Show de excentricidade

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Às vésperas de mais uma eleição, os comentários sobre não ter em quem votar se repetem. É tanta sacanagem que a gente é “obrigado” a presenciar, que eu chego a ter a impressão que o povo ta começando a ficar acostumado. Mas essas eleições eles avacalharam!

A começar pela picuinha Dilma/Serra. Eu sempre gostei do Serra, mas essa discussãozinha de eleição para representante de classe de escola dos dois me irrita. É como se eles estivessem brigando entre eles e se esquecessem de nós, que estamos assistindo a essa palhaçada toda.

E por falar em palhaçada, quem foi o imbecil que disse qualquer um podia se candidatar? Não estou sendo preconceituosa, veja bem; mas acho que certas coisas têm limites. Por exemplo, colocar na concorrência por um cargo público pessoas famosas se um pingo de competência ou vocação para a coisa só para atrair votos? Ah, é, desculpa, essa parte o grande eleitorado – leia-se o povo – não sabia, né? Pois é assim que funciona: os partidos menores, que têm poucas chances de vencer rifa de igreja, que dirá eleições públicas, pegam esses personagens da alienação de massas – leia-se TV – e colocam para concorres sob suas bandeiras. Aí o povo, frustrado com as péssimas opções que têm, achando que seu voto não vale nada, vai lá e vota num baguá qualquer. O que esse mesmo povo não sabe é que esses votos que ele está dando para o baguá qualquer está indiretamente ajudando a eleger os vigaristas que ele tanto relutou em votar. Mas isso não é explicado, claro. E o povo também não se preocupou em ter senso crítico e questionar o ato do Partido da República (para quem não sabe, esse partido é um bebê: só tem 4 aninhos de idade) de chamar todos os eleitores de idiotas ao colocar o Tiririca caçoando do fato de o Brasil estar uma porcaria. Lembrando que esse rei dos baguás está liderando em número de votos.

Se é para protestar contra falta de opção para votar, é melhor votar nulo. Ta aí outra coisa que pouca gente sabe: a diferença entre voto nulo e voto branco. O voto branco é mais ou menos o “voto para quem estiver ganhando”: depois de encerradas as eleições, o candidato que estiver na frente ganha um bônus, os votos em branco, que podem até decidir a eleição sem passar para um segundo turno. O voto nulo quer dizer “não quero votar em ninguém porque ninguém vale o meu voto”: pela lei nacional, se o número de votos nulos representar 50% dos votos totais do país, as eleições têm que ser refeitas, e os candidatos que concorreram não podem continuar concorrendo, ou seja, outras pessoas têm que concorrer (nada de Dilma, Serra, Marina ou Plínio). Isso vale para todas as instâncias das eleições, claro.


Perguntas aos presidenciáveis:

Serra: Você lê jornal? Se sim, porque raios ainda promete duas professoras em sala de aula? O problema da educação não é o número de professoras em sala de aula, é a aula em si. As escolas estaduais estão suprindo a carência de professor com estagiários, prova de que já não tem professore suficientes na rede, e você quer inventar de colocar duas por sala? Não seria mais fácil dar uma de Maluf e prometer aumentar o número de escolas e, assim, dividir salas superlotadas de 50 alunos (em média) e transformá-las em duas de 25 (o que melhoraria imensamente a qualidade das aulas)?

Dilma: Eu DUVIDO que você teria a coragem de ir tratar a lesão que sofreu recentemente em hospitais da rede pública de saúde, aquela que o presidente Lula faz tanta questão de lembrar que ele melhorou muito durante o governo dele.

Ah, e um último recadinho para o próprio Lula: Vossa Excelência sabe o que é ética? Ética é você não se meter nas eleições, ser imparcial num momento de decisão como esse. Todo mundo sabe que a Dilma e a Marta Suplici são do PT, e ninguém duvida que você apóia a candidatura delas. Agora, deixar o seu trabalho para implorar por votos do povo para as duas – e para todos do seu partido – é a maior falta de respeito que você poderia ter para com esse mesmo povo que te apóia. Lembre-se que você ainda está no cargo de presidente do Brasil, e, portanto, até o dia 31 de dezembro, você ainda tem muito o que fazer.

Ilustrando o que eu disse, segue este vídeo do polêmico Felipe Neto, falando exatamente sobre o assunto. Não tiro nem uma palavra deste discurso, já que particularmente partilho da mesma opinião.

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Tempestade em copo d'água (?)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Às vezes eu acho que luto por batalhas que não tem como vencer; eu me preocupo demais com coisas que não tem conserto.


O machismo, por exemplo. Como hoje é fora de moda ser preconceituoso, o machismo (como outras formas discriminatórias) se esconde atrás do pensamento comum arraigado na sociedade. Espera-se que hoje, com tanta informação e a tendência de, tanto por isso, se conhecer sobre o assunto que se fala, que as pessoas reflitam sobre o que falam, para não parecer meros papagaios, repetindo frases sem sentido. Mas não é o que se vê por aí.

Por exemplo, é do senso comum frases que afirmam que as mulheres são piores motoristas que os homens, mesmo as estatísticas provando o contrário. Segundo pesquisa do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), elas se envolvem 4,5 vezes menos em acidentes de trânsito com mortes do que eles. Os dados dessa pesquisa foram publicados no final do ano passado pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) e está disponível na internet para quem mais tiver a curiosidade de dar uma olhadinha. Outro dado interessante: os homens são mais ousados (leia-se "irresponsáveis") para dirigir embriagados. Posso estar mal informada, mas nunca ouvi falar de acidente sério causado por motorista bêbado que fosse mulher, nem mesmo que alguma mulher já foi parada pela polícia por suspeita de estar dirigindo embriagada. Não é à toa que o seguro de carro para elas chega a ser até 30% mais barato.

Outro fato interessante é o número de motoristas rodando por aí: cada vez mais mulheres dirigem. Para quem gosta de se defender com o argumento vazio de que há mais motoristas do sexo masculino do que do feminino, primeiro: esse quadro tem mudado a cada ano, e a tendência é que um dia ainda cheguemos a nos equiparar em número. Mas, de qualquer forma as pesquisas estatísticas são feitas sobre percentuais, logo a projeção de homens e mulheres é a mesma para se obter os resultados.

Junte-se a isso o fato de as mulheres continuarem ganhando em média menos do que os homens, mesmo exercendo a mesmíssima função. E por mais que levantem a bandeira "não sou machista", muitos homens ainda se incomodam com a idéia de que uma mulher ganhe mais do que eles. A desculpa é a de que a mulher, ganhando mais, se torna independente demais e passa a achar que não precisa mais dos homens (eu ouvi isso!). Ou seja, o que rola então é medo de superação? O que tem demais uma mulher querer ser financeiramente independente? Isso não quer dizer que ela necessariamente optará por viver sozinha. Talvez essa independência faça com que elas fiquem mais exigentes em relação aos parceiros, mas isso é ruim? É ruim que ela queira conhecer bem com quem está saindo e com quem ela talvez se case um dia, para não virar Amélia? Muitos homens já evoluiram seu pensamento em relação a isso, mas outros tantos no fundo no fundo, mesmo que não declaradamente, o que esperam da mulher é uma substituta para suas mães. A luta do feminismo é pela igualdade, e não pela superação (excluindo, claro, os fanáticos, que não são bons em filosofia nem uma). Diferente do machismo, que procura afirmar uma superioridade (que na verdade não existe) entre os sexos.

E o mais engraçado: mesmo sabendo de tudo isso, eu ainda me abalo - e muito.

Obs.: Não, eu não me esqueci de que ainda existe muita mulher machista também.



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Kung Fu Kid - Homenagem coerente

sábado, 4 de setembro de 2010


Na onda das remasterizações, logo que surgiu os primeiros rumores sobre uma possível nova versão do conssagrado Karatê Kid - A Hora da Verdade, houve muitas expeculações sobre como seria - e quem seriam os personagens. Acredito que a principio todos pensaram que fosse ser exatamente a história do jovem Daniel san e de seu mestre, Sr. Miagy, já que um dos boatos surgidos foi que este seria interpretado por aquele.

Mas já que os boatos começaram, então tiveram que soltar algumas informações, para não gerar muita fofoca. Então vieram com essa história de que Jaden Smith (filho do ator Will Smith) estrelaria o filme, característica que o tornou ainda mais esperado.

Em Karatê Kid (2010), a história é bem parecida ao original, mas tem suas peculiaridades. Primeiro que o personagem principal tem apenas 12 anos. Dre Parker (Smith) é obrigado a se mudar para a China quando sua mãe é transferida para um cargo no país. Não sabendo falar uma palavra em Chinês (e também pouco motivado para isso), em seu primeiro dia arruma confusão com um grupo de "bad boys" encrenqueiros. O acaso faz com que o zelador do prédio onde mora, Mr. Ham (Jackie Chan), resolva ajudá-lo e, na confusão, Dre acaba inscrito num torneio de Kung Fu - sem saber dar nem um chute. Então o garoto acaba confiando sua sorte ao misterioso Mr. Ham.

Mas existe aí um grande equívoco: até o título do filme fala de Karatê, mas a única coisa que ninguém luta é Karatê. Primeiro porque a história se passa na China, lugar onde, por vários motivos explicado pela história dos dois países, jamais uma arte marcial japonesa se tornaria popular. Segundo, porque o esporte nacional é o kung fu. E é essa modalidade que é explorada no filme. Mas "Kung Fu Kid" talvez não chamasse tanta atenção para a grande homenagem feita ao filme original.

E deixemos os deslizes de lado (já que nem um filme está livre deles), porque em nem um momento elas foram tão gritantes que tornassem o filme menos emocionante. Talvez a idéia inicial fosse mesmo trabalhar com o Karatê. Mas o Kung Fu tem uma característica - no meu ponto de vista - mais interessante que o Karatê: sua filosofia de paz. Como (quase) tudo que a China inventou, o Kung Fu não é uma arte marcial para ensinar a brigar, mas, no máximo, para ensinar a se defender. Como o próprio Mr. Ham afirmou, o Kung Fu é uma arte marcial para criar a paz, e não a guerra. E como de guerra todo mundo já está de saco cheio, nada mais puro e significativo do que apresentar uma forma paz.


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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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