Economia hipócrita

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Venho ouvindo dizer em tudo quanto é noticiário que o governo quer implantar um novo imposto para arrecadar fundos para financiamento da Saúde, mas que o Senado tem derrubado a proposta diversas vezes. O argumento do governo é que ainda falta fontes para essa arrecadação. Mesmo diante da votação honesta (há controvérsias, mas enfim...) em Senado, o governo insiste na intenção de colocar em vigor esse tal de novo imposto. Ou seja: democracia é só para brasileiro ver mesmo, né?

Em entrevista ao jornal Estadão, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (coincidentemente do PT, aquele partido que não é muito afeito a seguir regras ou respeitar seus próprios eleitores ou ao povo a quem serve), confirmou essa intenção do governo. Mesmo com a maioria do Senado contra a medida.

Agora, se a idéia é gerar receita e economizar, porque a primeira coisa que se pensa é em “como ganhar mais”? Porque nunca se pensa em “como gastar menos”? Não sei, mas para mim isso parece óbvio: é muito mais fácil você identificar formas de gastar menos do que formas de ganhar mais. Além disso, essa é a dica de qualquer bom economista que se preze. Sem contar, que é a medida adotada por todos os outros brasileiros. Mas parece que a dica dos economistas nunca está à altura do governo.

O gasto mais absurdo (sem contar pela sua exorbitância) que o governo tem é o tal do auxílio terno, que serve para arcar com as despesas dos políticos com vestimentas e tudo o mais que eles precisam para ir ao trabalho (que deveria ser cinco dias por semana, como todo bom brasileiro, mas a maioria ñ vai nem três). Nunca ouvi falar desse benefício para nenhuma outra função trabalhista, e posto que os cargos públicos sejam funções trabalhistas como outra qualquer, é um benefício absurdo e desnecessário – mesmo porque, os salários que os políticos ganham são suficientes para manter seu alto padrão de vida e seus ternos (lembrando que eles têm mais salários anuais do que o restante da população). Tai uma boa maneira de começar a cortar gastos.

Outra coisa: pra quê tanto ministro? Já dizia o ditado: amigos, amigos; negócios a parte. Então, nada mais justo deixar amigos, parentes e afins fora desses cargos. Se eles quiserem, que conquistem o cargo por mérito – como todo mundo tem que fazer em outras profissões para evoluir. Mais uma boa redução para os gastos do governo.

Quer outra dica: punição de verdade para corrupto. E punição dura e humilhante, porque do jeito que está, é leve demais para o pessoal “esperto” entender. Se não fosse pela desonestidade dessas pessoas, com certeza o governo teria muito - mas muito! – dinheiro para investir no Brasil e praticamente equipará-lo aos países ditos de primeiro mundo. Porque tecnologia, mão de obra e capacidade para isso nós temos. O que não temos e um número suficiente de pessoas com caráter desejável nos cargos políticos.

E eu acredito que tenho todo o direito de dar pitaco sobre a incapacidade do governo de administrar bem sua receita e seus funcionários (porque é isso que os políticos são, apesar de serem arrogantes de mais para enxergar ou admitir); afinal de contas, é do meu bolso, inclusive, que sai esse dinheiro mal administrado. Não sou contra pagar impostos, de forma alguma. Mas a coisa funciona mais ou menos como num comércio: o cliente paga para ter algo em troca. Se ele não tem esse algo pelo qual pagou, tem todo o direito de reclamar. Quem paga imposto é, de certa forma, esse cliente, e se não há retorno para seu investimento, ele tem mais é que cobrar mesmo. O Brasil não precisa de mais dinheiro; precisa é de um bom administrador.

Veja bem: só neste post foram três sugestões de como aumentar a receita do país. E olha que eu nem sou expert no assunto, hein?

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Cultura e crepes

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Poucos são os lugares que valorizam a cultura hoje. Exatamente por isso, que tem a coragem de fazê-lo usa esse argumento como estandarte para se promover. E tem todo o direito de fazer isso.

O senso comum leva a crer que valorizar a cultura é tarefa exclusiva de livrarias ou casas de shows. Ou - pior ainda - do governo. Não tiro a responsabilidade da tarefa a esses órgãos. Aliás, digo mais: é obrigação do governo, sim, mas não das livrarias; estas o fazem porque bem entendem. Mesmo porque, não são todas que o fazem. A Livraria Cultura talvez seja a que mais se preocupa com esse tipo de coisa, mas a Livraria Saraiva e a Fnac não ficam atrás. Em cidades maiores, como as capitais, é óbvio que o movimento é muito maior do que o observado em Campinas, mas todas elas se engajam como podem nessa missão.

No passado saraus eram a moda para se cultuar a cultura. As pessoas interessadas se reunião em casas de um ou de outro com o intuito de tocar, cantar, declamar ou encenar, pelo simples prazer de absorver cultura. Nem sempre foi um hábito exclusivo dos intelectuais. Os luais na praia em volta de uma fogueira podem ser considerados uma forma mais modesta dessas reuniões.

Hoje em dia, se você fala de sarau, a pessoa já torce o nariz, imaginando altos escalões de academias de letras, senhores empolados (muitas vezes empoeirados, se é que me entende), que sabem tudo sobre tudo, e não se misturam com réles mortais. Se eu conhecesse o primeiro desses calhordas que deu essa péssima fama aos saraus, eu batia no desgraçado com um gato morto até o bixano miar. Graças a ele, as pessoas morrem de medo de saraus.

Mas diferente do que se pensa, saraus não mordem. Como eu li de um escritor uma vez (e me desculpe o autor, pois não me lembro seu nome - sou péssima com nomes; esse é um dos meus defeitos), o poeta tem que escrever para o público. Logo, se o público não cultua, o produtor de cultura fica abandonado (coitado!).

Por isso, acho muito justo comentar ações e iniciativas que trabalham a favor da promoção da cultura. E o alvo desse comentário hoje é a creperia Tucano's Crepe, no Shopping Prado, em Campinas. Além de música ao vivo nos dias em que o próprio shopping não promove, o restaurante é aberto a mostras culturais e outros eventos, como lançamentos de livros, além de um sarau na segunda terça-feira de cada mês. O cardápio deles também é muito interessante: cada prato tem um nome de uma banda tradicional, como Legião Urbana e RPM.

Isso tudo sem mencionar que os crepes são uma delícia e o atendimento, maravilhoso. (Não, eu não estou ganhando nem um centavo para escrever este post; escrevo por pura boa vontade mesmo.)


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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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