Frozen e suas várias leituras
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Nos contos de fadas e histórias
sobre príncipes e princesas, um grande problema envolve a vida de duas pessoas,
normalmente relacionado a magia e ao fantástico. Em geral, a convivência faz
com que essas pessoas descubram melhor umas às outras e elas fatalmente acabam
se apaixonando.
Porém, apenas com a resolução do
problema é que elas podem finalmente encontrar o seu “felizes para sempre”. Essa
busca envolve tempo, determinação, vontade de se sacrificar pelo outro, enfim,
uma infinidade de características nobres, todas elas resultado de uma só arma
eficiente contra todo o tipo de mal: o amor verdadeiro.
Os contos de fada em geral e as
histórias da Disney nos ensinam algo forte desde que nascemos: mães, pais,
família, nada importa. Só o príncipe encantado e a bela princesa é que
conseguem demonstrar esse amor verdadeiro.
Em Frozen, Eliza nasce sob uma
maldição: ela tem o poder do frio em suas mãos e pode congelar o que quiser. No
início, isso é até divertido, mas com o tempo seus poderes ficam mais fortes a
ponto de ela não conseguir controlá-los. Seus pais, numa tentativa desesperada
de proteger duas filhas, isola Eliza e não deixa que a caçula, Anna, entre em
contato com a irmã. Sem entender, Anna cresce na solidão do palácio, sem amigos
e numa dúvida cruel sobre o motivo que levou a família real a se isolar do
mundo.
Eliza é a garota que chega à
adolescência e não consegue controlar seus sentimentos. Uma vez sozinha e fora
do alcance de olhares críticos e acusadores dos outros, ela se sente finalmente
livre e capaz de aprender a ter controle sobre si mesma. A garota, porém, só
não teve muita prática em lidar com outras pessoas, portanto não sabe direito
como agir com elas, o que a deixa bastante insegura. Esse é um comportamento
totalmente esperado de uma jovem superprotegida que foi mantida sob uma redoma
para sua própria proteção, segundo seus próprios pais.
Por outro lado, temos um jovem
simples e divertido, cujo melhor amigo é um mascote, e que, como todo
jovem
rapaz, quer se exibir para uma jovem bonita. Anna, a caçula da família real, é
a garota romântica e sonhadora que jura ter se apaixonado à primeira vista pelo
príncipe Hans, rapaz que nunca tinha visto na vida. Se por um lado ela só quer
viver um grande amor com seu príncipe, por outro, se preocupa com o destino da
irmã.
No decorrer da história, pode-se
observar várias formas de amor. O amor interesseiro do príncipe Hans; o amor
paternal e protetor do casal real; o amor entre dono e mascote; o amor que
nasce de uma amizade inesperada; e até o amor entre irmãos. O mais interessante
do filme é justamente essa desmistificação do amor, tornando sua abrangência uma
coisa mais ampla e variada que pode se manifestar de várias formas e nem por
isso ser menos verdadeiro.
0 comentários:
Postar um comentário