Gray Friday

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Black Friday (Sexta-Feira Preta) é um evento típico da cultura norte americana – mais precisamente dos Estados Unidos – que tem por objetivo limpar os estoques das lojas antes da correria das compras de Natal, com as quais eles lucrarão ainda mais. Para isso, os lojistas colocam descontos absurdamente altos em seus produtos, fazendo-os custarem absurdamente pouco para que os consumidores comprem absurdamente muito. O nome é uma brincadeira: na Black Friday as pessoas ultrapassam o vermelho e ficam no preto, de tanto que gastam.

Este ano algumas lojas brasileiras se propuseram a espelhar o evento por aqui. Mas eu eles não entenderam muito bem o espírito da coisa. Ao invés de darem descontos estrondosos, aumentaram o preço de seus produtos a valores exorbitantes e deram descontos realmente altos a eles – depois de remarcados, claro. Com isso, o preço dos produtos não caiu coisa nenhuma: a etiqueta “%” apenas ludibriou os consumidores mais impressionáveis. Prova disso é que um iPad, que antes custava cerca de R$1.400,00, passou a custar mais ou menos... R$1.400,00. Isso para citar apenas um exemplo.

Não vejo como os lojistas poderiam perder respeitando as regras desse jogo. Afinal, eles teriam conseguido repetir o sucesso das lojas estrangeiras, limpando seus estoques para dar lugares a produtos novos, que com certeza seriam liquidados na temporada de presentes de dezembro. Talvez tivessem vendido até mais do que conseguiram na (pseudo) Black Friday brasileira, já que todos os índices indicam que a nossa economia anda muito bem.

O que deveria ter sido um evento proveitoso tanto para consumidores quanto para lojistas acabou sendo um evento deturpado por aproveitadores e frustrante para quem sabia do que se tratava e esperava muito mais. O que foi um sucesso no resto do mundo não passou de um eventinho mixuruca por aqui. É uma pena. Quem sabe na próxima?


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Novas profissões

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Com a evolução do mundo também evolui o mercado de trabalho. A cada dia, novas profissões, antes inimagináveis, surgem e ocupam o seu lugar. Há alguns anos, a profissão de empregada doméstica foi regulamentada. Até aí tudo bem. Era uma profissão que existia, da qual muita gente sempre precisou e contratou, mas ninguém nunca tinha pensado que poderia ser regulamentada.

Mas foi. Em seguida, para espanto e polêmica geral, foi a vez das prostitutas. Agora, os profissionais do sexo têm direito a tudo o que os outros trabalhadores com carteira assinada já tinham.

Nesta quinta-feira (17 de novembro), a Câmara resolveu aprovar mais uma profissão. Duas na verdade: a de catador e a de reciclador. Esses também são árduos trabalhadores que já fazem parte do cenário de qualquer cidade grande pelo menos, não era de se estranhar que um dia acabassem ganhando os direitos trabalhistas também.

Mas regulamentar os tradutores, nada, né? Ninguém nem toca no assunto. Parece tabu: se alguém toca no assunto, do outro lado da sala alguém finge uma tosse e muda de assunto. Por quê?

Há quem diga que a profissão de prostituta é a mais antiga do mundo; oras, mas desde que decidiram derrubar a tal da torre de Babel, o tradutor sempre foi necessário. Nunca houve um tempo em que a profissão fosse dispensável, e uma má tradução poderia enganar, matar, provocar revoluções e guerras mundo a fora. Ninguém nega que não poderia viver sem um tradutor, mas ninguém reconhece o seu valor. Se por um lado ignora-se a existência do tradutor, por outro, faz-se vista grossa sobre o fato de haver um número incomensurável deles no mercado – tanto profissionais quanto.

Também existem aqueles tradutores que são contra a legalização da profissão; esses temem por seus empregos. Eu, sinceramente, não acho que a coisa ia mudar tanto. Quem é bom tradutor, mesmo não tendo qualificações na área, continuaria com seu trabalho. Quem não é, teria que correr atrás para se tornar um. Ué, nada mais justo, não? Os médicos, advogados e engenheiros, entre tantas outras profissões, têm que fazer isso; por que os tradutores não?

A falta de legalização do tradutor (bem como de outros profissionais da área, como o intérprete, o revisor, o legendador) da margem a exploradores, como boa parte das agências de tradução, que pagam valores exorbitantemente baixos para que alguém possa se manter dignamente sem se matar trabalhando. Também abre brecha para inexperientes entrarem e saírem do mercado quando bem entendem, para fazer um “bico” e, assim, desvalorizar o trabalho daqueles que tem essa como uma profissão séria e fonte de seu sustento. Onde há vantagem na não regulamentação da profissão? Desculpa, mas não consigo ver pró nenhum nessa marginalização.

Veja bem, não estou aqui querendo menosprezar as outras profissões citadas; muito pelo contrário. Na verdade, o que quero mostrar é que a profissão de tradutor é tão digna quanto as outras, exige tanto empenho e dedicação quanto as demais, e merece tanto quanto o respeito e os direitos já concedidos a outras classes trabalhistas.

Há incautos que pensam que o trabalho é fácil. Agora, com o advento do Google Translator, essa é o argumento desses leigos. Enfim, fazer o quê? Também tem gente que acha que Portugal descobriu o Brasil e que a bandeira dos EUA poderia ondular na Lua (no vácuo)!

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Fragilidade

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Num dia quente de sol, à beira da piscina, ou num dia extremamente estressante, daqueles que você tem vontade de pular no pescoço de alguém, não é possível se dar conta da fragilidade das coisas. No momento em que estamos estudando na carteira ao lado daquele colega de classe, ou rindo com ele nos intervalos de aulas, não notamos a importância que ele tem, ou como ele pode se afastar de repente. Premeditadamente ou não.

Para usar de um jargão, a vida é engraçada. A gente nunca sabe quando vai deixá-la. Nem quando vão deixá-la.

Neste feriado de 15 de novembro com grande pesar recebi uma notícia aterradora, daquelas em que a gente demora horas, dias para acreditar. Uma colega de classe do Ensino Médio, com quem convivi por pelo menos quatro anos de minha vida, faleceu prematuramente demais. Ela era apenas dois meses mais velha que eu. Não soube ao certo a causa da morte, mas aparentemente ela foi internada em um dia, pegou uma infecção hospitalar, e faleceu no dia seguinte.

A notícia me chocou mais do que eu esperava. Até agora ainda me parece estranho alguém, da minha idade, morrer assim, tão de repente. Também a notícia serviu para reunir os colegas daquela época, sobre um tema tão soturno. A perda de uma colega tão viva quanto ela parece ter abalado a todos.

É difícil até saber em que pensar nessas horas. A gente fica completamente sem reação. E se fosse a gente? Esse assunto é bem complicado.

Por fim, sentiremos a falta dessa colega (não vou dizer o nome dela aqui, não acho ético – mesmo porque não faz diferença para a maioria dos leitores deste blog, que provavelmente não a conheceram). Guardo muitas lembranças boas ao lado dela, e acho que todos os que tiveram a oportunidade de conhecê-la têm a mesma sensação que eu. É uma pena que não poderemos criar mais momentos assim a partir de agora, mas foi muito bom tê-la conhecido e ter alguém como ela passado por nossas vidas.


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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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