O valor do livro
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Pela TV está sendo veiculado um novo comercial da Internet da Vivo em que, logo na primeira cena, os pais colocam uma pilha de livros em uma cadeira para que o menino loirinho sente-se e, assim, alcance o computador com mais facilidade. Existe aí uma mensagem implícita que os publicitários que criaram o comercial não se perceberam – ou não acharam tão importante: a desvalorização do livro.
O livro tem sido o símbolo de conhecimento e a fonte de informações para os mais variados tipos de consulta por anos. Com a evolução dos meios de comunicação, veio a Internet, como um meio moderno e prático de se obter informações. Além da praticidade, o alcance da Internet é algo que muitas vezes não tem nem como comparar ao de um livro. Mas dizer que, com o advento da tecnologia, o livro perdeu completamente sua utilidade – e, principalmente, sua importância – é um enorme disparate.
A Vivo (ou seus publicitários) foi muito infeliz em sua campanha de divulgação, inferiorizando os livros com relação à sua Internet. Dizer que seu produto é muito bom é uma coisa, mas se julgar insuperável perante outros recursos existentes é um tanto prepotente. É o equivalente a dizer que a penicilina não tem mais valor algum diante dos milhares de antibióticos modernos descobertos pela indústria farmacêutica. Em um país como o Brasil, chega a parecer piada querer dizer que só a Internet faz sentido para pesquisa, quando boa parte da população não tem acesso nem a computador direito, e quando tem, não possui pleno domínio da ferramenta. Internet, então, muito menos. Quando a renda da família só dá para o sustento, como é que eles querem que os filhos de uma família dessas deixem de lado os livros e recorram à Internet? É um panorama infelizmente ainda muito surreal para o nosso país.
Não estou aqui defendendo o fim da modernidade e a preservação do antigo. Reconheço e sou muito afeita aos avanços da ciência, porém sou realista: o livro é importante, é fundamental e, por hora, insubstituível. Comparável sim, mas ainda insubstituível.
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