Rótulos, para que te quero?!

sábado, 27 de novembro de 2010

Se retirarmos o rótulo de uma garrafa de Coca-Cola, não mudará muita coisa: ainda assim dá para saber que aquele pedaço de plástico escondia um líquido preto dentro de uma garrafa que mais parece um foguete. Há alguns anos atrás as latas de leite condensado tinham rótulos de papel. De vez em quando uma empresa resolvia fazer uma promoção que pedia que se juntasse cinquenta códigos de barra e se respondesse a uma pergunta cuja resposta era o próprio nome da empresa ou do produto em questão. Aí era um inferno: se você não colocasse uma etiqueta no lugar, era impossível adivinhar o que havia na lata.

Rótulos são tão comuns nas nossas vidas que chego a pensar que são uma constante. Mais que isso: tudo tem que ter um rótulo, desde uma lata de ervilha até – pasmem! – uma pessoa.

Se parar para pensar, os rótulos são uma faca de “três” gumes: enfeitar e chamar a atenção do consumidor; designar o nome do produto e do fabricante; e informar sobre seu conteúdo. Sobre a função informativa: os rótulos se prestam a dizer o que tem dentro de um produto. “Então o produto humano é aquilo que seu rótulo indica”. Será?

Essa informação que o rótulo dá pode até ser verdadeira. Mas quando não é (e não é raro – haja vista o medo que as empresas têm de processos por propaganda enganosa) além de não informar coisa alguma, deturpa e esconde informações verdadeiras. Vamos colocar em termos comuns para que se entenda melhor.

Pensando em pessoas, imagine aquele bom trabalhador, tão dedicado à família. Ninguém diria que ele é adúltero, sustenta uma família paralela ou é homossexual (outra coisa que, ainda hoje, tem gente que diz que é coisa do demônio, doença crônica, ou algo pagão do gênero). Mas aquela jovem que se recusa terminantemente a se casar porque decidiu que seria feliz assim não demora muito para ser taxada de imoral, indecente, e para ganhar (muitas) histórias que revelam seu lado promíscuo – que na verdade ela não tem e nunca teve.

Então me diga: se o rótulo mais atrapalha do que ajuda, para que rótulos: deixe a embalagem falar por si só, sem porta-vozes!



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