A melhor atitude para um bom relacionamento

sábado, 31 de maio de 2014

Em uma sociedade existem vários tipos de pessoas: há aquelas que se doam demais; outras recebem demais; e há ainda um terceiro grupo que dá e recebe. É nisso que se baseia a teoria de Adam Grant, autor do livro Dar e Receber – uma abordagem para o sucesso,generosidade e influência. O livro foi, na verdade, escrito com foco no público dos negócios, mas uma reportagem da Exame.com sugere que as ideias levantadas na obra também possam se refletir nos relacionamentos românticos. Indo mais além, essas ideias podem dizer algumas coisas sobre outros tipos de relacionamentos pessoais também.

Segundo Grant, são três as categorias em que uma pessoa normalmente se enquadra: Doadores, Trocadores e Tomadores. Os primeiros são aquelas pessoas que fazem tudo para que um relacionamento dê certo. Elas se preocupam com o outro. Sua motivação é cuidar e zelar para que as outras pessoas estejam sempre bem, felizes e satisfeitas. Quando algo dá errado, ao invés de procurarem um culpado, elas automaticamente atribuem a culpa a si mesmas, acreditando que a falta foi delas em não terem sido boas o suficiente. Elas assumem toda a responsabilidade de fazer o relacionamento dar certo e se não recebem o reconhecimento e apoio necessário em retribuição, tendem a se sentir usadas e exaustas. Todo mundo gosta de ter doadores à volta. Eles são pessoas incríveis, que sempre trabalharão em prol da harmonização e alegria do relacionamento.

Os trocadores fazem coisas pelos outros na esperança de receber algo em troca. Da mesma forma, quando alguém faz algo por eles, eles se sentem na obrigação de retribuir o favor. Tudo é, de certa forma, contabilizado. São trocadores também aquelas pessoas que mais cedo ou mais tarde cobram favores feitos, ou que gostam de deixar claro que estão retribuindo um favor que acham que estão devendo.
Os tomadores são pessoas que tomam. Ponto. Elas tratam bem aqueles que elas acreditam que lhes são úteis, e tratam mal quem não tem nada a lhes oferecer. À primeira vista, parecem ser pessoas muito legais, pois têm uma grande habilidade de sedução, mas na verdade são pessoas egoístas que só fazem as coisas com um único objetivo: conseguir frutos para si mesmas. Esse é o completo oposto dos doadores, e provavelmente o tipo mais extenuante de personalidade.

Segundo o livro de Grant, as pessoas mais bem-sucedidas em qualquer tipo de relacionamento são as doadoras. O motivo é simples: todo mundo gosta de doadores. Afinal, quem não gosta de ter alguém cuidando dele, preocupado e atencioso sempre? Por outro lado, as mais malsucedidas também são as doadoras, já que elas acabam em geral em uma posição de exploradas. As doadoras que se dão bem são aquelas que conseguem ter a consciência do que elas mesmas são e do que as outras pessoas são. São aquelas que conseguem enxergar um trocador e um tomador, e conseguem impor respeito e aprendem a lidar com eles, mesmo sem abrir mão de sua base doadora. Em contrapartida, os doadores que não conseguem ter essa noção são aqueles que terminam infelizes em um relacionamento.

Hoje é possível ver com muito mais clareza trocadores e tomadores. Os doadores parecem estar cada vez mais em extinção. Poucos tomadores têm a coragem de admitir que o são. Os trocadores acreditam que são justos. De qualquer maneira, um relacionamento em que ambos os lados não se dispõem a doar sem necessariamente esperar uma retribuição está fadado a fracassar. Nenhum relacionamento é fácil, e para que ele funcione, é preciso uma certa quantia de boa vontade e esforço no sentido de (se) doar. Uma transação desigual, em que um dos pratos da balança sempre está mais pesado, é uma bomba relógio, com prazo para estourar.

Um doador, quando percebe a situação desigual que está vivendo, passa por um processo individual para criar coragem e sair dela. Nem o mais convicto dos doadores consegue suportar por tanto tempo um cenário de exploração ininterrupta e sem retorno. E, quando finalmente estão prontos, os doadores deixam trocadores e tomadores para trás, muitas vezes não sem uma parcela de culpa e pesar. Mas pelo menos seguem em frente.


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