Maus
domingo, 17 de novembro de 2013
Segunda
Guerra Mundial é um tema recorrente demais. O evento foi tão chocante para a
humanidade que foi retratado em várias formas artística, como uma forma de
expurgo, de desabafo, uma maneira de amenizar o sofrimento, mas eternizar o que
aconteceu para que próximas gerações jamais esqueçam o nível de crueldade a que
pode chegar uma espécie. Inúmeras são as obras que tratam do assunto, e a
partir dos mais variados pontos de vista: “A Lista de Schindler” e, mais
recente, “A Menina que Roubava Livros”, na literatura (e cinema); “O Resgate doSoldado Ryan” e “O Pianista”, nas telonas; em várias músicas de bandas como
Blind Guardian (Another Holy War), System of a Down (BYOB) e até a brasileira Legião
Urbana (A Canção do Senhor da Guerra).
Nos
quadrinhos, o exemplo mais famoso é o herói americano Capitão América, que
ganhou vida em um filme próprio e na franquia cinematográfica Os Vingadores.
Seguindo na linha de popularização dessa forma de literatura surge Maus, de ArtSpiegelman, com mais um ponto de vista sobre o genocídio mais famoso do mundo.
No
livro, Art Spiegelman representa todos os personagens que conheceu na pele de
animais. Ele próprio participa da história, como o entrevistador de um
sobrevivente dos campos de guerra: seu próprio pai, um judeu polonês que conta
toda sua saga, desde antes da guerra, quando ainda era livre, seu casamento, os
sofrimentos e o alívio do fim da guerra. O que torna a história humana e não
mais um simples relato de guerra é inclusão de elementos como os
relacionamentos criados e desfeitos pelos nazistas.
O
próprio autor, como personagem, deixa claro a dificuldade de se relacionar com
o pai desde criança, graças ao que ele sofreu na guerra e do que não foi capaz
de se livrar mesmo com sua liberdade. Existe um grande esforço aí de mostrar
como a dor causada pela Segunda Guerra Mundial permanece até os dias de hoje,
seja na pele de quem sobreviveu, seja para aqueles que só ouvem falar dela.
O
formato quadrinhos torna a leitura muito mais ágil. É interessante a forma como
o autor retrata os personagens. Lembra A Revolução dos Bichos, de George
Orwell. Além disso, de uns anos para cá os quadrinhos se tornaram um formato
extremamente bem aceito por várias gerações de leitores, o que ajuda a levar a
história mais longe, mesmo esta não sendo uma história em quadrinhos para
crianças.
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