Círculo de Fogo

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Para quem gosta de filmes de ação e ficou encantado com a tecnologia 3D, esse é um excelente filme. Parece, aliás, que o único foco do filme era esse. O enredo fraco e inconsistente é completamente ofuscado pela demonstração de destreza em trabalhar com técnicas de efeitos especiais e configuração 3D para uma película.

Em Círculo de Fogo, seres monstruosos, os Kaijus, começam a surgir das profundezas do oceano, ameaçando a sobrevivência humana. Para combatê-los, os humanos desenvolvem robô gigantes, os Jaegers, que são controlados por duas pessoas altamente capacitadas para a missão. No entanto, os monstros evoluem e os grandes Jaegers começam a ficar obsoletos diante da ameaça. Um general do exército, responsável por essa missão, resolve então apostar em um robô aposentado e, por tanto, obsoleto, e em seu antigo piloto.

Várias lutas são travadas no mar entre esses monstros e os grandes robôs, algo bem parecido com as batalhas entre monstros de Rita Repulsa e Megazords (lembrando que nos Power Rangers a ideia era a mesma: um robô gigante pilotado por pessoas contra um monstro enorme ameaçando o planeta). Em uma dessas cena de briga de monstro contra robô gigante aparece um helicóptero passando na frente dos gigantes por alguns segundos, imitando a clássica cena de King Kong no alto do prédio. É uma cena totalmente dispensável, que não acrescenta absolutamente nada à história, e que está lá apenas para lembrar ao espectador que o filme é 3D.

Uma das inconsistências mais gritantes do filme é a mudança radical de personalidade do personagem bad boy: inicialmente ele é aquele personagem que se acha o principal da missão e que sem ele a derrota era evidente. Sendo assim, não é difícil entender que é um personagem difícil, antipático e que não faz amizades muito facilmente, a não ser por interesse. De repente, na metade do filme, sua personalidade muda drasticamente, sem nenhuma transição aparente que justificasse a mudança, e ele termina como o bom moço, o herói que dá sua vida para salvar o mundo. Houve até um motivo que o fizesse mudar de posição, mas não houve tempo suficiente para a concretização dessa mudança no filme. O desenvolvimento do enredo foi tão acelerado que mudanças de opinião, postura e caráter aconteceram de foram muito repentina, como em um passe de mágica, o que conferiu um ar não natural à história.

E eis que, entre tantas releituras, ressuscitaram o Hellboy! Ron Pearlman interpreta um personagem com umHannibal Chau, um trambiqueiro multimilionário, branco feito papel e bem menos musculoso. Sua fortuna é fruto de um mercado negro encabeçado por ele que é alimentado por órgãos de Kaijus roubados do governo. Ainda assim, ele é um dos personagens mais interessantes do filme.
estilo muito parecido ao herói dos quadrinhos. Agora ele é

Círculo de Fogo é um filme de ação razoável, mas não passa disso. Agrada a quem gosta de efeitos especiais, mas não satisfaz quem acha que o enredo é parte importante em uma película. São bons elementos sem uma liga muito consistente.

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Um mês para escrever

sábado, 21 de dezembro de 2013

Em geral vários artistas das palavras passam por um sério problema: nossa mania de sermos escritores de gaveta. Temos várias ideias – elas não param de aparecer a todo o momento, em todos os lugares, nas situações mais inusitadas possíveis. Aí decidimos fazer algumas anotações dessas ideias para não as perdermos e desenvolvermos melhor a história depois. Fazer anotações é ótimo, porque não há memória que chegue para tanta informação, que dirá para tanta ideia. O problema está no depois: dificilmente esse prazo chega e a uma grande história em potencial fica fadada a passar o resto da vida em esquecida em uma gaveta – ou em HDs computadores à fora, que é mais condizente com esse mundo moderno.


Sofrendo desse mesmo mal, o escritor Chris Baty lançou um desafio a um grupo de 21 pessoas (ele incluso): escrever 50.000 palavras em um mês. O desafio foi lançado em 1999 e deu tão certo que no ano seguinte ele resolveu aprimorá-lo, definindo um mês oficial para isso: novembro. E assim nasceu o NaNoWriMo, sigla que significa “National November Writing Month”, ou “Mês de Novembro Nacional de Escrita” em português. 


Como o mau hábito de postergafan pages independentes espalhadas por diversas redes sociais, fóruns animadíssimos e entusiastas que se unem no mundo real com um único objetivo: escrever.
r é uma característica arraigada em boa parte dos escritores no mundo todo, o negócio cresceu muito e continua crescendo mais a cada ano. Hoje o NaNoWriMo conta com mais de 300 mil participantes de todo o mundo, além de centenas de

O desafio é simples: escrever um romance com no mínimo 50.000 palavras entre às 0h00 do dia 1º de novembro e às 23h59 do dia 30 de novembro. Na verdade, contos também são aceitos, mas a soma de todos tem que ser as tais 50.000 palavras. Isso da uma média de 1667 palavras por dia, ou aproximadamente 4 páginas totalmente escritas. A ideia é simplesmente sentar e escrever, “como se não houvesse amanhã”. Teorias sobre a escrita sugerem exatamente essa técnica para “ativar” a criatividade: escrever, escrever e escrever; quando esquentar você já vai estar escrevendo algo com mais sentido e a imaginação já estará voando alto. E nada de ficar parando para corrigir coisas absurdas que você tenha escrito, como dizer que aquela garota loira de repente apareceu com cabelos vermelhos na festa do príncipe em um castelo bem no meio de uma grande metrópole do século XXI.

Exageros à parte, resolvi aceitar o desafio. Eu estou entre a centena de escritores com uma pilha de rascunhos que nunca saíram da gaveta e a rotina tinha me afastado bastante da minha arte, a ponto de afetar minha criatividade. Estava bem difícil sentar e ter ideias. Como qualquer tipo de atividade, quando você para de fazer, você enferruja. Com a escrita não é diferente.

Outro ponto à favor: o incentivo de outros. Realizar uma atividade sozinho é possível, mas pouco estimulante. O NaNoWriMo é uma comunidade de pessoas que estão no mesmo barco: escritores amadores que sonham em se tornar profissionais ou que escrevem pelo simples prazer que a arte proporciona. Elas trocam ideias e palavras de incentivo durante todo o mês (e fora dele também) para que ninguém desanime e para que todos consigam chegar até o final. Esse apoio é algo que realmente anima na jornada, especialmente nos dias mais fracos de inspiração.

Funciona? Talvez. Para mim funcionou em partes. Eu consegui pelo menos pensar na minha história todos os dias durante o mês de novembro (por sinal, boas ideias de cena para ela continuam surgindo a todo momento). Nem todos os dias foram frutíferos: em alguns mais inspirados eu passei de 3.000 palavras; em outros, com muito esforço consegui passar de 1.000 e atingir pelo menos a meta diária. Para ajudar, novembro foi um mês com muito trabalho para mim, e tinha noites que eu simplesmente estava cansada demais para pensar, que dirá escrever. Também tive outros contratempos e compromissos que me atrasaram e, no final, não consegui terminar o desafio: meu romance acabou em 42.090 palavras (99 páginas). 

Nos dias de pouca produção eu usei tantos adjetivos que até eu bocejava com tanta monotonia. O máximo de “não edição” que consegui foi não ficar voltando para corrigir o trabalho que já tinha feito, com uma única exceção: quando eu tinha uma ideia que precisava ser inserida no meio do texto que já estava pronto. Em geral, escrevi tudo com muito nexo e coerência, mas não fui capaz de fazer um brainstorm de ideias sem fim só para chegar à meta final.

De qualquer forma, fiquei extremamente satisfeita com meu resultado. Depois de anos eu consegui finalmente dar uma forma a uma de tantas histórias aguardando na fila para serem escritas. Meu romance segue uma linha lógica com 99 páginas, o que vai me poupar muito trabalho de edição quando eu for revisá-lo. Além disso, foi uma excelente experiência, por dois motivos: estimulou novamente meu processo criativo e meu prazer pela arte das palavras, e me proporcionou uma ótima técnica para trabalhar em meus romances parados aqui. 

Esse romance começado em novembro eu termino antes do final do ano (meta pessoal), para poder revisar lá para fevereiro ou março e dá-lo por definitivamente concluído. Aguardem as cenas dos próximos capítulos.


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O mercado dos sonhos

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Estamos entrando em uma era em que ler é pop. O lado bom disso é que ninguém mais te olha como se você fosse o mais estranho dos nerds quando diz que entre seus hobbies favoritos está a leitura. E quando diz que escreve, também não esperam de você uma erudição sem paralelo.

Com isso, o mundo da escrita ficou mais acessível. Hoje literalmente qualquer um pode escrever um livro e publicá-lo não é mais uma tarefa tão complicada. Trata-se ainda de um processo dispendioso, mas mesmo assim, um sonho bem mais fácil de alcançar.

E quem tem aproveitado o nicho para fazer algum dinheiro são as editoras. Nos últimos anos, novas editoras se proliferaram com uma velocidade incrível no mercado. A maioria das novatas vestiu a camisa de apoio ao novo escritor. Com essas editoras, o escritor consegue tiragens menores a preços nem tão exorbitantes assim, mas sua visibilidade é bem pequena e todo seu marketing depende praticamente só dele.

Algumas grandes editoras também não quiseram ficar de fora. Como reforça o alerta do excelente blog Um Livro Qualquer, muitas editoras se tornaram uma verdadeira empresa de livros que se especializam em se aproveitar do sonho dos outros para enriquecer. Elas ganham do escritor para lançar seu livro como um piloto. Se o livro não vingar, pelo menos não perderam nem um centavo se quer com a produção; mas se, por acaso, o autor se mostrar um sucesso em potencial, talvez ele seja “promovido” ao tipo de autores profissionais da editora.

Um artigo da revista Piauí de novembro de 2011 levanta ainda outras questões sobre o assunto. Com a pressa do mercado por novos livros, a qualidade do que se escreve é algo que pode ser deixado em segundo plano. O mercado quer escritores que escrevam a toque de caixa, mas pouco importa o tema, a qualidade com que escrevem,
a linguagem usada; o importante é vender mais e mais. Essa falta de zelo é notável pela má qualidade de textos que vemos hoje. Até uns anos atrás era quase impossível encontrar erros de grafia ou gramática nos livros; hoje não tem um livro em que um errinho de português não tenha passado. Os revisores são cada vez mais subestimados e dispensados; a tarefa de revisão de texto foi agregada ao cargo de escritor. O editor, que deveria fazer um trabalho parecido, hoje nada mais é do que uma espécie de olheiro literário. Alguns escritores até parecem terem sido mal informados sobre a economia em revisão e a necessidade de fluência no idioma nativo.

E então surgem dia após dia infinitos cursos de escrita criativa e sobre o processo de publicação de um livro. Escritores que publicaram apenas um ou dois livros, mas foram um sucesso imediato de vendas para a editora, são incentivados a dar cursos desse tipo – para todos os gostos e bolsos – para angariar mais incautos para os bolsos das editoras. Os cursos em si não são ruins e nem quem os procura está errado. Atividades para melhorar uma habilidade é imprescindível para quem leva a sério um sonho. O cruel é o objetivo por trás da maioria desses cursos (porque nem todos são terreiros de editoras).

Destaco o seguinte trecho da matéria da revista Piauí:

“Ao se privilegiar as obras, se pressupõem que nem todos podem ser autores, e que nem todas as autorias são iguais. E nada mais natural, depois de tanto esforço de marketing a celebrar a figura do autor, que a obra tenha passado a ocupar um lugar secundário e insignificante.”

A obra perde status para o produto. Mais vale um autor carismático que o que ele escreve.

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Depressão e atitude

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Depressão é uma doença séria que exige cuidado do paciente e de quem está à sua volta. Mas não é um diagnóstico muito fácil de fazer. Estado depressivo é sintoma de várias doenças, mas muitos médicos, na pressa, determinam que todos estão com depressão e ponto final. Sem um diagnóstico mais aprofundado ou diferencial. É mais fácil receitar logo um remédio (controlado, por causar dependência) do que estudar com mais cuidado cada caso.

Por outro lado, como o deprimido lida com sua doença é algo determinante para seu tratamento – mas os médicos às vezes se esquecem de dizer isso ao paciente. Na verdade, a participação do paciente em qualquer tratamento tem mais importância do que se imagina. Tanto que a terminologia médica mudou de uns anos para cá – a pesar de parecer que ninguém conseguiu se adaptar ainda –: o paciente virou cliente e é parte integrante do processo de cura. A falta dessa conscientização faz com que pacientes e, infelizmente, médicos depositem toda a esperança de recuperação no remédio.

É claro que, em se tratando de doença psiquiátrica, existem variados graus de depressão. Há aquele depressivo assintomático, que de repente se suicida e ninguém sabe explicar por que, já que era uma pessoa tão animada e participativa. Esse é um tipo de depressão especialmente cruel porque não dá sinais de que existe e dificilmente alguém de fora consegue perceber o que se passa para tentar ajudar. Mortes sem explicação ganham a alcunha de suicídio por não haver outra razão lógica aparente. Outros tipos mais clássicos de depressão são mais fáceis de observar: tristeza constante, apatia, falta de apetite, mau humor, sentimento de inferioridade, pessimismo, irritabilidade, e por aí vai. Às vezes o depressivo nem nota esses sinais como um indicativo da doença; quem está à sua volta é que acaba percebendo com mais clareza e tem aí uma chance de ajudar.

Quando se fala de doença psiquiátrica imediatamente o preconceito vem à tona: afinal de contas, psiquiatra é médico de louco, não? Claro que não. Se os psiquiatras tivessem que tratar só os loucos, eles estariam extremamente sobrecarregados e suas agendas seriam mais lotadas do que a da mais requisitada das celebridades. Psiquiatras cuidam das doenças da mente e têm o apoio fundamental dos psicólogos nessa tarefa. E doença da mente não é sinônimo de loucura e, sim, uma doença como outra qualquer. Estando esse ponto esclarecido e o preconceito acabado, muitos depressivos – e portadores de tantas outras doenças psiquiátricas – poderiam desfrutar de uma vida muito melhor. O preconceito faz todo mundo perder tempo e saúde no processo.

Tristeza é natural do ser humano. Basta estar vivo para se decepcionar, se frustrar e ficar deprimido. Estender essa tristeza é preocupante. Mas nem ao menos tentar sair desse estado é mesmo patológico. A atitude de uma pessoa deprimida é determinante para ela sair do estado em que se encontra. Por mais que os amigos tentem animá-la, se ela não decidir abrir a mente para receber esse cuidado, ela só estará se protegendo contra ele.


Ficar triste é normal. Ser triste é opcional.

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Maus

domingo, 17 de novembro de 2013

Segunda Guerra Mundial é um tema recorrente demais. O evento foi tão chocante para a humanidade que foi retratado em várias formas artística, como uma forma de expurgo, de desabafo, uma maneira de amenizar o sofrimento, mas eternizar o que aconteceu para que próximas gerações jamais esqueçam o nível de crueldade a que pode chegar uma espécie. Inúmeras são as obras que tratam do assunto, e a partir dos mais variados pontos de vista: “A Lista de Schindler” e, mais recente, “A Menina que Roubava Livros”, na literatura (e cinema); “O Resgate doSoldado Ryan” e “O Pianista”, nas telonas; em várias músicas de bandas como Blind Guardian (Another Holy War), System of a Down (BYOB) e até a brasileira Legião Urbana (A Canção do Senhor da Guerra).

Nos quadrinhos, o exemplo mais famoso é o herói americano Capitão América, que ganhou vida em um filme próprio e na franquia cinematográfica Os Vingadores. Seguindo na linha de popularização dessa forma de literatura surge Maus, de ArtSpiegelman, com mais um ponto de vista sobre o genocídio mais famoso do mundo.

No livro, Art Spiegelman representa todos os personagens que conheceu na pele de animais. Ele próprio participa da história, como o entrevistador de um sobrevivente dos campos de guerra: seu próprio pai, um judeu polonês que conta toda sua saga, desde antes da guerra, quando ainda era livre, seu casamento, os sofrimentos e o alívio do fim da guerra. O que torna a história humana e não mais um simples relato de guerra é inclusão de elementos como os relacionamentos criados e desfeitos pelos nazistas.

O próprio autor, como personagem, deixa claro a dificuldade de se relacionar com o pai desde criança, graças ao que ele sofreu na guerra e do que não foi capaz de se livrar mesmo com sua liberdade. Existe um grande esforço aí de mostrar como a dor causada pela Segunda Guerra Mundial permanece até os dias de hoje, seja na pele de quem sobreviveu, seja para aqueles que só ouvem falar dela.


O formato quadrinhos torna a leitura muito mais ágil. É interessante a forma como o autor retrata os personagens. Lembra A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Além disso, de uns anos para cá os quadrinhos se tornaram um formato extremamente bem aceito por várias gerações de leitores, o que ajuda a levar a história mais longe, mesmo esta não sendo uma história em quadrinhos para crianças.

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O problema são os outros

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Encontrar defeitos e colocar a culpa nos outros é tão fácil que chega até a ser gostoso: quem nunca fez? Tem gente que vai ler isso e jurar de pés juntos que detesta falar mal dos outros, que nunca fez e que acha super errado. Para esse excelentíssimos leitores, fica o convite para continuar lendo se quiser.

O fato é que ninguém (com exceção de uma única pessoa que eu conheço) no mundo resiste a um comentário ácido, seja a outras pessoas, seja atitudes em massa, seja a decisões governamentais. O prazer em falar mal é tão grande que parece que se o defeito está em si próprio ele se torna até mais gostoso de se expor e discutir. Mais do que falar mal do outro, as pessoas amam mesmo é expor seus próprios problemas e defeitos, provando o quão piores estão em relação ao resto do mundo. Ninguém quer “perder” nem nesse quesito.

Todo mundo se acha no direito de julgar e criticar. Justo. Afinal, quem pensa tem direito de refletir e criar uma opinião sobre o assunto, seja ela qual for. Mas se ao criar uma opinião, você corre o risco de não ser compreendido da maneira como gostaria (talvez você até diga que foram os outros entenderam errado). Daí a importância de se conhecermais de um aspecto sobre o assunto antes de concluir o processo de reflexão e criação de opinião.

Toda vez que o Brasil ganha destaque nos jornais internacionais por algum escândalo popular alguns estrangeiros com quem mantenho contato me enviam recortes de jornais de seus respectivos países e comentam sobre o que leem, compartilhando sua opinião. O “bafão” da vez são as manifestações populares de todo o ano cobrando justiça e fim da corrupção no país. Todos os comentários podem se resumir a uma única opinião: “é, a situação é chata, ridícula e desrespeitosa para o povo – mas nós também sofremos com isso aqui”. E antes que se pense que meus colegas com essa opinião vivem em países árabes em constante guerra ou em países africanos em situação de extrema pobreza, deixo bem claro que quase todos os meus pen pals (pessoas com quem você se corresponde por carta) são europeus (as únicas exceções são uma japonesa e uma americana). Esse comentário sobre as notícias recentes da política brasileira, por exemplo, me foi dito por uma suíça e uma alemã.

Aí aqueles que só sabem falar mal do Brasil, mas debocham de atitudes importantes como votar e contestar decisões governamentais, vão gaguejar, mas vão encontrar alguma desculpa para falar que eu não sei do que estou falando. Porque na opinião deles o Brasil é um país tão intragável que vale a pena mudar-se daqui a qualquer custo – inclusive ao alto preço de viver em um país estrangeiro, sofrendo fortíssimo preconceito social e assumindo os altos riscos da vida de um imigrante ilegal (para não mencionar a humilhação de viver como um eterno foragido, caçado como um criminoso sem escrúpulos).

O comentário das minhas colegas europeias tem vários significados. É, sim, um tapa na cara de quem acha que os outros países são o paraíso na Terra, em contraste ao inferno tupiniquim. É também uma espécie de consolo, pois quando descobrimos que outros sofrem como nós, percebemos que não somos nós os loucos e aprendemos a respeitar o sofrimento do outro – e o nosso também. Quando achamos que só nós sofremos, tendemos a nos desesperar. Mas ao aprendermos a respeitar o nosso sofrimento, conseguimos parar, respirar e enxergar as possíveis soluções.

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Cantadas valorizadas

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Sabe aquelas tentativas frustradas de cantadas que você (mulher, claro) ouve de desconhecidos na rua, popularmente conhecidas pela alcunha de “cantadas de pedreiro”? Você (ainda falando das amigas) com certeza já recebeu uma. Ou pelo menos já viu algum amigo ou outro marmanjo colocando-as em prática. Algumas engraçadinhas, outras desconcertantes. Talvez uma ou outra até bem-sucedida. O fato é que todos conhecem as cantadas de pedreiro. Afinal, a criatividade desses nobres trabalhadores da construção não tem fim – nem limites.

E para eternizá-las e elevá-las a um nível digno do prestígio que merecem, elas foram registradas em um livro. Pedreiro é uma série de quadrinhos criada pelo quadrinista campineiro Digo Freitas que retrata o dia a dia desse nobre mestre de obras e suas aventuras na arte de seduzir uma mulher. São mais de quarenta páginas de tirinhas coloridas, e você ainda pode escolher uma (ou criar a sua própria personalizada) para dedicar a alguém num espaço reservado para isso na primeira página.

O Pedreiro é o carro-chefe de Digo Freitas, mas o autor também tem outras séries muito interessantes, que podem ser acompanhadas em seu site, Esboçais.com.br. Ele próprio vira a estrelas em alguns quadrinhos.

Interessou? Então anote aí: o livro Pedreiro pode ser adquirido na loja do Esboçais, em versão impressa e digital (para os leitores mais moderninhos). E se quiser conhecer os outros personagens do autor, não deixe de visitar o site.


*Publicado inicialmente em FactusLiterario.blogspot.com.

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Na contra mão

domingo, 15 de setembro de 2013

A ética e as boas maneiras ditam que devemos fazer o bem e ser corteses, pois um dia poderemos precisar do próximo. Mas na prática, pouca gente entende alguma coisa sobre ética ou se quer se lembra do que significa boas maneiras. Aparentemente ambas as palavras têm perdido cada vez mais seu significado e valor. Pior para quem acredita nelas, que fica fadado a se sentir um eterno estranho no ninho.

Ingenuamente acredita-se que religião tenha algo a ver com caráter e boas maneiras. Na verdade, essa é uma daquelas coisas que deveria ser mais não é. Afinal, tem muito ateu fazendo lá suas boas ações, e uma legião de religiosos convictos que se aglomeram todos os dias em apertadas celas que já não chegam mais para a quantidade de presidiários que comporta. A confusão é tanta que muitos religiosos se desvirtuam e viram fanáticos – que não é mais religioso coisa nenhuma, senão apenas mais um obsessivo.

Às a gente se vê em situações em que fazemos coisas que deixam os outros felizes, mas sem estarmos verdadeiramente “no clima” para isso. Em prol da política da boa vizinhança, nos sacrificamos aos poucos dia a dia, atropelando como um rolo compressor nossas vontades e coisas imateriais – muito mais importante –, como nossos sentimentos e nossa dignidade.

A encruzilhada se apresenta mais claramente à nossa frente de forma proporcional à proximidade do demandante de nós: quanto mais próximo, mais complicado é dizer “não” e mais desgostoso é o sacrifício. Também é certo que se houver aí uma ferida causada pelo ser exigente, o sacrifício chega até a ser mal cheiroso e nauseabundo em medidas igualmente proporcionais.


Aliás, quem escreveu essa tal política se esqueceu de dizer que ela só funciona quando aplicada em duas vias; talvez essa condição tenha ficado para o anexo e o pessoal teve preguiça de ler.

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O Diário da Queda, de Michel Laub

quarta-feira, 5 de junho de 2013


(Postado inicialmente em Factus Literário)

Em uma festa de aniversário, os garotos decidem pregar uma peça no aniversariante que acaba resultando em consequências graves. Para a maioria deles, foi bem-feito o que aconteceu. Mas para um deles, a brincadeira de mau-gosto virou um fantasma, que o perseguia e o lembrava de sua culpa o tempo todo.

Em Diário da Queda, o personagem principal é um judeu, neto de um sobrevivente de Auschwitz. Ele nunca teve um bom relacionamento com o pai e não chegou a conhecer o avô pessoalmente. O que sabia de seu avô era o que o pai vivia repetindo e o que ele havia documentado em vários volumes de um curioso diário.


O livro é uma compilação de reflexões que esse garoto faz sobre sua própria vida sob a ótica da herança que o nazismo e as recordações de Auschwitz do avô deixaram para a família. Seu relacionamento com o pai, sua própria condição como judeu, tudo parece estar relacionado com os sofrimentos vividos pelo avô em Auschwitz.

Assim como A Menina que Roubava Livros, Diário da Queda é um ponto de vista diferente sobre o assunto. Tratasse de uma nova visão sobre o nazismo, a vida de judeus daquela época e a vida de seus descendentes posteriormente, e é exatamente essa inovação que torna o livro atraente.


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Investimento é para todos, sim

sexta-feira, 24 de maio de 2013


É comum vermos nos jornais notícias sobre índices da bolsa de valores. A maioria dos brasileiros, entretanto, talvez ignore essa parte do noticiário por achar que não tem nada a ver com ele. Na verdade as pessoas foram acostumadas a pensar que investimentos é coisa só para quem tem dinheiro, e que os reles mortais têm que se contentar em trabalhar duro e gastar cada centavo suado que ganha, pois é uma das poucas alegrias a que tem direito. Mal sabem essa maioria das pessoas o quanto estão enganadas.

De forma contrária ao que pensa a maior parte da população brasileira, esforços de economia são para todos. É possível economizar com qualquer valor, e existem milhares de estratégias para se reunir um bom dinheirinho. As crianças aprendem muito bem isso, quando ganham seu primeiro cofrinho, onde guardam com alegria as primeiras moedinhas que ganham ou acham por aí. Mas parece que quando crescem elas perdem o gosto por guardar dinheiro.

Claro que o cofrinho de longe é o pior investimento que se pode fazer. Ele deve ser lembrado, no máximo, como um apoio para guardar um dinheirinho que sobra, mas investimento mesmo é quando se coloca dinheiro num lugar onde ele dará a seu dono algum retorno. Na escala das estratégias de investimento financeiro, depois do cofrinho vem a poupança. Ela também rende muito pouco, e com as novas mudanças da economia, tem rendido cada vez menos, é verdade; mas antes render pouco do que não render nada. Então, para aquelas pessoas que não têm muitos recursos mesmo, ou não aprenderam ainda uma forma de controlar o consumismo, a poupança é uma boa solução. E não precisa de muito por mês. Existem bancos que permitem a abertura de uma conta poupança com R$10,00. E se colocar um dinheirinho na poupança virar hábito, logo logo é possível ver essa quantia aumentar cada vez mais.

Mas a poupança é apenas uma das centenas de opções que se tem para investir. A BMF&Bovespa, regulamentadora de vários tipos de investimento (sendo o mais famoso as ações), oferece diversos cursos sobre os mais variados tipos de investimentos disponíveis hoje e sugestões de por onde começar. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), outra instituição voltada para o investidor – tenha ele o tamanho que tiver –, também possui um portal dedicado ao assunto, onde é possível realizar vários cursos relacionados.
s ações), têm concentrado seus esforços em educar a população quanto uma nova mentalidade quanto a finanças e investimentos. No website da instituição, é possível acessar uma página inteira sobre o assunto, com diversos

E uma vez que se comece a pensar sobre isso, a empolgação com o assunto é natural. Quanto mais se aprende como não é tão difícil assim juntar dinheiro, mais se quer saber. E essa é, de fato, a alma do negócio: informação. Quanto mais informações se tem, mais fácil a coisa fica. Existe uma variedade de pessoas interessadas sobre o assunto que, depois de começarem a se inteirar sobre isso, começaram a difundir o que aprenderam, seja em publicações, seja em sites e blogs mundo afora. Os destaques são o site Como Investir e o blog O Pequeno Investidor. Mas como dito antes, esses são só dois exemplos; usando uma ferramenta de busca é possível encontrar muito mais.
As corretoras de valores, que também têm lá seu interesse em que mais e mais pessoas entrem para o mundo dos investimentos, também participam bastante dessa onda de informações. Quase todas oferecem cursos gratuitos sobre os tipos de investimento existentes, especialmente aqueles com os quais elas próprias trabalham.

Com tantos caminhos assim, o que não dá mais é colocar a culpa no sistema e dizer que investir é coisa de rico. É bom lembrar que boa parte dos investidores bem-sucedidos foram muito pobres antes de conhecerem o mundo dos investimentos também.

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Dois Irmãos, de Milton Hatoum

quarta-feira, 22 de maio de 2013


(Publicado primeiramente no blog Factus Literário)

Em Manaus, entre as décadas de 1940 e 1960, vivem os irmãos Omar e Yaqub e sua atribulada família de origem libanesa. A história é contada em primeira pessoa por um personagem que é apresentado apenas depois de alguns capítulos e que vem embutido com algumas intrigas e suspenses.

Zana e Halin, ambos de origem libanesa, se casam num clima de amor intenso e juvenil. Halin sempre fora apaixonado pela esposa, e a última coisa que queria era filhos; Zana, por outro lado, alimentava o sonho de ter sua própria família. Halin, para agradar a esposa, acaba cedendo e o casal tem três filhos: os gêmeos Omar e Yaqub, e a caçula, Rânia. Na casa ainda vive a ama Domingas, de origem indígena.

A história versa sobre a convivência entre as pessoas deste núcleo familiar e os que os cercam, episódios de suas vidas que influenciam o fluxo da própria família.

Milton Hatoum, escritor manauara, tradutor e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, é um artista inovador, que traz ao leitor um cenário de uma Manaus diferente das tribos indígenas e macacos mascotes que a maioria dos artistas apresenta. A cidade é civilizada, tem tecnologia e modernidades da época chegando, e cresce como qualquer outra grande cidade. Há uma grande quantidade de imigrantes vivendo em Manaus, muitos a procura de refúgio, muitos a procura de vida nova.

Domingas é uma índia, que foi tirada de sua tribo ainda criança, educada por freiras em um convento e vendida, de forma velada, à família de Zana. Nunca foi tratada como uma filha adotiva, mas como uma serva da casa. Esse é um cenário da época colonial do Brasil, presente ainda no século XX, mas desconhecido do restante do país. Seria impensável acreditar que ainda hoje existem relações desse tipo num Brasil tão (aparentemente) moderno. Cenários como estes soam como uma crítica do autor sobre como Manaus ainda guarda traços de hábitos passados, que precisariam ser suplantados para que a cidade conseguisse verdadeiro destaque entre as maiores cidades do país. 

Omar e Yaqub são dois irmãos que definitivamente não se entendem. Desde crianças se detestam e o comportamento dos pais, especialmente da mãe, alimenta ainda mais esse desentendimento. Uma atitude bastante clara no livro e velada pela sociedade é a da preferência dos pais, bem demonstrada pelo papel de Zana. Desde sempre seu filho favorito é Omar, o mais novo dos gêmeos. A ele nada é negado, e qualquer problema que surja, Zana aparece como uma leoa para proteger sua cria. Por outro lado, Omar acaba sendo o preterido, apesar de ser o mais esforçado, aquele que conquista tudo o que tem. Rânia, no raking de preferência da mãe, fica com o último lugar. Para o pai, é o contrário: o que ele menos gosta é Omar, seja por ciúmes, seja por intolerância à sua personalidade, ao que ele se tornou graças à superproteção de Zana e às suas atitudes.

A separação definitiva acontece na adolescência. Após um conflito entre os dois, a família resolve mandar Yaqub viver com parentes no Líbano. Quando volta, os irmãos se ignoram, não raro entram em conflitos verbais e físicos, Omar sempre levando a vantagem nas brigas.

Enquanto Omar se dedica a vadiagem, Yaqub se dedica aos estudos, se tornando cada vez mais o preferido do pai. Logo aparece uma oportunidade e ele parte para São Paulo, sob fortes protestos da mãe, que prefere ter todos os filhos sob suas asas protetoras. Indo para São Paulo, o rapaz só evolui em sua carreira e colhe frutos, o que causa grande inveja em seu irmão. Omar continua aprontando coisas cada vez piores, talvez como uma tentativa de desviar a atenção dos pais de seu gêmeo, bem como uma criança mimada.

O fluxo de evolução e desenvolvimento é representado por Yaqub: aquele que vai para São Paulo, o motor do país, é aquele que passa a ter modos e atitudes civilizadas; aquele que fica em Manaus continua em atraso, agindo como selvagem, um ser que tem que lutar por sua sobrevivência da maneira que sabe: pela lei do mais forte.

Dois Irmãos é um livro riquíssimo em alegorias e simbologias, críticas e ironias, características que acolhem o leitor e fazem pensar.


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O valor do livro

quinta-feira, 4 de abril de 2013


Pela TV está sendo veiculado um novo comercial da Internet da Vivo em que, logo na primeira cena, os pais colocam uma pilha de livros em uma cadeira para que o menino loirinho sente-se e, assim, alcance o computador com mais facilidade. Existe aí uma mensagem implícita que os publicitários que criaram o comercial não se perceberam – ou não acharam tão importante: a desvalorização do livro.

O livro tem sido o símbolo de conhecimento e a fonte de informações para os mais variados tipos de consulta por anos. Com a evolução dos meios de comunicação, veio a Internet, como um meio moderno e prático de se obter informações. Além da praticidade, o alcance da Internet é algo que muitas vezes não tem nem como comparar ao de um livro. Mas dizer que, com o advento da tecnologia, o livro perdeu completamente sua utilidade – e, principalmente, sua importância – é um enorme disparate.

A Vivo (ou seus publicitários) foi muito infeliz em sua campanha de divulgação, inferiorizando os livros com relação à sua Internet. Dizer que seu produto é muito bom é uma coisa, mas se julgar insuperável perante outros recursos existentes é um tanto prepotente. É o equivalente a dizer que a penicilina não tem mais valor algum diante dos milhares de antibióticos modernos descobertos pela indústria farmacêutica. Em um país como o Brasil, chega a parecer piada querer dizer que só a Internet faz sentido para pesquisa, quando boa parte da população não tem acesso nem a computador direito, e quando tem, não possui pleno domínio da ferramenta. Internet, então, muito menos. Quando a renda da família só dá para o sustento, como é que eles querem que os filhos de uma família dessas deixem de lado os livros e recorram à Internet? É um panorama infelizmente ainda muito surreal para o nosso país.

Não estou aqui defendendo o fim da modernidade e a preservação do antigo. Reconheço e sou muito afeita aos avanços da ciência, porém sou realista: o livro é importante, é fundamental e, por hora, insubstituível. Comparável sim, mas ainda insubstituível.

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Incentivo ao investimento em fundos imobiliários

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


Para quem acha que ações é a única forma de investimento – e que apenas pessoas endinheiradas podem participar da brincadeira –, esta é a mentira mais barbada de todas. A simples caderneta de poupança, apesar do baixo rendimento, é uma forma de investimento. Quem tem uma porcentagem dos rendimentos do trabalho suado retidos para FGTS também está investindo sem saber. Mas esses são só alguns exemplos dos milhares tipos de investimentos que existem disponíveis para todos os gostos e bolsos.

A CVM (Comissão de Valores Imobiliários), órgão que, de maneira geral, regulamenta e supervisiona os investimentos e seus responsáveis no país, lançou uma cartilha para dar mais informações sobre os Fundos de Investimentos Imobiliários, ainda pouco conhecidos e explorados. O objetivo é trazer mais investidores para essa modalidade.

Mas o que são fundos imobiliários? São mais ou menos como “títulos de ações” de um imóvel que estão disponíveis para pessoas comuns e empresas comprarem e, assim, terem um pouco de direitos de propriedade sobre um determinado imóvel. Esses “títulos” são colocados no mercado por vários motivos, mas o principal é angariar fundos para construir e manter o imóvel. A partir daí, todo o lucro que esse imóvel gerar é dividido entre as pessoas que possuem um título dele.

Como um exemplo prático, pensemos em um shopping center que uma empresa esteja interessada em construir em uma cidade. Para arrecadar dinheiro para os gastos com a construção, a empresa lança o projeto, seguindo diversas normas estipuladas e supervisionadas pela CVM. Todos que acharem que o shopping center pode ser um negócio lucrativo podem comprar “pedacinhos dele”, ou seja, títulos. Quando o shopping estiver pronto, comerciantes alugarão lotes dentro do prédio para estabelecerem suas lojas. Cada lojista pagará aluguel para ter o direito de manter sua loja aberta no lugar. Esse aluguel vai para os donos do shopping, que são as pessoas que têm títulos dele.

Na prática, é como se você possuísse uma casa e a colocasse para alugar. Mas a grande diferença entre ter uma casa só sua para alugar e participar de um fundo imobiliário é que, se um dia você quiser vender o seu imóvel, seja por qual fim for, vender um título de um imóvel incomum com frequência é muito mais fácil do que vender um imóvel particular.

Essas informações que coloquei aqui são uma apresentação a grosso modo do que são fundos imobiliários. Se você quiser saber mais sobre o assunto, com mais detalhes e informações mais precisas, baixe gratuitamente a cartilha da CVM e conheça melhor esta modalidade de investimento.

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Coursera

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


A Internet veio como uma mão na roda para quem é curioso e tem uma sede insaciável por aprender. Existem em toda rede uma infinidade de cursos online, pagos e gratuitos, nas mais diferentes áreas possíveis.

O site Coursera (em inglês) oferece diversas opções de cursos livres ministrados por professores das mais importantes universidades americanas, todos eles de graça. Alguns deles possuem alguns pré-requisitos, meramente para que o aluno consiga acompanhar o andamento das aulas, mas para todos eles o pré-requisito básico é dominar em certo grau o inglês, idioma predominante de todos os cursos.

Alguns dos cursos do Coursera começarão no mês de fevereiro e terão duração de 5 a 14 semanas. Com um tempo de dedicação que varia de 6 a 10 horas semanais é possível ter um certificado conferido pelo site.

Para os interessados, é possível obter mais informações no site: www.coursera.org.


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Frases para Guardar

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


Publicado originalmente no blog Factus Literário)

Todos estamos sujeitos a captar frases das mais diversas fontes: desde livros de grandes pensadores, a seriados de televisão; desde filmes vencedores de grandes prêmios aos nossos sábios avós. Essas frases, de forma consciente ou não, se juntam ao conhecimento popular e ajudam a construir caráter ou simplesmente fazem pensar.

Fã de frases, Marcel Souto Maior, jornalista, roteirista e diretor de TV, adquiriu o hábito de anotar cada frase que passou por sua vida para presenteá-las aos filhos. Mas, num certo ponto, achou egoísmo distribuí-las apenas para seus entes queridos, quando muitos outros poderia se beneficiar elas. E assim nasceu Frases para Guardar.

Este livro reúne uma gama variadíssima de frases das fontes mais inusitadas possíveis: nas palavras do próprio autor, “de Voltaire a Homer Simpson, de Gandhi a Steve Jobs, de Isaac Newton a Lady Gaga”. A mente de Souto Maior esteve escancarada para captar qualquer invasão de frases que chegavam a ele. São frases para pensar ou para divertir, palavras que complementam de alguma forma a alma. Para usar uma frase coletada por ele mesmo: “Não se faz uma frase. A frase nasce.” (Clarice Lispector).

Mais informações sobre o livro:



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Médias

terça-feira, 22 de janeiro de 2013


A altura média do brasileiro é de 1,60 m. Um adulto deve tomar, em média, 2 L de água por dia para se hidratar. Uma pessoa deve ter, em média, 30 min de atividade física para deixar de ser um sedentário. São tantas médias, que a vida ganha mais regras a cada dia. E a cada dia, mais regras são inventadas, muitas vezes, contrariando outras que já existiam.

Uma média é um valor genérico que é obtido da seguinte forma: soma-se o valor estudado e divide-se pelo número de elementos estudados. O valor resultante é a média daquilo que se está estudando.

Esquecendo-se de que uma média nada mais é do que um valor genérico, ou seja, em geral, serve para todos, algumas pessoas se equivocam tratando uma média como uma regra. Superestimar assim uma coisa dessas é uma atitude que se faz sem reflexão, e pode até ser perigoso.

Peguemos o caso do IMC (índice de massa corpórea), que é a média mais cultuada do mundo. Ela mede o quanto de massa corpórea que uma pessoa saudável deveria ter. Abaixo da margem do IMC, a pessoa esta em situação de peso inferior ao considerado saudável; acima dela, o indivíduo encontra-se em sobrepeso ou obesidade. Mas esse índice, por motivos óbvios, não leva em contra outros fatores, como por exemplo, constituição física e genética. Se é um valor genérico, esses conceitos têm que ficar de fora mesmo do cálculo. Mas quem se baseia no IMC para saber se deve emagrecer ou engordar tem que levar em conta esses fatos.

Assim como é absurdo achar que está obeso só porque passou 0,1 ponto da margem saudável de IMC, também não é racional achar que é um anão tendo 1,60 m de altura, já que essa é a média da nossa população. E também não é lógico achar que 2 L de água é o que precisa beber uma pessoa de 1,60 m e de 2,0 m para não morrer de hidratação. Afinal de contas, as pessoas ingerem líquidos o dia inteiro sem saber, desde o cafezinho que tomam no café da manhã e nos intervalos do trabalho até o suco do lanche da tarde.

O ideal é lembrar que uma média só serve para nos orientar, como regra geral, mas não pode ser encarada como uma regra. Nada pode ser levado 100% a sério. Ser disciplinado é totalmente diferente de ser um ditador consigo mesmo. Uma relaxada de vez em quando faz até bem à saúde: mantém sã a nossa sanidade.


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Conceitos divergentes

sábado, 19 de janeiro de 2013


Eu acreditava que o conceito de educação fosse universal e algumas regrinhas básicas fossem de senso comum. Aliás, educação anda de mãos dadas com o bom senso, mas como ninguém nasce com bom senso, apenas o adquiri (ou não), diversos atritos surgem por causa do assunto.

As frases populares até tentam nos ensinar alguma coisa, mas parece que cada vez mais elas têm perdido força. Um deles diz “Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha”. O significado disso nada mais é do que a regra básica para o funcionamento de um diálogo (situação em que duas ou mais pessoas estão conversando): enquanto uma fala, a outra escuta, e assim sucessivamente. Não que todo diálogo funcione assim. Às vezes a ansiedade de colocar um comentário durante a fala do outro é incontrolável, talvez justamente pelo medo de se perder esse comentário. Até aí tudo bem, é normal. O que não é normal é achar que interromper uma pessoa deliberadamente é de fato normal. Quando uma interrupção normal dessas acontece, é difícil vermos uma atitude correta para retornar o diálogo ao seu bom caminho: se desculpar e deixar o outro terminar de falar antes de prosseguir com seu próprio comentário. E esse hábito caiu tão em desuso que quando ele acontece algumas pessoas acham que é exagero do outro tomar essa atitude ou se enraivece quando é cobrado dela, cegado pelo costume da maioria de esquecer-se de regras básicas de convivência.

Existem várias falhas de educação vistas hoje em dia por aí, não é difícil de identificar. Nas praças de alimentação, por exemplo, sempre existem funcionários para levar as bandejas esquecidas nas mesas para o lixo, mas não custa nada que seu próprio usuário as leve até lá. Afinal de contas, tem dia que é praticamente impossível encontrar uma mesa vaga em algumas praças de alimentação, não custa nada colaborar e sair da mesa deixando-a livre e em condições de uso para uma próxima pessoa que vai utilizá-la.

E quando você convida um amigo para sua casa, e ele chega com dez outros amigos? O que você faz? Fala tudo bem, mas no fundo se desespera, porque só tinha se preparado para receber uma pessoa ou fecha a cara e manda todo mundo embora? Não, você não é uma pessoa menos sociável tendo esse tipo de pensamento. Acontece que é direito seu saber quem vai à sua casa. Claro que todos são bem-vindos e você não se oporia a isso, mas não custa nada ao seu convidado te dar um toque que pode levar alguns amigos a mais. Afinal de conta, a casa é sua, você é a única pessoa consciente do espaço que tem, dos vizinhos que tem e tudo o mais. E vai que não tinha comida suficiente também, não é? (Casa é um termo de exemplo, que pode ser comutado com outros elementos, como carro, chácara, casa de praia, etc.)

O pior de tudo nem é o fato de que alguém toma uma atitude dessas (entre tantas outras que, seu eu resolvesse exemplificar aqui, isso viraria uma novela interminável) acha que está fazendo algo normal. Elas também dizem que estão de peito aberto para conversar quando tiverem feito algo que desagradou você sem perceberem. Mas, invariavelmente, a maioria dessas pessoas não vai aceitar, muito menos acatar, o que você disser e, de quebra, ainda vai te acusar de frescura e implicância. Só a menoria das pessoas vai ter empatia suficiente para tentar entender o que você está dizendo, como você se sente com relação a isso e (mais difícil ainda) se desculpar pelo ocorrido.

P.S.: Glossário (fonte: iDicionário Aulete: http://aulete.uol.com.br/index.php):

Educação
6. Comportamento em consonância com as regras sociais de etiqueta e de boa convivência; CIVILIDADE; POLIDEZ.

Diálogo
1. Conversação entre duas ou mais pessoas; COLÓQUIO; CONVERSA.
2. Troca de ideias opiniões etc.

Bom senso
1 Filos. Em questões correntes e habituais, aptidão intuitiva de discernir entre o verdadeiro e o falso, o certo e o errado, o bom e o mau etc.

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Ilustração do dia

sábado, 5 de janeiro de 2013


É engraçado como a gente consegue ver e invejar (positivamente) o sucesso e as qualidades do outro, sem conseguir controlar, erradicar ou mesmo enxergar nossos próprios defeitos, aqueles que nos impede de ter sucesso também. Esta ilustração é bem clara sobre isso. Nem sinto necessidade de me estender aqui sobre o assunto.

Está bem, uma só palavra: transpor barreiras é muito difícil, e às vezes parece impossível. A gente acha que está fazendo tudo certo, mas tem sempre algo para nos auto-sabotarmos. O que fazer? Eu não sei, ainda estou tentando descobrir.

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Sobre Pensamentos Avulsos...

Pensamentos Avulsos são divagações e outras bobagens que saem da cabeça insana dessa que vos escreve. Espaço livre para meu bel prazer de escrever e expor de alguma forma minhas idéias. Como blogueira, eu gosto de comentários; como escritora, eu preciso de críticas. Ambos me servem como uma espécie de termômetro de qualidade para a minha produção. Portanto, por gentileza, colabore. :-)

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