Seu santo nome

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Como tantas outras, com o passar do tempo a palavra amor vem perdendo sentido. É disperdiçada muitas vezes com a fútil intenção de agradar por agradar ou - pior - para se conseguir algo mais, mas nem sempre com o real valor que ela deveria empregar. Ou às vezes sou só eu exagerando, superestimando o termo, achando que ele é sagrado demais para ser jogado assim, ao vento, sem mais nem menos.


No ano passado tive a oportunidade de conhecer melhor o poeta Carlos Drummond de Andrade, e fiquei ainda mais apaixonada pelo trabalho dele. No meio de tantas preciosidades, encontrei esta pequena poesia que se segue; deleitem-se:


O SEU SANTO NOME

Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.

Carlos Drummond de Andrade

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