam e amam. Como um simples toque pode causar tantas reações diferentes e controversas?

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As Avós

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Um romance pode tanto ser elogiado quanto invejado ou criticado. O que dizem sobre os relacionamentos em uma sociedade acaba moldando a estrutura e o comportamento das pessoas.

Em As Avós, da vencedora do Prêmio Nobel de Literatura Doris Lessing, Lil e Roz se conhecem na infância e se tornam instantaneamente melhores amigas. Sua ligação, no melhor estilo almas gêmeas, aproxima toda a história das duas, chegando a misturar-se em uma só, como se as duas de fato pertencessem a uma só família. Na fase adulta, ambas se tornam vizinhas e têm filhos na mesma época. A criação dos meninos acaba sendo dividida pelas duas famílias, e é difícil não dizer que eles também sejam irmãos. Já mais velhas, uma viúva, a outra divorciada, sem perceber, como algo natural, a intimidade entre mães e filhos cresce e leva-os a um relacionamento amoroso, cada uma com o filho da outra.

Ambientado na costa leste dos Estados Unidos, o romance trata de alguns pontos polêmicos. Jovens adultas tão próximas e livres de seus respectivos maridos levam suas vidas perfeitamente felizes sem a companhia de um homem. Para a sociedade da época, parece difícil conceber essa situação. E depois de tantas perguntas, surge uma hipótese, ainda nova e chocante: seriam elas um casal? Coloca-se aí um preconceito concebido por um pensamento extremamente conservador, que não permite a essas mulheres viverem da forma que bem querem.

Cartaz do filme Amor sem Pecados
(título original: Adore), adaptação do livro
Outra contradição a uma sociedade conservadora é o relacionamento de jovens na casa dos vinte anos com
mulheres tão mais velhas. Quando se pensa em um relacionamento com uma diferença de idade tão grande há duas possibilidades: quando é o homem o mais velho, não é tão estranho assim; mas quando é a mulher que procura o jovem rapaz, parece muito mais chocante aos olhos da sociedade. A preocupação constante das duas matriarcas é com a reputação de seus filhos. Apesar de amá-los, aceitam o sacrifício de libertá-los para um relacionamento mais próximo do que o conservadorismo dos outros lhes permite.

E como a criação dos dois foi feita de forma tão próxima e caseira, a sensação que se tem é a de que há duas mães para dois filhos em comum. Portanto, ver o filho de Lil se relacionando com Roz e vice versa dá a impressão de ser um relacionamento incestuoso. Quando os rapazes têm suas próprias filhas, juntos com as idosas, elas é que parecem as mães
das crianças, num círculo fechado e perfeito de uma família. A única coisa estranha a todo esse relacionamento são as noras, que não cabem ali.


As Avós é um romance envolvente e intrigante que leva o leitor a refletir sobre os possíveis modos de ser e os preconceitos sociais que interferem na vida das pessoas.

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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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